Dançando Para Não Dançar
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O início do projeto foi inspirador: no dia do teste para formação da primeira turma de balé clássico nos morros de Cantagalo e Pavão Pavãozinho, compareceram 250 crianças para as 40 vagas ofertadas. Em fevereiro de 1995, o “Dançando Para Não Dançar” conseguiu aprovar seis crianças do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, para a Escola de dança Maria Olenewa, da Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes freqüentada exclusivamente por crianças da classe média e de pessoas com alto poder aquisitivo. | O início do projeto foi inspirador: no dia do teste para formação da primeira turma de balé clássico nos morros de Cantagalo e Pavão Pavãozinho, compareceram 250 crianças para as 40 vagas ofertadas. Em fevereiro de 1995, o “Dançando Para Não Dançar” conseguiu aprovar seis crianças do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, para a Escola de dança Maria Olenewa, da Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes freqüentada exclusivamente por crianças da classe média e de pessoas com alto poder aquisitivo. | ||
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O projeto tem como padrinhos, a bailarina Ana Botafogo e o cineasta Walter Sales. | O projeto tem como padrinhos, a bailarina Ana Botafogo e o cineasta Walter Sales. | ||
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Edição de 02h43min de 14 de outubro de 2013
Projeto que funciona no Rio de Janeiro desde 1995. Através do ensino do balé clássico, proporciona a crianças moradoras de áreas populares da capital fluminense o acesso à educação, à saúde e à cultura. Como desdobramento do projeto, em 2007, surge a Companhia de mesmo nome que desde então vem realizando espetáculos abertos à população.
Espetáculo "Favela", encenado pela Companhia, em 2010
Tabela de conteúdo |
O Projeto
O Dançando Para Não Dançar (DPND) foi idealizado pela bailarina e professora Thereza Aguilar, em 1995. Inspirado no Balé Nacional de Cuba, que transformou dezenas de órfãos e crianças vítimas de extrema pobreza em bailarinos famosos, vem revelando artistas de dança clássica em diversas comunidades carentes do Rio.
O início do projeto foi inspirador: no dia do teste para formação da primeira turma de balé clássico nos morros de Cantagalo e Pavão Pavãozinho, compareceram 250 crianças para as 40 vagas ofertadas. Em fevereiro de 1995, o “Dançando Para Não Dançar” conseguiu aprovar seis crianças do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, para a Escola de dança Maria Olenewa, da Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes freqüentada exclusivamente por crianças da classe média e de pessoas com alto poder aquisitivo.
Depois disso, o Projeto expandiu-se e hoje está presente em 16 domunidades, além da sua sede, no Centro: Mangueira, Chapéu e Babilônia, Jacarezinho, Rocinha, Santa Marta, Borel, Cruzada, Vila Isabel, Santa Teresa, Salgueiro, Japeri, Morro do Telégrafo e Cerro Corá-Cosme Velho.
No final de 1997, o DPND levou o balé e a música clássica para um palco armado sob um viaduto na Mangueira, berço do samba. Na ocasião, Ana Botafogo dançou com os bailarinos do projeto.
Em 1998, foi fundada a Associação Dançando Para Não Dançar, com o objetivo de ampliar o raio de atuação do projeto e dedicar-se mais à integração social de menores que vivem em situação de risco nas favelas da cidade.
Espetáculo "Pintando o 7 com Portinari", da Companhia DPND
Como consequência natural, em 2007, foi criada a Cia. Dançando Para Não Dançar, que já alcançou status de profissional. Em 17 de novembro de 2010, o Dançando para não dançar inaugurou a sua sede, localizada na Rua Frei Caneca, 139, centro do Rio, um prédio com data de 1914, onde funcionou originalmente o Gabinete de Análise do Leite, órgão público da Administração Federal. próxima etapa do projeto é criar uma escola de dança.
Os jovens do projeto apresentam-se em palcos em Ipanema, Arpoador, Flamengo, Botafogo, Cinelândia e Central do Brasil. Algumas apresentações aconteceram em grandes teatros do Rio como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Teatro João Caetano e o Teatro Carlos Gomes. No exterior, a Cia. se apresentou na Escola de Balé de Berlim, Alemanha.
O DPND foi reconhecido como parceiro na luta pela inclusão social, pelos 188 países que assinaram, em 2000, um pacto para priorizar a eliminação da fome e da extrema pobreza, até 2015.
O projeto tem como padrinhos, a bailarina Ana Botafogo e o cineasta Walter Sales.
Atividades
Espetáculo "Carmina Burana", de 2010
Além das aulas de balé clássico, são também ministradas aulas de dança contemporânea e de prática e teoria musicais. O projeto oferece ainda suporte social-educativo com aulas de reforço escolar e de informática; atendimento médico, dentário, psicológico; apoios de assistente social e de fonoaudióloga.
