Trama Cia de Dança
De Wikidanca
A Trama Cia de Dança foi fundada em março de 2007, em Belo Horizonte, por sete artistas da dança que acreditam no trabalho colaborativo com base no respeito, confiança e um objetivo em comum: difundir o pensamento de que a dança é intensamente mobilizadora de conceitos, símbolos e significados.
Toda a criação e concepção dos espetáculos, pesquisa de movimentos, escolha e indicação dos profissionais envolvidos no cenário, figurino, designer gráfico, e qualquer outra participação na Cia. é abertamente discutida pelos integrantes. Partindo desse propósito, toda a direção administrativa é executada pelas bailarinas e os projetos e metas do grupo são decididos em comum acordo. A Trama Cia. de Dança trabalha de maneira coletiva, sem nenhum fonte de patrocínio direto, para tal desenvolve projetos e espetáculos que viabilizem a continuação e difusão do pensamento em dança em que acreditam.
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Cúmplices da Trama
Este projeto tem o intuito de viabilizar a sobrevivência desta Cia de dança, através do apoio financeiro daqueles que chamamos de cúmplices.
Cúmplice é aquele que entende a importância da arte para uma sociedade e, tendo ciência do quão difícil é ser um profissional da dança neste País sem um suporte financeiro, está disposto a contribuir, acreditando e investindo no potencial artístico deste grupo.
Tendo contado com a ajuda pontual de colaboradores para realização de seu primeiro espetáculo e estando trabalhando na criação e construção do próximo, as bailarinas arcam com todo o investimento necessário à manutenção da Cia. Por tudo isso, surgiu a idéia de obtenção de recursos junto aos cúmplices, em um montante individual mensal que não lhes comprometa o orçamento, mas que somados, no melhor espírito "a união faz a força", possam garantir a manutenção das atividades da Trama.
A matemática do projeto é simples: cada cúmplice contribui com uma quantia fixa por mês e a contrapartida de cada cúmplice, além da boa sensação de poder colaborar com um projeto artístico, consisti em: 01 (um) ingresso especial para o próximo espetáculo; uma camiseta da Trama; e a divulgação de seu nome como Cúmplice no site da Cia além de concorrer a ingressos de espetáculos em cartaz na cidade.
Com esta iniciativa a Trama Cia de Dança espera continuar crescendo, mostrando seus talentos, fazendo amigos e divulgando a arte de dançar.
Arte no Cardápio
A Trama Cia. de Dança tem como objetivo aproximar o público da dança através de seus espetáculos e projetos. Nesse sentido a Cia. realiza o Projeto Cultural "Arte no Cardápio" em parceria com o Bar A Gosto de Deus.
O Projeto surgiu em fevereiro de 2008. A proposta é dar visibilidade à dança e aos artistas através da realização de apresentações, esquetes, intervenções e performances cênicas durante o funcionamento do bar. São realizadas 4 apresentações todas as sextas-feiras entre 19h30 e 22h30, além de distribuição de programas informativos sobre a dança e o artista.
"Arte no Cardápio" tem tido grande aceitação do público devido a proximidade deste com o artista e a diversidade das apresentações.
Repertório
Pequenas Punições Diárias
A primeira produção da Trama Cia. de Dança, o espetáculo "Pequenas Punições Diárias", é inspirado no trabalho - com mesmo título - da artista plástica francesa Annette Mesager.
O espetáculo é assim a presentificação da ação-reação da juventude feminina diante dos códigos e padrões sociais, que ditam regras e prazo de validade para o corpo, o movimento, a imagem e a personalidade.
Qual o limite entre o prazer e a obrigação? Lida com a diferença em si da relação com padrões ideais de beleza, a necessidade de cristalizar o tempo determinando prazo de validade. Pensar na ação do tempo, desejar congelá-lo e vivê-lo com prazer e autonomia: dieta, cabelo, salto alto, TPM, chocolate, competitividade. São pequenas punições diárias do "universo mulher", questões que perpassaram a construção do espetáculo concebido por um processo de colaboração. O grupo desenvolveu uma pesquisa estabelecendo um padrão de movimento baseado nas ideias da decomposição das ações, de recortes, de construção de uma mulher-mosaico.
A elaboração da trilha sonora e do vídeo seguiu o mesmo processo, criando um diálogo em tempo real entre bailarinos, sonoplasta e vídeo-maker durante as apresentações.
Origami
A peça coreográfica perpassa as etapas minuciosas da criação de um Origami, a arte japonesa de dobrar o papel. O passo a passo, a paciência, a atenção, cada dobra, cada detalhe, a simplicidade dos movimentos, um seguido do outro, resultam em uma obra única.
O espetáculo convida os espectadores resgatar a beleza da simplicidade. O que se enfatiza é a necessidade de vivenciar e observar o processo de construção, um por vez, os movimentos, etapa por etapa. Cuidar dos detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos pelas pessoas devido ao cotidiano turbulento.
"A proposta é sensibilizar a platéia. Um momento meditativo, de reflexão. De pausa", explica a diretora da Trama, Joelma Barros. A colaboradora artística da Cia. Joanna Wanner,vai além: "Origami nos leva a um estado contemplativo. Me passa serenidade, uma espécie de vida ideal, algo que não existe no mundo ocidental", diz. As dançarinas não são ali mulheres. São corpos que oscilam de acordo com as 4 estações do ano. Com sensações de frio, calor, tranquilidade, inquietude. Momentos sublimes e intensos.
A música é contemporânea. O movimento das bailarinas cria imagens puras, no sentido de simplicidade. "Isto me inspirou a pesquisar sons mais puros e alternativos, sem alterações e intervenções eletrônicas, gerando um ambiente peculiar, traduzidos em uma sonoridade mais rústica", explica o responsável pela trilha sonora, Cristian Martins.
Segundo o artista plástico Guilherme Cunha que colaborou como diretor de fotografia é preciso aprender a se desdobrar e se reconstruir, gerando novas possibilidades de ação.
A etapa de construção do projeto Origami nos possibilitou vivenciar um deslocamento da nossa esfera de atuação formal sendo visitados por uma serie outros pontos de vista que potencializaram a execução de cada tarefa do processo de elaboração do espetáculo.
Como a plástica do espetáculo é muito intensa, um figurino singelo foi a melhor opção. "Quando, em maio de 2008, Joelma Barros me deu a notícias de que o próximo espetáculo da Trama se chamaria Origami, comecei a pesquisa do figurino, conta Érica Lorentz, figurinista da Cia. Ela fez vários esboços, desenhos mais estruturados, peças bem elaboradas. Pensou até em um figurino mais minimalista. "Juntamente com o grupo, concluímos que roupas simples, desconstruídas, confortáveis e fluidas tinham a cara do espetáculo.
Muderno
O espetáculo de rua "Muderno" foi criado coletivamente com direção de Joana Wanner e apresentado no dia 04/04/2008 no Projeto Passarela da Cultura - Rodoviária de Belo Horizonte, no dia 15/05/2008 na cidade Carmo do Parnaíba e em Agosto de 2008 no Centro Pedagógico da UFMG.
Ficha Técnica
- Bailarinas Colaboradoras:
Bárbara Pessali
Carolina Vieira
Célia Tadeu
Luciana Damasceno
Nathália Cunha
Raíza Costa
Talita Souza
- Artistas Colaboradoras: