Denishawn (Escola de dança)
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A escola
Fundada em 1915 por Ruth Saint Denis e Ted Shawn, ícones da Dança Moderna americana, a escola possuía uma ideia inovadora que mantinha a ligação da dança com a religião. Ruth que foi um ícone da dança moderna americana, se interessava pelos aspectos espirituais, pelo exotismo e misticismo dentro da dança e Ted que estudou teologia e terapia física, acreditava na força das inúmeras danças espalhadas pelo mundo.
A união dessas duas personalidades resultou na criação dessa escola de dança e artes, que se tornou um ícone mundial da dança moderna por mais de dez anos. O primeiro local que a escola se instalou, foi em uma mansão com características espanhola no alto de uma colina, em Los Angeles, na Califórnia. Dentro da mansão existiam dois espaços destinados às aulas, um estúdio interior e um salão de baile ao ar livre. O estúdio interior era destinado ás aulas de Ruth, restando para Ted o salão ao ar livre.
Durante todas as manhãs eram aplicadas aulas de técnica, essas aulas eram caracterizadas primeiramente por alongamentos e exercícios de ballet aplicados por Ted e em um segundo momento, Ruth aplicava técnica das danças orientais e de yoga. Os alunos na maior parte do tempo executavam as aulas com os pés descalços. As movimentações aplicadas em aulas tinham uma riqueza e peculiaridade particulares, um nível profissional belíssimo, fazendo assim com que a maioria dessas movimenttações fossem aproveitadas para futuros espetáculos da escola.
Uma escola em Massachusetts, Marion Rice Studio of Dance, continuou aplicando os ensinos da Denishawn por mais de cinquenta anos, afirmando ainda mais a importância de seu método para a história da dança.
Grandes nomes que passaram pela Denishawn
- Martha Graham ;
- Doris Humprhey;
- Charles Weidman;
- Louise Brooks.
Como foi falado acima, os alunos faziam as aulas de pés descalços. As aulas eram iniciadas na barra com um alongamento típico, logo após eram aplicados sequências de movimentos do ballet como, relevés lentos em arabesque, fouettes, rondes jambes, entrechats entre outros. Após eram dados alguns port de brás e outras progressões dessas movimentações, ainda com foco no ballet. Em determinado momento, os alunos, individualmente mostrava seus pas de basques, em todas as aulas acontecia esse momento.
No final das aulas, os alunos realizavam o “arms and body”, ou seja, “braços e corpo”, que eram movimentos livres.
Os alunos da Denishawn aproveitaram para atuar em diversos locais como, escolas, estádios, teatros, entre outros. Em 1916, foram convidados para atuar no imponente Palace Theater de Nova Iorque. A Denishawn foi a primeira escola a apresentar danças orientais, na China,na Malásia, na Índia, no Japão, e nas Filipinas. Em diversas vezes as apresentações lembravam aspectos do ballet clássico, como iluminação e os figurinos bem elaborados.
As categorias de integração dos trabalhos
- Orientalia - considerado o primeiro e verdadeiro trabalho da companhia, produzido por Denis e Shawn, se caracterizava por solos de danças orientais e outras partes em grupo. Essas partes foram baseadas em movimentos e ambientes indígenas. Radha foi um famoso exemplo desse período, solo feito por Ruth, onde dançava representando uma serpente com movimentos com os braços, possuindo anéis que representavam os olhos da cobra em seus dedos.
- Americana - enquanto Ruth se inspirava no extremo Oriente, Ted partia para as culturas americanas. Nos seus trabalhos podia se observar a predominância de aspectos da cultura americana como, músicas, figuras e costumes.
- Visualização da Música - Inspirada pela ligação de Isadora Duncan com a música, Ruth desenvolveu trabalhos onde o corpo acompanhava o ritmo musical, se a música fosse mais rápida o corpo entrava em um estado de stress, caso fosse lenta, eram realizadas movimentações leves.
- Miscelânea - pode também ser chamado de “Denishawn divertissement’’, pequenos trabalhos feitos da união de todos os outros que não se enquadram nas outras categorias”. Nestes não era necessária a apresentação de ballet.
Veja Também
Referências
BOUCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
