Téssera Cia de Dança UFPR

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Naianasato

A Téssera Companhia de Dança da Universidade Federal do Paraná é um dos grupos artísticos sob responsabilidade da Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR.

Este artigo foi extraído do texto TÉSSERA COMPANHIA DE DANÇA DA UFPR, de Cristiane Wosniak, cuja reprodução foi autorizada pela autora.

Tabela de conteúdo

A origem

O Grupo de Danças da Universidade Federal do Paraná nasce no dia 10 de maio de 1981, sob as transformações das relações entre o balé clássico e a dança moderna em solo curitibano.

A onda experimental das atividades desenvolvidas no cenário curitibano, por artistas ligados primeiramente à Fundação Teatro Guaíra, referência estatal e mais tarde à União dos Artistas Independentes Contemporâneos (UAIC), influenciariam sobremaneira a ideologia do grupo.

Inicialmente o Grupo de Danças, criado por Vera Domakosky, professora Mestra de Rítmica do Curso de Educação Física da UFPR e pelo monitor de sua disciplina, Rafael Pacheco, potencializa o nascimento de um projeto revolucionário dentro de uma instituição de ensino superior público e gratuito: a popularização de uma atividade artística, tida em vários meios sociais, como elitista.

O Grupo de Danças da UFPR propõe em sua gênese uma situação única: cerca de três centenas de integrantes convivendo diariamente com propostas coreográficas de vários tipos e modalidades, resultantes das inquietações e experimentos de seus dois fundadores.

O Grupo de Danças da UFPR: proposta de popularização

O Grupo de Danças da UFPR, integrado por 318 pessoas com idade entre 15 e 40 anos (apenas 52 integrantes não eram alunos dos cursos de graduação da instituição), iniciava suas atividades no Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná (Setor de Ciências Biológicas). Ocupava as dependências do Ginásio de Desportos da UFPR e uma sala de Rítmica, na BR-116.

Considera-se o primeiro Grupo de Dança que se formou em Curitiba a partir do ‘Método do Movimento Rítmico (MMR)’.

O grupo era, segundo seus fundadores, “necessário e bem vindo na instituição, que defende iniciativas institucionais de caráter permanente, de forma a promover intercâmbios culturais e lazer para a população, permitindo aos praticantes de dança o equilíbrio físico e mental.” [1]

Em diversas entrevistas, entre 1981 e 1982, os idealizadores do projeto afirmavam que o objetivo principal, no início do grupo, era reunir alunos de todos os cursos da instituição, interessados na prática da dança, em vários estilos, sem necessidade de conhecimento técnico aprofundado.

Devido à grande receptividade – mais de trezentos inscritos – houve a necessidade de uma redistribuição destes integrantes, que foram selecionados e divididos em três turmas: iniciantes (turma noturna – três vezes por semana), intermediários e adiantados (grupo com maior experiência artística e selecionados após audição interna).

Rafael Pacheco, bailarino e ator profissional, integrou-se de tal forma ao projeto, que ultrapassou, e muito, a carga horária disponível para as suas funções de monitoria.

Embora a idéia da criação do grupo não fosse recente, a viabilidade se devia ao apoio que a área de Educação Física recebia do reitor Alcy Ramalho.

A imprensa local destacava o fato inédito na composição de um grupo de dança: o grande número de integrantes:

A idéia era simples: dar oportunidade a todos para dançar, independente do nível técnico. Uma idéia que começou no 2º semestre de 1981 e teve seus primeiros aplausos no dia 20 de agosto de 1982, quando foi realizada a primeira apresentação pública, no ginásio de esportes da Universidade Federal do Paraná. Os iniciadores foram a professora de Rítmica do Departamento de Educação Física, Vera Lúcia Domakoski, e, Rafael Pacheco, na época monitor acadêmico da disciplina. Eles estimularam os alunos a realizar um espetáculo de danças, ao término da disciplina. A participação neste evento foi tão marcante – lembram – que os alunos solicitaram continuação do trabalho, mesmo depois de estarem liberados da disciplina, o que ultrapassava o acadêmico e entrava nas esferas da arte. Daí surgiu a idéia de criar o Grupo de Danças da UFPR. No final de 1982, o grupo possuía 318 participantes entusiasmados. [2]

Quanto aos métodos de preparação técnica do elenco, as referências são ecléticas: a professora Vera Lúcia Domakoski acreditava que somente da quantidade se extrai a qualidade. Os resultados dos trabalhos podem ser medidos pelo grande número de apresentações públicas, registradas ano a ano, não só em ginásios de esportes, como também em palcos e até em campos de futebol...

Constam do repertório das primeiras apresentações, em 1982, as seguintes obras:

Após um ano de atividades, o grupo de bailarinos começa a demonstrar um natural desnivelamento técnico. Os diretores decidem então, fracionar o elenco e criar um Corpo de Baile, que seria responsável pelas montagens que exigissem maior nível de exigência técnica e interpretação artística. Personalidades de destaque no cenário da dança paranaense, principalmente ligados à Fundação Teatro Guaíra, e alguns mestres de Dança e Rítmica da UFPR, são convocados para compor a banca julgadora da Audição Interna para a seleção do grupo de elite.

Trinta e seis candidatos são aprovados nesta primeira seleção para compor o Corpo de Baile: 19 dançarinas e 17 dançarinos. O elenco feminino era composto por: Carla Maria Bayerstorf, Cássia Galvão, Cristiane Wosniak, Daisy Almeida Corrêa, Denise Maria Schultze, Eliane Lago, Elizabete Maria Caldeira, Helena Maria Rebello, Iara Maria de Abreu, Jacqueline Novack Cleto, Karen Lundgren, Karina Wolff, Márcia Maria Ianoski, Maria Marta Chueiri, Marisa Henicke, Thereza Cristina Accioly, Valéria Copaverde, Vânia Albuquerque e Yolda Maria Reis.

O elenco masculino era composto por: Cristiano Homem D’El Rey, Edgar Cliquet, Edson Guilherme Chamano, Francisco França, Gilmar Soares Dias, Jefferson Luiz Barbosa, Kenzo Sato, Luiz Albino Boetto Junior, Marcos Prata Garcia, Maurício João Cachel, Maurício Kennedy Vogue, Maurício Luiz Kella, Nei Eduardo Branco, Ricardo Garanhani, Roberto Márques, Sávio Christiano de Pádua e Valter Maione Filho.

Em 1983, o repertório é ampliado:

A partir de Fly, Rafael Pacheco, inicia, ainda de forma intuitiva, suas pesquisas mais apuradas com a linguagem da dança moderna.

Surge, então, em 1984 um pequeno núcleo de pesquisa da linguagem específica da dança moderna. Um grupo, restrito, dentro do grupo principal, sob a direção do professor e coreógrafo Rafael Pacheco. O objetivo era desenvolver um trabalho técnico corporal diferenciado e intensivo, voltado a uma performance mais criativa, potencializando os referenciais da dança moderna e dos elementos teatrais.

