Dora Andrade

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Bailarina e coreógrafa cearense, Dora Andrade é a idealizadora e fundadora da Edisca (Escola de Dança e Integração Social para Crianças e Adolescentes), que funciona em Fortaleza desde 1991.

Edisca Dora Andrade.jpg

Tabela de conteúdo

Biografia

Dora Isabel de Araújo Andrade nasceu em 13 de março de 1959, em Fortaleza. Filha de um advogado e de uma artista plástica, irmã do também bailarino Gilano Andrade, começou sua trajetória aos 10 anos de idade, com aulas de balé clássico, no Theatro José de Alencar, tendo como mestre o bailarino, professor e coreógrafo Hugo Bianchi. Ainda no Ceará, frequentou a Academia Goretti Quintella.

Em busca de expressões contemporâneas de dança, participou de oficinas com Gisele Santoro, em Brasília, e morou em Curitiba. Nos Estados Unidos, teve aulas no Minnesota Dance e Jazz Music Company, e em Paris, no Peter Goss Center.

De volta a Fortaleza, fundou a própria companhia juntamente com outros nomes locais, passando a levar a dança para cidades do interior do Ceará, como Quixadá e Sobral, onde montou escola particular de balé exibindo espetáculos no Teatro São João. Também dava aulas de dança e palestras de cunho cultural na periferia da cidade. Nessa mesma época, Dora montou um grupo para promover a dança em locais onde ela não é comumente vista, como cadeias, asilos, em pequenas cidades no sertão, nas praças e nas praias.

Dora Andrade e grupo.jpg

No final dos anos 80, em Fortaleza, com o Grupo de Danças Dora Andrade, começou a trabalhar com crianças da periferia da cidade promovendo oficinas temporárias nas comunidades. Era o embrião da Edisca. Aos poucos, a bailarina que mantinha duas academias de dança na capital do Ceará, foi deixando suas aulas particulares e se dedicando exclusivamente ao projeto. Em 1991, nascia oficialmente a Edisca, com 50 crianças vindas do Morro Santa Teresinha. Nove meses depois, a Escola estreava O Maior Espetáculo da Terra, montagem de dança elogiada pela plateia cearense.

Dora é mãe de duas filhas.

Criações coreográficas

Mobilis (2003) – propõe um novo modo de ver o mundo, no balanço entre a ordem e o caos, o real e o virtual, num jogo de gravidade e suspensão.

Todos esses espetáculos foram apresentados pelo Corpo de Baile da Edisca

Balé Jangurussu

O espetáculo que estreou em 1995, coreografado por Dora Andrade, é um marco na sua trajetória e na história da Edisca.

Narra a dura realidade das famílias que sobrevivem dos aterros sanitários dos grandes centros urbanos, catando do lixo para sobreviver.

A coreógrafa se inspirou no maior aterro sanitário de mesmo nome que existia em Fortaleza. Foi motivado pela visão de crianças disputando com urubus pedaços de alimentos em decomposição, mães amamentando bebês sentadas nas montanhas de lixo e homens duelando pelo domínio da melhor parte dos dejetos, que

Jangurussu tem um tom de crítica social e provoca uma reflexão sobre as causas sociais que geram tais circunstâncias.

A trilha sonora é uma colagem musical de Chico Sales.


O que se disse

De Eduardo Diatahy B. de Meneses, no Jornal da Poesia, em dezembro de 1995:

“…O Balé Jangurussu é representação dramática do quotidiano dos catadores do hoje célebre aterro sanitário do Jangurussu,
na periferia de Fortaleza. Sei que não são coisas propriamente comparáveis, mas em matéria de desfrute artístico a analogia
que me ocorria por associação livre era com algo tão belo quanto a versão cinematográfica que fez Bergman da Flauta Mágica
de Mozart. São duas experiências semelhantes na sua inexcedível grandeza estética. A diferença radical entre os dois espetáculos
é de natureza mais profunda e consiste em que o talento do diretor sueco se exerce sobre os séculos de densidade cultural européia,
ao passo que a refinada criação de Dora Andrade e colaboradores se faz por sobre séculos de miséria, transfigurada em beleza.
Com efeito, como é possível extrair de tal penúria de condições materiais daqueles meninos e meninas também catadores de lixo tanto
encanto, tanta harmonia e tanto ritmo?”

Edisca

Em um documentário da série Perfil, produzido pela TV Assembleia de Fortaleza, Dora Andrade define assim a missão da Edisca:

"A missão da Edisca não é apenas forma bailarinos, mas disponibilizar espaço pedagógico, rico de oportunidades e possibilidades,
e servir de alicerce para que crianças e jovens que passam por essa organização saiam preparadas e fortalecidas em sua auto-estima"

Organização sem fins lucrativos, a A Edisca (Escola de Dança e Integração Social para Crianças e Adolescentes) promove o desenvolvimento de crianças em situação de risco social, por meio da dança, teatro e artes. Desde sua criação, em 1991, Dora Andrade tem se dedicado exclusivamente ao projeto.

Os primeiros programas implementados na Edisca foram Dança, Teatro e Canto Coral. A Escola passou a contar também com um reforço do ensino formal, além de programas de nutrição e saúde.

Os espetáculos da Edisca já foram vistos em cidades do Brasil (Ilhéus, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras) e do exterior (Dusseldörf, na Alemanha; St. Pölten, Áustria; Paris, França; e Nova York, EUA)

Referências

Debates especiais Grandes Nomes O POVO http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/11/26/noticiasjornalvidaearte,2960147/dora-andrade-e-primeira-entrevistada-da-serie-debates-grandes-nomes-2012.shtml

Página oficial http://www.edisca.org.br/br/

Blog: http://mulheresquebrilham.wordpress.com/dora-andrade-voce-sabe-quem-e/

Blog: http://www.edisca.org.br/blog/2012/04/

"A recepção dos espectáculos de dança produzidos por uma ONG brasileira" - Isaurora Cláudia Martins de Freitas – disponível em http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR460e80f4e5860_1.pdf

"A Síndrome de Herodes Eduardo Diatahy B. de Meneses" – disponível em http://www.revista.agulha.nom.br/diath03.html http://www.edisca.org.br/blog/2012/04/

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