Rosa Coimbra

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Edição de 20h21min de 26 de outubro de 2011

Tabela de conteúdo

A artista

Nascida em Belém do Pára, Rosa Coimbra, chegou à dança por acaso em um dia em que participando de uma competição de ginástica foi vista por Eni Corrêa, que fazia parte daquela banca. Eni viu o potencial daquela garota e a convidou para fazer um teste de seleção para fazer aulas de dança no Centro de Atividades da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal do Pará. Foi aí onde Rosa Coimbra iniciu-se de verdade na dança e dela não mais se distanciou. Foi bailarina do Grupo Coreográfico da Universidade Federal do Pará por cinco anos (1970 a 1975), quando começou a atuar na própria Universidade como professora de dança moderna (1975/1976) e anos depois, ao vir para Brasília, sua atuação na área só vem aumentando.


Estudou dança clássica, jazz, moderno, alongamento e flexibilidade, psicomotricidade e contemporâneo com alguns dos mais renomados profissionais: Clariise Abumjanra, Constanze Legler, Gus Giordano, Jeanne Ruddy, Jonas Dalbecchi, Lydia Del Pichchia, Márcia Barros, Márika Gidalli, Marli Tavares, Paulo Roberto G. Lima, Regina Sauer, Ricardo Ordonez, Victor Navarro e Vilma Vernon, por exemplo.


Como herança trouxe de seus estudos com Eni Corrêa a prontidão, um quê de dramaturgia em suas obras coreográficas e o gosto por relação próxima entre intérprete e seu diretor, coreógrafo ou professor. Rosa Coimbra concentra-se na dança moderna embebida de dramaturgia nos primeiros anos de sua atuação profissional. Optou em se dedicar à dança moderna e posteriormente à contemporânea.


Ao chegar em Brasília, em 1978, Rosa Coimbra começa seu trabalho em terreno candango. Em 1984, abre a Academia Stillo e cria o Grupo Stillo, em 1985. Com sua base estabelecida na técnica moderna, Rosa Coimbra começa aos poucos dar uma atenção especial à dramaturgia de suas construções coreográficas. Esse processo a levará a aproximar-se cada vez mais da dança contemporânea e a transformação de sua maneira de compor poderá ser observada ao acompanhar a evolução das obras coreográficas do Grupo Stillo.


O grupo encerrou suas atividades em 1999, quando Rosa Coimbra assumiu um cargo político de Conselheira no Conselho de Cultura representando a Dança (1999/2000). Deixando grandes contribuições para a dança através de suas obras e de seus artistas que após o término do Grupo seguiram diferentes caminhos. Dentre os que permaneceram artísticamente ativo destaca-se, por exemplo: Beneto Luna e Christiane Lapa (hoje na cia Alaya Dança) e Selma Trindade.

Obras

Grupo Stillo

Oficina de Bonecos(1985);
Nosso Tempo, Nossa Terra(1986);
Recordações (1987);
Fragmentos (1988);
Luzes da Vida (1989);
Urbanos (1990);
Conatus (1991);
Limitações (1991);
Joana D'Arc (1992);
Memórias (1993);
Bufões (1994);
Nada Mais (1995);
Três Trilhas (1996).


Premiações

Prêmio Fiat (1989) - por “Luzes da Vida”;

Concurso Nacional de Dança, RJ, (1991) - realizado pelo Conselho Conselho Brasileiro da Dança -CBDD,

Mostra de Novos Coreógrafos, RJ (1991/1992);

Prêmio APAC (1992) - por Joana D'Arc - melhor espetáculo, melhor coreografia, melhor bailarina e melhor iluminação;

Prêmio Applause (1992)- por Joana D'Arc melhor espetáculo e melhor iluminação;

Festival Coreógrafo Nota 10 (1993, RJ) por Limitações;

Festival Nacional de Teatro e Dança (PB, 1995);

Festival Nacional de Artes (PB, 1995) por Bufões;

Prêmio Classe Arte (DF-1995) por Nada Mais;

Prêmio Aluisio Batata (DF-1997) por Três Trilhas;

Prêmio Arte por Toda a Parte (DF-1999), com Cotidiano, entre outros.


Outras Direções e Coreografias

Suas obras acabaram se destacando pela visível diversidade e forte dramaturgia com quais eram construídas. Sua experiência com os desafios e surpresas vividos no Grupo Coreográfico com Eni Corrêa, sua experiência de vida e artística, juntos com o conhecimento sobre piano, que estudou por 17 anos fez com que Rosa Coimbra conseguisse transitar pelas diversas linguagens sendo convidada a coreografar e dirigir não só outros grupos e artistas de Dança, mas também grupos de música e teatro, em suas mais distintas estéticas.


Susi Martinelli em "Eu ainda quero falar...", direção Rosa Coimbra, foto: Débora Amorim, 2005.



Ponte para o Invível (1988), de Ricardo Movits;

Letícia (1989), de Francisco Quaresma;

Brujerias (1990), de Italmar Barros;

A turma do Beco (1991), de Gustavo Pacheco;

Celebração da Vida (1991), de Fernanda Pelosi;

Réquiem (1998), de Mozart, coreógrafa convidada pelo Grupo Arte Maior;

Esse Homem, uma reflexão de vida (1998), da Cia. de Dança Deles;

Cotidiano (1999), quando foi contemplada no Projeto “Arte Por Toda a Parte”, levou o espetáculo à diversas cidades satélites do DF;

A Cor das Cordas (1999), no projeto “Sons Visuais” da Caixa Econômica Federal, direção cênica e coreografia do espetáculo. Direção musical de Flávio Fonseca;

Máscaras (2001) e Primata, (2001 e 2002), do Alaya Dança, atuando como ensaiadora, assistente de direção e de coreografia à convite de Lenora Lobo;

No período de 2001 a 2010 presta consultoria para o SESI (Serviço Social da Indústria) no Concurso Regional de Quadrilhas e na Mostra Nacional;

Senhora de Nazaré (2002), para Alaya Dança, criação e direção da obra que foi construída baseando-se em uma das mais conhecidas procissões brasileiras, o Círio de Nazaré, em Belém do Pará;

Coordenou e dirigiu o Projeto Entorno da Dança (2004), do Instituto Asas e Eixos, oferecendo oficinas gratuitas de dança, cenário/figurino, percussão e iluminação à 185 alunos da Rede Pública de Ensino do DF, na cidade de Taguatinga;

Pandora (2004) - Direção do espetáculo que contava com Mônica Berardinelli e coreografias de Yara de Cunto, Norma Líllia e Regina Maura;

Cantata cênica Catulli Carmina (2005), de Carl Orff, com o Madrigal de Brasília - assume a direção cênica da cantata, que teve a direção musical do maestro Éder Camúzis;

Gala (2005), de Mônica Berardinelli - coordenação de cena;

Trilogia "Eu ainda quero falar... (2000 - 2011)- Pesquisa de caráter investigativo de espetáculo em versões em desenvolvimento com com Susi Martinelli. Este processo apresentou como primeiro resultado o espetáculo “Eu ainda quero falar...”, que estreou em junho de 2005, em Brasília e tem apoio do FAC - Fomento de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal;


Em seguida, "Mesmo à distância, eu ainda quero falar... (2005 - 2006) com o qual foram contempladas com Prêmio Funarte Petrobrás de Fomento à Dança. A proposta deste espetáculo segue um processo diferenciado de pesquisa pois vale-se de novas tecnologias de Educaçâo à Distância para mediar a construção coreográfica. O espetáculo estreou em 2006 na cidade de Brasília com duas versões e mais duas em Votorantim/SP;

Em 2006 foi contemplada com o Projeto Residência Funarte para a utilização/ocupação da Sala de Dança Klauss Vianna, anexo ao Teatro Funarte Plínio Marcos;

A dança ao longo da história (2006), de Susi Martinelli - Rosa Coimbra assume direção do espetáculo. Também ministrou a oficina “Apreciação Estética em Dança

Em 2007 criou e dirigiu mais uma versão inédita do “Eu ainda quero falar...”.


Em 2009 as duas pesquisas (de versões e da criação à distância), estrearam em Lisboa (Portugal), com intérpretes de Lisboa (Portugal) e de Piracicaba (SP).

Foi responsável pelas coreografias das duas apresentações vencedoras, pelo Madrigal de Brasília com direção musical do maestro Éder Camúzis, no 58º Concorso Polifonico Internazionale Guido d”Arezzo em 2010, na Itália, na categoria música popular/folclórica.


O terceiro trabalho da trilogia intitulado "Agora eu quero ouvir... ", está em criação com lançamento previsto para 2012;


Sempre ativa e envolvida com a dança e seus movimentos, Rosa Coimbra já foi coordenadora de Bancas de Capacitação Profissional de Dança do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do DF (SATED-DF), dentre outras bancas examinadoras das quais participou ou foi responsável.


Atuação Política

Além disso, seu comprometimento com a dança não se reduz à atuação artística, mas abrange sua participação com a política e educação direcionada à Área ou que de alguma forma a envolva. Assim já participava ativamente como representante da comunidade na área de dança em inúmeras comissões de análise, estudo e implantação como nos casos da Proposta Pedagógica da Escola Profissional de Dança de Brasília” e do “Projeto de Criação e Instalação do Centro de Dança do DF”.


Seu papel e representatividade tem ficado cada vez maior e consistente, haja vistas que Rosa Coimbra não representa apenas a comunidade e sim a própria área de Dança em fóruns e outros âmbitos de discussão e decisão que a envolva e/ou afete seus profissionais.


Dentre as principais questões nas quais a participação de Rosa Coimbra foi essencial , até mesmo decisiva, destacam-se:.


1999 - 2000 Atuou como conselheira no Conselho de Cultura do Distrito Federal representando a área de dança, conseguindo verba do governo para a àrea, o que antes não existia.


Foi Diretora Fundadora da 1ª Associação de Dança do Distrito Federal e atuou como 1ª. Conselheira representante da sociedade da área de dança no Conselho de Cultura do DF no biênio 2000/2001.


2000 - 2007 Fundou informalmente o Fórum de Dança do DF. Em 2000 iniciou a articular-se com os profissionais da área contra as ingerências do Conselho de Educação Física. Permaneceu na Direção até o ano de 2007, quando este fórum se tornou oficial e Rosa Coimbra foi nomeada como Assessora na Secretaria de Cultura do Distrito Federal, ficando responsável pelo Centro de Dança.


2000 - 2003 Criou o Fórum Nacional de Dança, informalmente. Permaneceu na direção por três anos, até que em 2003 o fórum foi institucionalizado.


2003- Foi eleita para a primeira diretoria do Fórum Nacional de Dança e reeleita para os triênios 2005/2008, 2008/2011 e 2011/2014.


Integrou a Comissão Executiva Nacional do Fórum Permanente de Dança como representante da sociedade do Distrito Federal (2001/2002).


Em dezembro de 2001 foi eleita Diretora Executiva do Instituto Asas e Eixos e reeleita para o biênio 2004/2005.


2005 - 2007 Eleita pelo Fórum de Dança do DF como representante do Distrito Federal na Câmara Setorial de Dança da Funarte/MinC.


2008 - 2009 Eleita como representante (membro suplente) da Câmara Setorial de Dança no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) do Ministério da Cultura. Nesse mesmo ano foi eleita como representante do Centro-Oeste para o Colegiado Setorial de Dança MinC/CNPC(2008/2011).


2007 - 2010 Nomeada Assessora na Secretaria de Cultura do Distrito Federal, torna-se responsável pelo Centro de Dança (CD), que até então, dentre todas as instituições vinculadas à Secretaria de Cultura do Distrito Federal, era a única que ainda não tinha se tornado uma Diretoria. Na coordenação do Centro de Dança assume a luta por sua legalização e para torná-lo uma Diretoria como as outras.


2008 - 2010 Assume a Presidência do Conselho de Cultural do Distrito Federal.</p>


Foi Secretária Adjunta da Secretaria de Cultura do Distrito Federal (2010), Membro Titular do Conselho de Cultural do Distrito Federal (mandato 2010) e foi eleita representante titular da área de Dança no Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC/Ministério da Cultura (2010/2012). No CNPC foi eleita membro da Comissão Temática do Sistema Nacional de Cultura.


Contribuíções Outras

Como se já não fosse o suficiente o legado deixado em seus trabalhos artísticos, nas discussões e toda a ação política que Rosa Coimbra tem assumido em benefício dos profissíonais da Dança e da Dança em si, outras contribuições merecem um destaque especial:


Por sua ação junto aos orgãos responsáveis, Rosa Coimbra foi a articuladora para que a EMENDA À LEI ORGÂNICA Distrito Federal Nº 52, DE 2008, fosse assinada, fazendo com que 0,3% da Receita Líquida do Governo do Distrito Federal seja repassado para o Fundo de Apoio à Cultura (FAC). A Lei do FAC saiu graças à mobilização de várias pessoas, mas em especial de Rosa Coimbra, que conseguiu inclusive que o governador a assinasse em audiência pública, ocorrida no Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, no dia da Dança.


No dia 07 de maio de 2011, conseguiu a aprovação e assinatura do apelidado "Decretão", que além de legalizar o Centro de Dança, corrigia alguns erros com relação às difereciações de classe para que os funcionários do CD se igualassem aos da Secretaria de Cultura.


Homenagens

Ordem do Mérito Cultural do Distrito Federal, em 2001;

Homenagem do Ballet Norma Líllia Biavaty em 2004;

Homenagem do Stúdio de Dança Regina Maura em 2005;

Homenagem do Fórum de Dança do DF e Entorno em 2008 e 2009;

Homenagem pelo Incentivo à Cultura pela Associação Nacional de Dança de Salão em 2008;

Homenagem do I Festival de Dança de Salão do DF e Entorno em 2008;

Homenagem do Taguatinga Dança 10 anos em 2009;

Outorga do Diploma de Mérito Artístico e Cultural do Clube dos Pioneiros de Brasília e da Academia Brasileira de Arte Cultura e História em 2009;

Homenagem do Madrigal de Brasília, direção do maestro Éder Camúzis, em 2010.




REFERÊNCIAS

Consulta a arquivo, memorial/currículo pessoal de Rosa Coimbra, em 24 de outubro de 2011.

COIMBRA, Rosa. “A dança escrita no fazer: múltiplas visões da dança no Distrito Federal”. In: NORA, S.(Org.). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011.

MARTINELLI, Susi e De CUNTO, Yara. ' ' ' A História que se Dança: 45 anos do movimento da Dança em Brasília ' ' '. Concepção e Organização: Yara De Cunto, Texto: Susi Martinelli. 2005.

Lei do FAC


Agradecimento à Rosa Coimbra que gentilmente disponibilizou informações de seu arquivo pessoal,bem como as imagens ilustrativas para elaboração deste verbete.

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