Butô

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O estilo promoveu uma desestabilização e uma distorção nos conceitos que permeiam a consciência humana, da postura do homem em relação à vida e à morte. A distorção - entstellung por Freud - promove além de uma desfiguração, também um deslocamento, alterando não só aparentemente mas causando a mudança de lugar. Assim dando sentido ao deslocamento, mover-se na condição de expressar algo, a fim de apreciar a vida se conectando com espaço-tempo do universo. <br>
O estilo promoveu uma desestabilização e uma distorção nos conceitos que permeiam a consciência humana, da postura do homem em relação à vida e à morte. A distorção - entstellung por Freud - promove além de uma desfiguração, também um deslocamento, alterando não só aparentemente mas causando a mudança de lugar. Assim dando sentido ao deslocamento, mover-se na condição de expressar algo, a fim de apreciar a vida se conectando com espaço-tempo do universo. <br>
Ente a década de 70 e a década de 80, iniciou um movimento de sistematização do butô, o que foi chamado de butô-kabuki. <br>  
Ente a década de 70 e a década de 80, iniciou um movimento de sistematização do butô, o que foi chamado de butô-kabuki. <br>  
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Hoje, existem diversas formas de butô no mundo, alguns, mais conservadores, dizem que os espetáculos de hoje não podem ser considerados como butô.  <br>
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Hoje, existem diversas formas de butô no mundo, alguns, mais conservadores, dizem que os espetáculos de hoje não podem ser considerados como butô por o tornarem uma técnica sistematizada, sendo que, em princípio, sua filosofia prega um movimento que se origine no interior e se propague ao exterior e não o inverso.  <br>
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== Principais artistas ==
== Principais artistas ==

Edição de 03h24min de 5 de maio de 2013

Butô (舞踏 Butoh = “bu”, dança “toh”, passo) originalmente chamado como Ankoku Butô, (暗黒舞踏 ankoku butoh = “dança das trevas”).

"Butô é uma das mais arrojadas formas de dança contemporânea, única do Japão. Expressa ao mesmo tempo tantas idéias diferentes que é impossível defini-la. Ela somente choca e surpreende."(Kazuo Ohno)


SankaiJuku.jpg

Cia. Sankai Juku - espetáculo Hibiki - retirado de http://www.chyz.ca/quoi-de-neuf/critiques/danse/hibiki-sankai-juku/ - dia 25/04/2013 às 12:06


Tabela de conteúdo

História

Surgiu nos anos 50, no período pós- guerra, após diversos movimentos estudantis e em meio ao turbilhão de paisagens provocadas pelas bombas atômicas atiradas pelos Estados Unidos contra as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Neste período outros movimentos culturais culminaram e revolucionaram o Japão. Foi um momento de discussão entre artistas e pensadores sobre identidade, cultura, sociedade e política, que acabaram por alterar até mesmo a concepção sobre o corpo. Uma época que perdeu seus gestos por influências ocidentais e, a partir de movimentos de resgate e re-criação, busca se encontrar com sua natureza.
Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno são conhecidos mundialmente como criadores deste movimento artístico.
Em 24 de maio de 1959, a dança ficou conhecida pela performance Kinjiki (Forbidden Colors, Cores Proibidas) de Tatsumi Hijikata e o garoto Yoshito Ohno, em Tóquio. A sociedade japonesa o classificou como imoral por tratar de temas tabus, como homossexualidade, violência, vida e morte. A performance ainda chocou por não apresentar "coreografia" definida como na Dança Moderna e não havia uma referência clara às danças japonesas Nô ou Kabuki, possuía diversas referências e ao mesmo tempo nenhuma.
Em 1980, Kazuo Ohno e a companhia Sankai Juku foram convidadas a participar do 14º Festival de Nancy (Le Festival Mondial du Théâtre de Nancy), na França, o que marcou a difusão do Butô para além do Japão e o fez percorrer outros continentes como América, Ásia e Europa.