Neste ano foram desenvolvidos trabalhos que causaram um ‘estranhamento’ no público em geral, devido às suas peculiaridades, inovações e propostas estéticas diferenciadas. O conceito anteriormente adotado – massificação, popularização e temas brasileiros – passa por uma revisão estilística: a idéia geradora do movimento coreográfico pode resultar de qualquer material criativo: o símbolo, o cotidiano, o non sense, o ritual, a energia cênica e os princípios básicos do movimento – tempo e espaço – começam a tomar forma e expressão em obras como: Fly – marco simbólico desta ruptura estética e Ponto Quatro.

Repertório coreográfico mapeado em 1984:

Ressalta-se que os integrantes do núcleo de pesquisa em dança moderna, proposto por Rafael Pacheco, ainda participavam de todas as aulas e ensaios do Grupo de Danças, em sua composição de mais de trezentos integrantes, apresentando-se em suas montagens coreográficas, como bailarinos de destaque – solistas.

A partir de 1985 as idéias de Rafael Pacheco, oriundas de sua experiência como ator e diretor teatral na cena curitibana, passam a germinar neste pequeno coletivo, cuja preparação técnica se intensifica com um programa diário, dividido entre aulas práticas, laboratórios de improvisação e composição coreográfica, além dos ensaios e apresentações constantes.

A inevitável seleção natural ganha terreno. Dos mais de duzentos integrantes iniciais do projeto criado no Centro de Educação Física, o grupo transformou-se, reduzindo-se pouco a pouco, após sucessivas seleções, bancas e audições, a quinze integrantes, masculinos e femininos, que vislumbravam na linguagem da dança, algo mais do que mero lazer e entretenimento.

Foi também em 1985, que Rafael Pacheco conheceu Eva Shul, vinda de Nova York, onde passara alguns anos entre estudos, criações e apresentações na área da dança moderna. Assim, as idéias inicialmente esboçadas do coreógrafo e diretor, ganharam eco, incentivo e estímulo à continuidade, o que desencadeou a filosofia de trabalho a ser adotada na segunda fase desta companhia: uma hibridação de linguagens e estilos provenientes, por intermédio de Eva Shul, das técnicas de Mary Wigman, Hanya Holm e Alwin Nikolais, referenciais formativos da artista.

Formado em Educação Física e especializado em Dança na Universidade Federal do Paraná, Rafael Pacheco é admitido, em 1985, no corpo docente do [[Escola de Dança Teatro Guaíra | Curso de Danças da Fundação Teatro Guaíra, além de lecionar Dança Moderna no Curso Superior de Dança, então pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Paraná em convênio com o Teatro Guaíra.

Com vasta experiência no teatro e no cinema, e vivendo intensamente o panorama das artes cênicas em Curitiba, como professor e coreógrafo, o diretor decide transferir a sede do grupo, que passa a pertencer à Pró-Reitoria de Órgãos Suplementares – que seria em breve a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura – e ocupar as dependências do prédio central da UFPR, na praça Santos Andrade.

Uma das obras mais emblemáticas do período é High Society, uma espécie de crítica ao comportamento do indivíduo em sociedade, estruturada a partir dos elementos da dança-teatro. Esta obra era, na verdade, uma adaptação do Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização de Rafael Pacheco e que trazida para o Grupo de Dança da UFPR, encontrou no elenco recém formado, condições de explorar a interpretação dos personagens por meio da dança.

Eva Shul é convidada a coreografar um solo contemporâneo, Momento, para a bailarina Cristiane Wosniak.

A seguir, o mapeamento do repertório produzido em 1985, ano de transição histórica:

O momento de mudanças, literais – nova sede, novo elenco, novas propostas e linguagens – gerou uma série de questionamentos acerca da situação da dança em suas relações e diálogos com as demais linguagens artísticas.

A criação de uma identidade coreográfica

A partir de 1986, sob a gestão do reitor Riad Salamuni, o Grupo de Dança da UFPR ocupa as instalações na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, num amplo estúdio do 3º andar do prédio histórico na praça Santos Andrade.

Nesta fase, os elementos das artes cênicas – princípios norteadores das escolas de interpretação cênica – começam a ser re-visitados pelo grupo em suas pesquisas para a redefinição de uma nova identidade estética para os trabalhos coreográficos a serem desenvolvidos.

Aulas diárias de dança moderna passaram a ser divididas com experimentações laboratoriais do gesto cênico, expressividade, textos de Constantin Stanislawsky e Jerzy Grotowsky, além dos exercícios propostos por Rudolf von Laban em sua busca do gesto significativo. Estes e outros princípios levaram à discussão e experimentação da linguagem proposta pelo Grupo de Dança que se apresentava ininterruptamente com obras compostas por seu diretor-coreógrafo e por convidados de renome nacional e internacional:

Eva Shul, Paulo Buarque e Luis Saião são alguns dos coreógrafos especialmente convidados pelo diretor Rafael Pacheco, por considera-los como “três dos melhores coreógrafos contemporâneos da atualidade”. Também Márcia Squiba e Maurício Vogue apresentam uma obra coreográfica, selecionada a partir de um ateliê de criação [processo interno do Grupo de Dança] com música do grupo Super Tramp. A iluminação fica a cargo do renomado artista e diretor teatral, Marcelo Marchioro. Já os figurinos foram idealizados por Rafael Pacheco e pelos próprios coreógrafos, num processo de montagem [divididos entre aulas e ensaios] que durou oito meses. [3]

Destacam-se no repertório de 1986 as seguintes obras coreográficas:

A partir de Lamentos, obra com caráter notadamente expressionista, com música de Gustav Mahler (Canção para Ninar Crianças Mortas), o grupo toma contato, pela primeira vez, com a obra do francês Antonin Artaud e o seu ‘teatro da crueldade’.

Tem início a fase em que as propostas coreográficas de Rafael Pacheco definem uma ‘marca registrada’ da companhia: o cunho ritualista impresso em cada uma das cenas criadas a partir da energia orgânica, do gesto significativo e da concentração e do potencial criativo do corpo em movimento.

Por seu envolvimento em diferentes pólos culturais na cidade de Curitiba – Fundação Teatro Guaíra, Curso Superior de Dança e Curso Permanente de Teatro – o diretor tem acesso e contato com profissionais renomados no campo da criação coreográfica contemporânea e viabiliza convites para que estes criadores possam trabalhar algumas peças curtas na composição de um repertório diversificado e eclético, porém fundamentado nos princípios da contemporaneidade. Assim, da UAIC e do BTG, vem o bailarino e coreógrafo Paulo Buarque, que concebeu a obra Segredos a partir da Sinfonia Concreta de Luciano Bério.

Luis Fernando Sayão, coreógrafo mineiro, criou duas obras de caráter teatral, Cosmic Blues (solo) e Vigília para um Senhor Morto, exigindo dos intérpretes, não apenas domínio técnico, mas também expressividade cênica.

Mas os grandes destaques do período foram duas obras distintas: Celacanto de Rafael Pacheco, um solo abstrato, baseado nas características e energia orgânica dos animais e criado especialmente para a bailarina-intérprete Ana Denise Beck e Hall Of Mirrors de Eva Shul, marcadamente contemporânea e vanguardista e criada a partir da composição do grupo alemão Kraftwerk.

Em Hall Of Mirrors os sete bailarinos portavam estruturas em material de PVC, branco, simulando molduras de espelhos, enquanto os movimentos e a cena progrediam em quadros referenciais levando aos questionamentos de um mundo de imagens e aparências enganosas.

Estas duas obras foram as grandes vencedoras do V Festival de Dança de Joinville, em 1987, nas modalidades solo contemporâneo e dança contemporânea. Iniciava-se, então, um percurso vitorioso do Grupo nos mais importantes festivais, encontros e mostras de dança no Brasil.

Os bailarinos que atuaram em Joinville neste momento histórico do Grupo de Dança, foram: Ana Denise Beck, Andréa Sério, Carlos César, Cristiane Sanson, Cristiane Santos Souza, Cristiane Wosniak, Deusamar Barros, Jaqueline Trevisan, Josélia Salomé, Maristela Teixeira, Maurete Schumacker, Mauricio Vogue e Viviane Magrini.

As apresentações do Grupo de Dança, em 1986 e 1987, se estenderam às cidades de Paranaguá-PR, Ponta Grossa-PR, Maringá-PR, Joinville-SC, Ivaiporã-PR e Dourados-MS, onde as seguintes obras coreográficas do repertório, eram apresentadas:

Metrópolis (Carlos Cortizzo), Limites Urbanos (Carlos Cortizzo), Ária (Eva Schul), Outono (Rafael Pacheco), Vetores (Cristiane Wosniak e Ana Denise Beck), Motion (Josélia Schwanka) e Imagens (Rafael Pacheco)

O elenco completo do grupo – no período entre 1986-87 – era composto pelos seguintes bailarinos:

Ana Denise Beck, Andréa Sério, Adriane canale, ÂNGELA CORREA, Beatriz Blohn, Carlos Cesar, CECÍLIA SILVEIRA, Claudemir Pinheiro, Cristiane Wosniak, Cristiane Santos Souza, Cristiane Sanson, Cristiane Almeida, Deusamar Barros, Deise Andrade, Fernanda Varella, Francisco Moura, Heloísa Mello, Jaqueline Trevisan, JANE CASAGRANDE, JANE DURIGAN, Josélia Salomé, Kátia Okuyama, Karen Franklin, Luciana Paludo, Marcilene Mazzalli, MARI ADAD, MÁRCIA SQUIBA, Maristela Teixeira, Maristela Silva, Mauricio Vogue, Maurette Schumacher, Maria Inês Reichmann, Regina Vieira, Reina Lainez, ROGÉRIA VELOSO, Rosana Badeluk, Rosane Klein, Simone Amaral, STELA MARIS SILVA, SUYAN LIMA, TATIANA GASTALDON, Valéria Oliveira e Viviane Magrini.

Neste ano o Grupo de Danças da UFPR vence, também, o Festival Dance Conosco, exibindo as coreografias Hall Of Mirrors de Eva Shul e Metrópolis de Carlos Cortizzo, concorrendo com a maioria dos grupos, escolas e academias de dança paranaenses.

A meta do grupo, como destacava seu diretor, Rafael Pacheco, era chegar à categoria profissional. Para isso seria necessário que os integrantes fossem reconhecidos pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos do Paraná (SATED). Os testes para adquirir o DRT (registro profissional) são feitos anualmente. Em 1987, eram apenas seis bailarinos profissionais atuantes no grupo e neste teste, no final do ano, a meta era aprovar um número suficiente para que, a partir do próximo ano, o Grupo de Dança da UFPR pudesse disputar verbas de patrocínio, em editais do governo estadual e federal.

Neste intervalo de tempo, o Grupo se prepara para os compromissos já assumidos: em outubro, se apresenta em Santo Antônio da Platina-PR, durante as comemorações dos 100 anos do município. Em Cascavel-PR o grupo se apresenta na Mostra de Artes da cidade e em Dourados-MS, à convite da prefeitura local.

O Grupo, os festivais e a projeção nacional

Em 1988, faltava ainda ao grupo, uma projeção nacional: tornar conhecida sua identidade ritualística – uma hibridação cênica entre o movimento dançante, o gesto, a intenção e o significado, aberto, dialógico, semiótico. A opção selecionada foi percorrer o caminho dos festivais nacionais de dança. Em destaque, o Festival de Dança de Joinville, o Festival do Triângulo Mineiro, em Uberlândia-MG e o Encontro Nacional de Dança (ENDA-Brasil).

Era preciso imprimir a marca pessoal, o registro do grupo e de seu criador na cena contemporânea da época. As modalidades em que as obras eram inscritas variavam entre as seguintes matrizes: dança moderna, dança contemporânea, dança-teatro, solo, duo, etc...

Após a aparição do grupo no Festival de Dança de Joinville, em 1987, com a coreografia Hall of Mirrors, de Eva Shul, arrebatando o 1º lugar na modalidade dança contemporânea – categoria grupo e a coreografia Celacanto de Rafael Pacheco, obtendo o 1º lugar na modalidade solo, a trajetória estava definida: retornar no ano seguinte com a proposta de apresentar a identidade ritualista e cênica acopladas à dança, do grupo da federal, como se tornou conhecido no evento.

Em 1988, a coreografia Cruel Inocência de Rafael Pacheco, um dos principais exemplos da fase artaudiana do grupo, conquistou Joinville, obtendo além do 1º Lugar na modalidade dança contemporânea – categoria profissional – o 1º Lugar Geral do Festival (troféu transitório) e foi sagrada, também, vencedora do II Festival de Dança do Triângulo e do ENDA Brasil, em São Paulo.

O corpo de jurados que premiou o Grupo de Danças da UFPR com o Troféu Transitório, foi composto pelas estrangeiras Kaleria Feicheva e Claudia Guitelmann, além de Carlos Leite e outros destaques nacionais como Maria Pia Finocchio, Carlota Portella, Toshie Koabayashi, Johnny Franklin, Fábio Coelho, Maísa Tempesta, Eduardo Sucena, Lourdes Bastos, Norma Lins do Carmo, Dulce Aquino e Alain Pierre Leroy, que analisaram o desempenho técnico, a interpretação, a harmonia, criatividade, música, figurino e o tema coreográfico.

A respeito das conquistas e premiações do Grupo de Dança da UFPR, a imprensa era pródiga em notícias:

O Grupo de Dança da UFPR acaba de conquistar o quinto prêmio deste ano [1988] e se transforma em fenômeno e referência em dança moderna-contemporânea no país [grifo nosso], segundo a crítica especializada. A coreografia Cruel Inocência de Rafael Pacheco e música de Trevor Jones, venceu o VI Festival Nacional de Dança de Joinville-SC. Além desse importante prêmio, o grupo da UFPR levou também o troféu transitório que é conferido à equipe que atinge a maior média na somatória de pontos, levando-se em consideração todos os grupos e modalidades de dança apresentadas durante o evento. O grupo paranaense obteve média de 9,85 pontos. O Grupo de Dança da UFPR venceu também o II Festival de Dança do Triângulo Mineiro, em Uberlândia-MG, com as coreografias Celacanto [solo] e Cruel Inocência, ambas de Rafael Pacheco. Em São Paulo, os bailarinos conquistaram o público e trouxeram o troféu de 1º lugar na modalidade Dança Moderna com a obra Hall Of Mirrors de Eva Shul, a partir da música do grupo Kraftwerk. [4]

Os bailarinos profissionais consagrados em Joinville com a coreografia Cruel Inocência foram: Ana Beck, Andréa Sério, Carmem Jorge, Carmem Romero, Cristiane Wosniak, Karem Franklin, Malu Natel Freire, Marcilene Mazzali, Rejane Varella, Vanisa Bento e Viviane Magrini.

No segundo semestre, o grupo se preparava para mais um espetáculo apresentando obras inéditas ao lado das já consagradas em festivais e mostras de dança. O elenco era composto nesta fase, pelos seguintes bailarinos: ANA DENISE BECK, ANDRÉA SÉRIO, CARLOS CESAR, CARLOS GASPAR, CARMEM JORGE, CARMEM ROMERO, CRISTIANE SANTOS SOUZA, CRISTIANE WOSNIAK, FABIANA FERREIRA, GISLAINE THOMAZ, HELOÍSA MELLO, IEDA PORT, JAQUELINE TREVISAN, KAREN FRANKLIN, MALU NATEL FREIRE, MARCILENE MAZZALI, MARISTELA TEIXEIRA, MAURETE SCHUMACHER, MAURICIO VOGUE, PAULO JORENTE, REJANE VARELLA, ROBERTA GARRIDO, SIMONE SANTOS, VANISA BENTO e VIVIANE MAGRINI.

Obras que fizeram parte do repertório coreográfico de 1988:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

No encerramento do ano, em dezembro, o Grupo de Danças participava, de forma vitoriosa, do Encontro Nacional de Danças (ENDA). A seguir, o destaque sobre o importante evento do calendário cultural e artístico no Brasil:

Depois de quatro etapas, das quais participaram cerca de 4 mil bailarinos e 362 grupos de dança, encerrou-se em fins de outubro o VII Encontro Nacional de Dança (ENDA), promovido pela Associação Paulista dos Profissionais de Dança, entidade presidida pela ex-bailarina Maria Pia Finocchio, e que, devido à sua importância, já foi reconhecida pelo MinC, passando a integrar o calendário oficial de eventos do ministério. O ENDA abrange todas as modalidades de dança: balé clássico, neoclássico, contemporâneo, moderno, jazz, afro, sapateado e folclore, além de pas-de-deux de repertório. O ENDA abrange quatro fases: fase eliminatória (que reúne concorrentes do interior de todo o país); fase da capital (com participação de grupos da capital de São Paulo); fase estadual (seleciona grupos do Estado de São Paulo) e fase nacional (agrupa, mediante convite direcionado, os primeiros e segundos colocados nos principais festivais nacionais de dança) [...]. O ENDA-88 premiou na categoria Contemporâneo Profissional, o Grupo de Dança da Universidade Federal do Paraná. [5]

Em 1988, o Grupo de Dança da UFPR deu um importante passo na divulgação de seu repertório e de sua linguagem artística. As turnês que se seguiram alcançaram cidades, tais como: Santo Antonio da Platina-PR, Goiô-Erê-PR, Umuarama-PR, Cornélio Procópio-PR, Pato Branco-PR, Peabirú-Pr, Goio-Erê-PR, além de São Paulo-SP, Florianópolis-SC, Joinville-Sc e Uberlândia-MG.

Surge, também, nesse ano, uma ramificação do Grupo de Dança: a criação de uma turma de iniciação à dança moderna, cujo funcionamento no horário de intervalo para almoço (das 12h00 às 13h30) atraía bailarinos que desejavam aprimorar suas habilidades artísticas. Como o objetivo de atender, de forma extensionista, a comunidade interna e externa à universidade e com uma média de 54 alunos, esta iniciativa iria se prolongar para o próximo ano e em breve começaria a prover o próprio Grupo de Dança, de material humano qualificado para a prática da dança. A turma era coordenada pela bailarina e coreógrafa Cristiane Wosniak.

Em 1989, após cumprir extensa agenda direcionada às viagens estaduais e nacionais, no primeiro semestre, onde se destacam: União da Vitória-PR, Telêmaco Borba-PR, Rio de Janeiro-RJ, Campo Grande-MS, Dourados-MS e Santos-SP, o Grupo de Dança da UFPR se preparava para dançar novamente no VII Festival de Dança em Joinville, com uma obra inédita criada por Rafael Pacheco, Viajem.

Esta coreografia pode ser considerada emblemática na história do grupo, visto que, arrebatou todos os prêmios possíveis em festivais nacionais, recebendo comentários positivos da crítica especializada e gerando, mais tarde, a primeira montagem completa – espetáculo com uma hora de duração – a partir de uma releitura coreográfica da obra original.


Uma coreografia de 15 minutos, que lembra um campo triagem durante a II Guerra Mundial, onde os judeus eram enviados aos campos de concentração, deu ao Grupo de Dança da Universidade Federal do Paraná, o título absoluto [troféu transitório] do VII Festival de Dança de Joinville, que reuniu, este ano, bailarinos de 140 grupos, escolas e academias de danças, brasileiros e também do Chile, Argentina e França. A obra Viajem de Rafael Pacheco, com música de Vângelis, conseguiu três prêmios: I Lugar na modalidade Contemporâneo, categoria profissional; bicampeão geral (troféu transitório conquistado por dois anos consecutivos, obtendo média 10,0 em todos os quesitos dos jurados e ainda o Troféu Especial de ‘melhor coreógrafo do festival’, dado a Rafael Pacheco. Para os jurados e críticos de dança que acompanharam o trabalho do grupo, a coreografia é densa, intrigante, com ritmo intenso, preciso e a pulsação da obra é angustiante, desenvolvida a partir da linguagem da dança contemporânea utilizando também elementos e simbologias do teatro. [6]

Após a participação em Joinville, o Grupo de Dança recebeu convites para várias apresentações especiais: em outubro participou do Encontro Nacional de Dança, em São Paulo – sagrando-se vencedor da categoria Dança Contemporânea, modalidade profissional, com Viajem – e em novembro foi a Foz do Iguaçu, dançar no Plaza Foz, a convite da Secretaria Municipal de Cultura, a Erichim, no Rio Grande do Sul, a convite do SESC local e realizou ainda espetáculo da temporada oficial de 2º semestre, no Teatro da Reitoria, nos dias 23, 24 e 25 de novembro.

Um dos grandes destaques artísticos do ano foi a apresentação de um espetáculo inédito, A Rainha da Noite, em setembro, no grande auditório do Teatro Guaíra, obtendo êxito de público, que lotou o teatro durante os dois dias de apresentação.

O repertório produzido em 1989:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

Neste espetáculo, outras tendências vanguardistas vêm somar experiência ao grupo de bailarinos em sua investida pelo irreverente e o non sense.

A obra que ilustra esta fase é a criação de Rafael Pacheco, A Aparição do Whaithi. Além de utilizar uma estrutura cênica pós-moderna, com cenários e figurinos futuristas, utiliza também os próprios bailarinos como fonte originária de sons e palavras, sem sentido específico, gerando a ‘partitura musical’, que conduz as cenas coreográficas, cedendo lugar às vezes à improvisação estruturada, tão característica das performances e dos work in process.

O elenco, em 1989, era composto pelos seguintes bailarinos: ANA DENISE BECK, ANDRÉA SÉRIO, BETO MORBECK, CARLOS CESAR, CARMEM ROMERO, CRISTIANE WOSNIAK, FABIANA FERREIRA, GISELE KLIEMANN, HELOÍSA MELLO, ITANE BORGES, JAQUELINE TREVISAN, KAREN FRANKLIN, MARCILENE MAZZALI, MARISTELA TEIXEIRA, REJANE VARELLA, SIMONE SANTOS e VIVIANE MAGRINI.

A partir de 1990, o circuito dos festivais e mostras competitivas de dança é abandonado e o grupo se aventura em produções coreográficas mais extensas, com a possibilidade de realizar pequenas turnês, pelo interior do Paraná.

Cidades paranaenses como Ponta Grossa, Paranaguá, Antonina, Maringá, Ivaiporã, Santo Antonio da Platina, Umuarama, Cornélio Procópio, Pato Branco, Peabirú, Goio-Erê, São Mateus, Dois Vizinhos, União da Vitória, Cascavel, Palotina e pertencentes a outros estados, como Joinville-SC, Florianópolis-SC, Dourados-MS, Santos-SP, Uberlândia-MG, Pelotas-RS e São Paulo-SP, recebem anualmente um espetáculo onde se misturavam coreografias do repertório tradicional do grupo, além de obras inéditas.

Uma das apresentações de destaque do período foi o convite feito ao Grupo de Dança para fazer a abertura do Festival SESC-Mobil, na cidade de Santos-SP. Trata-se de um importante evento artístico no cenário da dança brasileira.

Repertório característico de 1990:

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O elenco de 1990 era composto por: ANA DENISE BECK, ANDRÉA SERRATO, ANDRÉA SÉRIO, BETO MORBECK, CRISTIANE WOSNIAK, GISELE KLIEMANN, KAREN FRANKLIN, MARCILENE MAZZALI, MARA FELD, REJANE BRESSAN, REJANE VARELLA, SIMONE SANTOS e VIVIANE MAGRINI.

Vale ressaltar que uma das turnês merece destaque por sua abrangência e relevância artística. Em 1990, o grupo é selecionado pela Funarte-Brasília a divulgar (circular) o seu espetáculo, composto por obras características que são divididas em dois programas completos, entre projetos solos e coreografias de conjunto.

A estréia da turnê acontece na cidade do Rio de Janeiro, no Teatro Cacilda Becker e durante a semana inteira em que o espetáculo teve lugar, a platéia estava completamente lotada, tanto durante a apresentação, quanto logo após, onde acontecia um bate-papo com público e artistas, trocando-se informações e divulgando o trabalho artístico desenvolvido na UFPR.

O nascimento da Companhia de Dança da UFPR

A partir de 1991, sob a gestão do reitor Carlos Alberto Faraco, o Grupo de Dança da UFPR, com o apoio cultural do Banco Bamerindus, decide investir na criação de espetáculos completos e circular, com a produção artística inédita, por diversas cidades paranaenses e brasileiras.

A obra que inaugura essa fase da companhia é Viajem. A obra também pontua uma parceria determinante entre o coreógrafo Rafael Pacheco, o criador e diretor de trilha sonora, César Sarti, e o iluminador Luis Tchannerl, que perdura até hoje.

Viajem tornava-se uma temática atual e polêmica, envolvendo o crescimento do movimento neonazista, sobretudo na Europa, cuja repercussão ultrapassava fronteiras em matérias e reportagens constantes deste fato na mídia internacional.

Rafael Pacheco, numa releitura de sua obra, reforça o caráter sígnico da coreografia, incluindo ao lado da composição Termovisão de Vângelis, outras referências sonoras propostas por Sarti: Kreutz Zorn, Jurgen Knieper e uma adaptação da ópera Tanhauser de Richard Wagner.

A cenografia, de grande impacto visual, propunha plataformas e passarelas que saíam do palco rumo às fileiras de cadeiras na platéia – espécie de trilhos simbólicos como numa plataforma de estação ferroviária – e nestes espaços distribuíam-se os intérpretes: bailarinos, atores, barítonos e figurantes especialmente convidados.

No mesmo ano, pequenas peças de dança também são criadas, com a finalidade de tornar o repertório do grupo versátil e eclético, podendo ser apresentado em espaços alternativos.

No primeiro semestre o Grupo de Dança é convidado a participar do IV Encontro Meridional de Dança – na cidade de Pelotas-RS – denominado Dança Sul e promovido pela Prefeitura Municipal e Fundação Sete de Abril. Grupos e bailarinos pertencentes aos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, se reuniram durante uma semana trocando informações, oficinas e promovendo espetáculos [em diversos estilos] no Teatro Sete de Abril e também nos centros tradicionalistas de Pelotas.

Na estréia do espetáculo da Temporada Oficial de 1º semestre, o diretor coreógrafo aposta na diversidade, com obras próprias e criadas por coreógrafos convidados, enquanto prepara Viajem para a estréia no 2º semestre.

Apresenta-se no programa, pela primeira vez, um pas de deux neoclássico, nas pontas, criado especialmente pela coreógrafa convidada, Carla Reinecke, para os bailarinos Cristiane Wosniak (UFPR) e Paulo Jorente (Balé Teatro Guaíra | BTG).

Além desta intervenção neoclássica, junto às composições marcadamente contemporâneas, Rafael Pacheco convida a companhia teatral Rainha de Duas Cabeças para uma participação especial, conjugando no programa diversas tendências cênicas produzidas em Curitiba.

O Grupo de Dança da UFPR também inaugurou, a partir deste espetáculo, uma nova atividade que seria repetida a cada apresentação dos grupos artísticos da UFPR: crianças e adolescentes de escolas municipais de Curitiba e região metropolitana indo ao auditório da Reitoria, assistir às apresentações didáticas, especialmente adaptadas para este público. Na primeira apresentação didática do Grupo de Dança, 700 alunos lotaram o teatro.

Em dezembro de 1991, ao comemorar os 80 Anos da UFPR, uma parceria entre o Grupo de Dança e o Coral da UFPR sob regência de Álvaro Nadolny, levam à cena – num palco montado em frente às escadarias da UFPR, na praça Santos Andrade – a obra Final, criada especialmente para a ocasião, a partir da composição Tanhauser de Wagner.

Fazem parte do repertório de 1991, as seguintes obras coreográficas:

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O elenco, neste período, era composto pelos bailarinos: ANDRÉA CORDEIRO, ANDRÉA SÉRIO, BETO MORBECK, CARLOS CESAR, CATHARINA COIMBRA, CLAUDIA MATTANA, CRISTIANE WOSNIAK, DANIELE FRANCO, GISELE KLIEMANN, JENIFER LIMA, KÁTIA MARQUES, LUCIANA FERRUZI, MARCELO PERINI, MARCILENE MAZZALI, MARILANDE TREZUB, NÚBIA LIMA, REJANE VARELLA, RONNIE SOARES, SILVIA LIPATIM, SIMONE SANTOS, SIMONE TAVARNARO e VÂNIA MACHADO.

Em 1992, no ano em que comemora dez anos de atividades ininterruptas com a dança moderna-contemporânea, o Grupo de Dança da UFPR recebe o convite do Festival de Joinville para se apresentar na Noite de Gala – evento comemorativo dos 10 Anos do Festival – com o objetivo de fazer uma amostragem dos grupos e trabalhos que mais se destacaram (prêmios obtidos e constância nas apresentações) durante este período.

No 2º semestre, inicia-se uma turnê pela região Oeste do Paraná. As apresentações são um resultado do intercâmbio cultural mantido pela Unioeste com a UFPR, através de convênio cultural. No circuito, o Grupo de Dança se apresentou nas cidades de Toledo (13 de agosto – Auditório do Colégio La Salle), em Marechal Cândido Rondon (14 de agosto – no Clube Concórdia), em Foz do Iguaçu (15 e 16- no Plaza Foz) e em Cascavel (18 de agosto – no Centro Cultural Gilberto Meyer).

Dentre as obras apresentadas na turnê e na cidade de Curitiba, oriundas de remontagens do repertório criado em dez anos de existência, destaca-se O Condutor, de Rafael Pacheco, criada especialmente para celebrar os 10 Anos do Grupo, em evento no Teatro da Reitoria da UFPR. A obra também foi apresentada em Palotina, no intercâmbio cultural com o mais novo campus avançado da UFPR.

O repertório de 1992 constitui-se das seguintes obras:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ADRIANA COSTA, ANA CARLA MAGNA, ANDERSON SANTOS, ANDRÉA SERRATO, ANDERSON ROGÉRIO DOS SANTOS, CATHARINA COIMBRA, CLAUDIA MATTANA, CRISTIANE WOSNIAK, DANIELA LANGASSNER, DERMEVAL DA SILVA, GILKA MACHADO, GISELE KLIEMANN, HELOÍSA MELLO, KATIA MARQUES, LUCIANA FERRUZI, LUCIANE FIGUEIREDO, MARCELO PERINI, MARCILENE MAZZALI, MOACIR CAMILO, NÚBIA CABRAL, PASCALE TERRA, SIMONE SANTOS, SINTIA CUNHA, SOLANGE LEMOS, VANESSA VIEL DE MELO e WILSON VOITENA (artista convidado).

Residência coreográfica e projetos compartilhados

Em 1993 a companhia retoma, por um breve período, a pesquisa de movimentos baseados na cultura brasileira. Desta iniciativa nasce o projeto da suíte, com temas tradicionais afro-brasileiros, idealizada pelo maestro Álvaro Nadolny (Coral da UFPR) e pelo compositor baiano Benedito Luiz Amauro – Lumumba – denominada Ifé Bogbô Ayê. Com música executada ao vivo pelo Grupo de Percussão da EMBAP, 14 bailarinos intérpretes se alternavam ora em danças corais ritualistas e ora em pequenos solos abstratos baseados nos orixás. Dois anos mais tarde, em 1995, a parceria com o Coral da UFPR, a partir da pesquisa com temas afro-brasileiros, seria retomada, na ópera Zumbi Odara.

Mas, o grande destaque artístico de 1993 é a coreografia Pessoas Marcadas de Rafael Pacheco. Para a elaboração da obra, os bailarinos se prepararam não só tecnicamente, para dançar, mas também houve uma preocupação intensa com a expressão vocal, impostação e técnicas variadas de respiração, pois em vários momentos da cena, os intérpretes falavam textos variados de Bertolt Brecht, com e sem ajuda de microfones espalhados sistematicamente pelo cenário, numa releitura do diretor-coreógrafo, de acordo com os momentos mais simbólicos.

O repertório produzido em 1993:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CARLA MAGNA, ANDRÉA VIANNA, CLAUDIA MATTANA, CRISTIANE WOSNIAK, DERMEVAL DA SILVA, FABIANA BUENO, GISELE KLIEMANN, HELOÍSA MELLO, JULIANA VIEIRA, MARCIO BUSATTO, MÔNICA MESQUITA, SIMONE SANTOS, SOLANGE LEMOS e WILSON LEMOS.

Em 1994, sob a gestão do Reitor José Henrique de Faria, o Grupo de Dança da UFPR, além de cumprir extensa agenda de apresentações no interior do Paraná, com seu já consagrado repertório, apresenta-se na capital com dois espetáculos completos e inéditos.

No primeiro semestre, o coreógrafo Rafael Pacheco cria O Anjo, obra onírica, de cunho ritualista e que envolveu, desta vez, o treinamento de alguns intérpretes com a técnica de rapel e alpinismo, pois o cenário propunha numa das cenas mais emblemáticas, a descida de anjos (do alto do palco) atrelados a cabos de aço, cordas e outros aparatos cênicos.

Cristiane Wosniak, interpretando o ‘anjo caído’, despede-se do palco, nesta obra, marcando o final da atuação como bailarina do Grupo de Dança, para iniciar suas funções de assistente de direção e coreógrafa residente do Grupo de Dança da UFPR.

No segundo semestre, a obra Divisão dos Sentidos de Rafael Pacheco encerra a temporada oficial do grupo, no teatro da Reitoria, com um elenco renovado e jovem, inaugurando uma nova fase e encerrando um ciclo, onde muitos dos intérpretes atuavam juntos há anos.

Em Comemoração aos 82 Anos da UFPR, o Grupo de Dança se apresenta no dia 19 de dezembro no Palácio de Cristal – Círculo Militar do Paraná – juntamente com a Orquestra, o Coral da UFPR e a mezzo-soprano Daniele Franco, com a obra Elementos de Rafael Pacheco.

O repertório inédito de 1994:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CARLA MAGNA, ANDRÉIA OLIVEIRA, CLAUDIA MATTANA, CRISTIANE WOSNIAK, DÉBORAH KRAMER, DERMEVAL DA SILVA, EDD FORTUNATTO, FABIANA BUENO, GISELE KLIEMANN, JULIANA VIEIRA, MARCILENE MAZZALI, NEREIDA JOSIANE PEREIRA, NÚBIA CABRAL, SIMONE SANTOS, TEUMARIS BUONO, VANESSA VIEL DE MELO e WILSON LEMOS.

Em março de 1995, o Grupo de Dança passa a se denominar Companhia de Dança da UFPR.

A ex-bailarina, Cristiane Wosniak, assume oficialmente a vice-direção do grupo e o posto de coreógrafa residente, intercalando-se ao diretor, nas propostas e montagens coreográficas produzidas anualmente para as temporadas oficiais de 1º e 2º semestres.

Durante o 1º semestre a produção coreográfica dedica-se à pesquisa de movimentos e roteiro cênico, em parceria com o Coral da UFPR, para a montagem da ópera Zumbi Odara – composição do maestro Álvaro Nadolny e roteiro de Edson Luiz de Oliveira. Em cena, os bailarinos desfilavam personagens, movimentos e seqüências coreográficas criadas por Rafael Pacheco a partir de um relato não linear, justapondo-se diferentes períodos, datas e textos, desde fins do século XVI até meados do século XVIII. A tônica do trabalho (canto e dança) procurava não apenas realçar o indivíduo Zumbi, único e específico, mas retratar a conjuntura escravista no Brasil Colônia.

Esta criação conjunta foi apresentada em diversos locais em Curitiba e também no litoral paranaense.

Para o 2º semestre, duas obras iriam compor o repertório da companhia. Inicialmente, The Wall, de Rafael Pacheco, a partir da releitura da composição de Pink Floyd, é apresentada na abertura do Festival de Inverno da UFPR em Antonina-PR e mais tarde, em setembro, no Teatro Bom Jesus em Curitiba, durante o evento Ação-Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida.

Mas, o destaque do ano, foi a coreografia Fitnnas, apresentada durante a temporada oficial, em novembro no Teatro da Reitoria.

Um grande investimento cenográfico, simulando um claustro, apresentava os bailarinos-intérpretes portando vistosos figurinos com longos véus e outros aparatos simbolizando a extrema repressão pela qual o sexo feminino é submetido em diversas regiões e culturas no mundo todo. Relatos, matérias jornalísticas, documentários e outras fontes de pesquisa se fizeram presentes na montagem coreográfica, que foi acolhida pela imprensa como alerta crítico à situação de violência e cerceamento dos direitos humanos impostos às mulheres, mesmo no mundo contemporâneo.

O elenco que tomou parte neste espetáculo a atuou junto à Companhia em 1995 era composto pelos seguintes bailarinos: ADELSON BARROS, ANA PAULA PAGLIOSA, CLAUDIA COSTA, CLAUDIA MATTANA, DERMEVAL DA SILVA, EDD FORTUNATTO, FABIANA BUENO, FABÍOLA BERWANGER, GIANCARLO MARTINS, GISELE KLIEMANN, HELOÍSA MELLO, HELOÍSA NASCIMENTO, ISABELA RIBEIRO, JANAÍNA MALHADAS, JULIANO CAMPOS, KARINA PINHEIRO, ROMYNE ZIPPIN, SIMONE SANTOS, VALDECI FREIRE, VANESSA VIEL DE MELO, VIVIANE PETRECA e WILSON LEMOS.

Repertório de 1995:

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No ano seguinte, 1996, a companhia realiza sua primeira viagem à Europa. A 6ª Bienal Universitária de Dança – intitulada Brésil Autres Danses – realizada em Lyon-França, de 1º a 6 de abril, com apresentações no Grand Anfithéatre Culturel de l’Université Lumière - do Campus de Bron-Parilly – Lyon 2 (Maison de la Danse).

A presidente da Associação Rlyanse, Nicole Chofée e o Coordenador Cultural, Patrice Chavarel, da l’Université Lumière, fazem o convite oficial à companhia, que, patrocinada pelo Banco Banestado, seleciona dez bailarinos para esta turnê, acompanhados do diretor geral, Rafael Pacheco e do diretor de trilha sonora, César Sarti.

Mesclando trabalhos consagrados do repertório e acrescentando pequenos solos e duetos, a companhia surpreende os franceses pela qualidade técnica e interpretativa e é aclamada pela crítica local, como detentora de uma temática universal e não regionalista – exclusivamente brasileira – como seria de se esperar. Foram apresentadas, no programa internacional, ao lado de companhias francesas, canadenses, coreanas e americanas, as seguintes obras: A Aparição do Waithi, Tem Ar Dentro, Leyllas e Um Poeta, Divisão dos Sentidos (versão solo), Cruel Inocência e Viajem.

A Companhia de Dança Moderna da UFPR alcançava reconhecimento e elogios da crítica, justamente porque fazia alusão ao objetivo do encontro proposto pelos organizadores do evento: derrubar clichês, ou seja: propor e apresentar trabalhos vanguardistas, contemporâneos e com pesquisa de novas formas coreográficas e não apenas a visualização da cultura estereotipada de seu país: O texto de apresentação, bem como o título do programa Brésil Autres Danses, fornecem pistas acerca das características priorizadas na Bienal: mostrar um panorama da dança contemporânea brasileira e acima de tudo, da produção universitária a partir desta linguagem artística.

Le Brésil vient nous visiter, et il est temps de faire tomber les clichés. Nous voulons montrer que ce pays est créateur d’autres formes choreographiques, d’où le titre de notre rencontre: Brésil Autres Danses . Nous découvrirons quels liens existent entre ce fond culturel et les créations contemporaines qui sont réalisées par les universitaires brésiliens. Ce rencontre avec ses jeunes artistes constitueront une découverte de la danse universitaire et une première approche pour une découverte de la danse contemporaine brésilienne... [7]

Marco importante na trajetória artística da Companhia de Dança da UFPR, a Bienal Universitária proporcionou um acervo de notícias na imprensa local, estatal e até nacional, gerando vários convites para apresentações posteriores ao retorno do grupo ao Brasil.

Assim sendo, as coreografias mostradas ao público francês, ganharam uma nova dinâmica e foram reapresentadas em pequenas turnês no interior do estado e, sobretudo em Curitiba em espaços alternativos.

O repertório, em 1996, ficou restrito, portanto, às seguintes obras:

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O elenco que integrou a Companhia em 1996 era composto pelos seguintes bailarinos: ANA PAULA PAGLIOSA, CLAUDIA MATTANA, DERMEVAL DA SILVA, FABIANA BUENO, FABÍOLA BERWANGER, GIANCARLO MARTINS, GISELE KLIEMANN, ISABELA RIBEIRO, JANAÍNA MALHADAS, JULIANO CAMPOS, KARINA PINHEIRO, SIMONE SANTOS, VALDECI FREIRE, VANESSA VIEL DE MELO e VIVIANE PETRECA.

O ano de 1997 marca as comemorações de quinze anos da Companhia. A partir da interação entre dança e tecnologia, diálogo que vinha sendo pesquisado há algum tempo por Cristiane Wosniak e Rafael Pacheco, e com uma considerável ajuda de custo, por parte da administração da UFPR, no último ano da gestão do reitor José Henrique de Faria, tem início a produção do espetáculo comemorativo.