O projeto realiza espetáculos de balé em locais públicos, teatros e, à convite, em instituições públicas e privadas, ao longo de todo o ano. Ao final de cada ano é realizado um grande espetáculo envolvendo todas comunidades atendidas. A Associação promove, também, eventos beneficentes, como o espetáculo montado para “mães adolescentes”, do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth, e sua participação na Campanha Nacional de Vacinação contra a Póliomelite, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Além da dança, o projeto vem investindo na formação dos jovens bailarinos, por meio de inscrições e despesas totais em audições no Brasil e no Exterior. Escolas de dança de outros estados e do exterior têm oferecido bolsas de estudos para alunas do projeto.
A Companhia
Mesmo antes de sua formação oficial, em 2007, os bailarinos da Cia. Dançando Para Não Dançar apresentavam-se em palcos montados em praças, praias, parques, feiras populares, comunidades, estações de trem (Central do Brasil) e metrô, além de realizar apresentações em instituições públicas e privadas, escolas, universidades, presídios etc.
Mas a Companhia surgiu para reforçar a proposta do projeto de acompanhar o desenvolvimento dos alunos mais adiantados, que permanecem obtendo o apoio do DNPD, mesmo que já estejam estudando em outras escolas de dança ou fazendo especialização em companhias do Brasil ou do exterior. Quando a Companhia foi criada, havia cerca de 30 alunos na faixa etária de 16 a 21 anos que cresceram dentro do projeto e buscavam profissionalização na área.
A Cia já tem um repertório com coreografias próprias, com trechos de balé clássicos – Coppélia, Paquita, A Bela Adormecida, Lago dos Cisnes e O quebra Nozes – e contemporâneos - Gabriela: Ritmos Amados, Urubu Malandro, Kizomba.
Espetáculos
- Gabriela Ritmos Amados (2013)– com estreia prevista para novembro.
- João e Joana (2012)
Nesse espetáculo, 50 bailarinas do DNPD dançam ao som do Cordel Sinfônico de Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Ricardo. O cordel, intitulado “Estória de João e Joana”, foi o único escrito pelo poeta de Itabira, musicado por Sérgio Ricardo a pedido do próprio Drummond.
- Pintando o 7 com Portinari (2011)
Cândido Portinari foi homenageado por sete bailarinas do grupo que usaram da união entre a música e a coreografia para desvendar alguns dos quadros mais famosos do pintor. O responsável pela coreografia do balé foi o alemão Lars Scheibner, que trabalhou em conjunto com Bárbara Melo Freire, sua assistente, ex-aluna da Cia e atual solista do Teatro de Dortmund/Alemanha. A trilha musical ficou a cargo de Leandro Braga, compositor e arranjador do grupo. Thereza Aguilar, idealizadora do projeto e coordenadora da Cia., dirigiu o espetáculo.
- Favela (2010)
Um hip hop diferente, uma mistura dessa linguagem musical com concepções clássicas e contemporâneas da dança. Expressa a realidade, os sons e os movimentos das comunidades onde o projeto atua. O espetáculo “Favela” teve músicas do rapper MV Bill e do maestro Leandro Braga, além de trechos de balé clássico. A direção geral e a artística foram assinadas pela coordenadora do projeto, bailarina Thereza Aguilar e por Paulo Rodrigues, primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
- Carmina Burana (2010)
Com música de Carl Orff, o balé foi adaptado pelo coreógrafo alemão Lars Scheibner para o espetáculo de fim do ano do Projeto Dançando Para Não Dançar. Essa versão de Carmina Burana inverteu a lógica do balé clássico. Foram as crianças de graus menores na grade curricular da dança e não as solistas e primeiras bailarinas que seguraram todo o espetáculo. Cerca de 500 pequenos e jovens bailarinos, atendidos pelo projeto, se revezaram no palco. Na direção geral, Thereza Aguilar e Paulo Rodrigues
- Amazônia, floresta do Brasil (2010)
Nesse espetáculo, a Companhia prestou um tributo ao maestro Heitor Villa-Lobos, com músicas dele e de Leandro Braga. Coreografia de Paulo Rodrigues e direção geral de Thereza Aguilar. Com os solistas Carlos Cabral, do Corpo de Baile do Theatro Municipal, e Fernanda Duarte, aluna do projeto Dançando Para Não Dançar, e outras seis bailarinas.
Parcerias
O projeto “Dançando Para Não Dançar” é patrocinado pela Lei de Incentivo à Cultura – Governo Federal – País Rico é País sem Pobreza; e pela Petrobras, desde 1997. Tem o apoio do Ministério da Cultura e conta com as parcerias da Faperj, VideoFilmes, Governo do Estado do Rio de Janeiro – Secretaria de Estado de Cultura, e Programas Ponto de Cultura , Mais Cultura e Cultura Viva. Também é parceiro das Associações de Moradores das comunidades beneficiadas, da Vila Olímpica da Mangueira, dos Cieps Ayrton Senna, Salvador Allende e Presidente João Goulart, da UniverCidade e do curso Brasas, além de manter convênios com a Staatliche Ballettschule Berlin (Escola de Balé de Berlim), o Balé Nacional de Cuba, a Cia. de Dança Deborah Colker (RJ), o Grupo Corpo (MG) e o Ballet Stagium (SP).
Referências
Ligações externas
Site oficial: http://dpnd.org/