O movimento

Tatsumi Hijikata (1928 - 1986) e Kazuo Ohno (1906 - 2010) buscaram inspiração para criação nas vanguardas europeias (expressionismo, cubismo e surrealismo), e nas danças japonesas – como Nô e Bugaku. O Butô se aproxima mais ao bunraku, que lida com bonecos de madeira e se associa ao “corpo morto” dos bailarinos, o corpo é estático, a roupa lhe dá a vitalidade. O Butô é além de uma dança, uma filosofia, tem a pretensão de explorar o máximo do corpo e da (sub)consciência, transpor ao corpo a efemeridade e por isso, o corpo no Butô está sempre em transformação, construindo e desconstruindo sua identidade. Expressa a essência do indivíduo, suas verdades, sem máscaras, mesmo que isso revele aspectos positivos e negativos no interior do bailarino. Trabalha com um corpo vazio para seguir os instintos da alma, permitindo, assim, a fim de dar autenticidade e verdade à expressão, que se liberte dos arquétipos da mente e não reproduza esteriótipos e clichês. A maquiagem que geralmente é utilizada pelos bailarinos tem a função de neutralizar o gênero sexual, recriar em cena seres, masculinos e femininos.
O Butô é conhecido pelo ritmo lento e denso, mas Hijikata procurava o desejo e a tensão como estratégias para investigação do corpo e motivação da cena. Hijikata apreciava a precisão na execução dos movimentos, porém, sua pretensão era de eliminar movimentos ornamentais, trabalhar com o contraste entre formas simples, entrelaçando diversas linguagens, técnicas de dança e sua tradições possibilitando o redimensionamento do tempo, espaço e do corpo na dança.
Além disso, o tempo e espaço no Butô são particulares, longe do imediatismo - transitórios, transitam entre si e em si- são indiretos e não obdecem à uma métrica. O corpo acompanha esse movimento traduz-se nas sutilezas dos gestos revelando-se sem contornos nítidos, em movimentos descontínuos e assimétricos, busca um tempo não cronológico. Predominantemente desenvolvendo movimentos no plano baixo, torcendo, dobrando em si, exporando as possibilidades de espaço dentro e fora do corpo. O estilo promoveu uma desestabilização e uma distorção nos conceitos que permeiam a consciência humana, da postura do homem em relação à vida e à morte. A distorção - entstellung por Freud - promove além de uma desfiguração, também um deslocamento, alterando não só aparentemente mas causando a mudança de lugar. Assim dando sentido ao deslocamento, mover-se na condição de expressar algo, a fim de apreciar a vida se conectando com espaço-tempo do universo.
Ente a década de 70 e a década de 80, iniciou um movimento de sistematização do butô, o que foi chamado de butô-kabuki.
Hoje, existem diversas formas de butô no mundo, alguns, mais conservadores, dizem que os espetáculos de hoje não podem ser considerados como butô por o tornarem uma técnica sistematizada, sendo que, em princípio, sua filosofia prega um movimento que se origine no interior e se propague ao exterior e não o inverso.

Principais artistas

Tatsumi Hijikata
Kazuo Ohno
Sankai-Juku
Tadashi Endo


Referências

Link

Butô no Brasil

Bibliografia

BAIOCCHI, Maura. Butoh: Dança veredas d'alma. [S.l.]: Palas Athena, 1995. 132 p. ISBN 85-7242-011-8.
BOGÉA, Inês; LUISI, Emidio (Fotog.). Kazuo Ohno. São Paulo - SP: Cosac & Naify, 2002. 144 p., il. ISBN 85-7503-157-0.
GREINER, Christine. Butô: Pensamento em evolução. Ilustrações de Rachel Zuanon. São Paulo - SP: Escrituras Editora Ltda, 1998. 136 p., il., 22 x 22 cm. ISBN 85-86303-32-1.

E-book
GREINER, Christine. O colapso do corpo a partir do ankoku butô de Hijikata Tatsumi - disponível no dia 10/04/2013 em: http://www.japonartesescenicas.org/estudiosjaponeses/articulos/ankokubutoh.pdf

GREINER, Christine. A diáspora do corpo em crise: do teatro japonês aos novos processos de comunicação do ator contemporâneo - disponível no dia 10/04/2013 em: http://www.revistasalapreta.com.br/index.php/salapreta/article/view/102/100

TIBÚRCIO, Larissa Kelly. Visibilidades Espaço-Temporais do Corpo na Dança Butô - disponível no dia 10/04/2013 em: http://www.portalabrace.org/vcongresso/textos/dancacorpo/Larissa%20Kelly%20de%20O%20M%20Tiburcio%20-%20VISIBILIDADES%20ESPACO-TEMPORAIS%20DO%20CORPO%20NA%20DANCA%20BUTO.pdf

CALDEIRA, Solange. BUTOH: A DANÇA DA ESCURIDÃO - disponível no dia 10/04/2013 em: http://www.mimus.com.br/solange2.pdf

Sites
http://en.wikipedia.org/wiki/Butoh
http://pt.wikipedia.org/wiki/Butoh
http://www.centromeme.com.br/arquivo/332
http://www.opalco.com.br/foco.cfm?persona=materias&controle=116

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