Estruturas especialmente construídas para o espetáculo, telões em várias posições, no palco, imagens simultâneas, transmitidas por cabos, filmadoras e softwares conectados a terminais de computadores, dispositivos eletrônicos, microfones, TVs, multimídia e até mesmo simples seqüências de slides eram projetados e utilizados, em cena aberta, pelos intérpretes que precisavam se adaptar aos recursos tecnológicos em meio aos movimentos e gestos coreográficos. Estas extensões tecnológicas foram utilizadas na obra O Senhor da Noite de Rafael Pacheco.

O Senhor da Noite aproximava as questões referentes ao corpo e suas extensões, para questionar o papel do homem ao pensar e fazer arte na contemporaneidade. Partia-se do pressuposto e que compreender o corpo e a dança contemporânea, é compreender o imaginário de um universo que se apóia cada vez mais na coexistência do homem com as ‘máquinas’: uma função da imaginação criadora, frutos de agenciamentos os mais variados entre a arte, a tecnologia e a ciência, capazes de criar novas condições de modelagem do sujeito e do mundo.

Neste sentido a obra representava uma metáfora tecnológica dos sentidos: com nossas mãos, nossos ouvidos, nossos olhos, e outros canais de ação e sensação, nós entramos em interação com o mundo, e estas são as relações às quais os artistas prestaram mais atenção desde o surgimento da arte. De que forma e com que meios o homem – o Senhor da Noite – interagia com os elementos ao seu redor?

Uma das surpresas preparadas pelo diretor-coreógrafo era a proposição de uma ‘interatividade controlada’. A platéia era ‘convidada’ em algumas cenas, a subir ao palco, trocar de lugar com o intérprete-bailarino e interagir, ao acaso, com os elementos disponíveis no palco naquele momento, fossem eles humanos ou tecnológicos.

O Senhor da Noite, antes de se apresentar à platéia curitibana, iniciou a turnê da Companhia em Porto Alegre-RS, como grupo especialmente convidado para a abertura do II Semestre do Projeto mantido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – o projeto UNI-Dança.

Além deste processo de criação que precisou de seis meses de preparação intensiva, outra coreografia também foi criada, para suprir pequenas apresentações, ao lado do já fixo repertório da companhia: a coreografia Oscilação de Cristiane Wosniak, baseada num dos poemas de Helena Kolody, servia ao propósito de oferecer à platéia, em diversos espaços alternativos, uma ação puramente dançante, a partir de desenhos, traços e formas criados à semelhança de rimas, letras e versos da linguagem verbal. Com esta obra, a Companhia fez a abertura do Festival de Inverno da UFPR, em Antonina.

Repertório de 1997:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA PAULA PAGLIOSA, ANDRÉA SERRATO, CLAUDIA MATTANA, DANIELLA NÉRY, DÉBORAH KRAMER, DERMEVAL DA SILVA, GIANCARLO MARTINS, GISELE KLIEMANN, JANAÍNA MALHADAS, JULIANO CAMPOS, KARINA PINHEIRO, KELLY LOPES, LUCIANA LYRA, LUCIANE FIGUEIREDO, ROMYNE ZIPPIN, ROSÂNGELA DE LARA, SIMONE SANTOS, VALDECI FREIRE e VIVIANE PETRECA.

Em 1998, a partir da gestão do reitor Carlos Roberto Antunes do Santos, a Companhia, em fase de transição de elenco, acolhe diversos atores-bailarinos, e pretendendo um diferencial em sua criação coreográfica, dá início às pesquisas e estudos de uma nova obra: A Vaca.

Concebida a partir de um rigoroso estudo analítico dos signos presentes na contemporaneidade e aplicando intensa dose de ironia e paródia – incluindo a escultura de uma imensa ‘vaca cenográfica, de pernas para o ar’ cedida por uma empresa local de laticínios – a obra propunha um jogo de ambientação cênica, alternando jogos e seqüências de movimentos ao lado de atuações performáticas (atores convidados), canto lírico, textos falados ao vivo, vitrine viva, dublagens e karaokê.

Enquanto metáfora pós-modernista,A Vaca propõe um jogo de intertextos que pela paródia lúdica brinca, e, nesta brincadeira dançante desafia os convencionalismos, a própria narrativa, a linearidade e a continuidade como visão realista de representação.

A intertextualidade pode aqui ser definida como o diálogo entre os muitos textos culturais, que se instalam no interior de cada texto e o definem. Como Texto Coreográfico, A Vaca possui vozes internas e externas (narrativas) que por meio da linguagem ‘dança’, falam criticam, polemizam e ironizam situações, posições e conceitos, se utilizando muitas vezes da paródia auto-reflexiva.

Durante o 2º semestre, a coreógrafa Cristiane Wosniak pesquisa e propõe ao elenco a criação de Corpo de Delito, uma obra que claramente define-se como dança-teatro. A partir de noticiários e documentários relatando a violência doméstica a que centenas de mulheres são submetidas diariamente e após a leitura de alguns artigos específicos do Código Civil Brasileiro, o roteiro criado, utilizando-se o referencial de mulheres modelos – bonecas Barbie – o cenário é construído simulando ao mesmo tempo uma vitrine, uma caixa de bonecas e uma prisão. Dezenas de bonecas desmembradas povoam a cena em meio a um desfile de bailarinas com trajes idênticos às bonecas, sendo manipuladas – em cenas geradas a partir da técnica de contact improvisation – em duetos densos, dramáticos e vigorosos.

Repertório de 1998:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA PAULA PAGLIOSA, ANDRÉA SERRATO, CLAUDIA MATTANA, DANIELA NÉRY, DÉBORAH KRAMER, DERMEVAL DA SILVA, GIANCARLO MARTINS, GIOVANA PISSAIA, GISELE KLIEMANN, GIOVANA PISSAIA, HELEN DE AGUIAR, JULIANO CAMPOS, LUCIANA LYRA, LUCIANE FIGUEIREDO, MARIA HELENA MARTINS, MARINA DE ALMEIDA PRADO, PRISCILA LACERDA, ROSÂNGELA DE LARA, VALDECI FREIRE e VIVIANE PETRECA.

Em 1999 ocorre a participação especial da Companhia de Dança Moderna da UFPR no espetáculo conjunto da Unidade de Dança da UFPR, composto também pelo Grupo de Dança Junior e Grupo de Dança Juvenil da UFPR. Três gerações de artistas contemporâneos apresentando suas coreografias, durante a temporada de 1º semestre, em junho, no Teatro da Reitoria.

A obra Doberman de Rafael Pacheco, foi composta especialmente para a ocasião. Neste caso, o mote da obra é a violência gratuita nas grandes cidades e a progressiva insensibilidade do cidadão frente à dissolução de valores na sociedade.

No 2º semestre, Companhia de Dança Moderna da UFPR é convidada para fazer a abertura do Festival de Dança de Curitiba, promovido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, na Ópera de Arame, em outubro, com a coreografia Oscilação.

Repertório de 1999:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CAROLINA BAGGIO, CLAUDIA MATTANA, DANIELE COELHO, DÉBORAH KRAMER, DENYS SANCHES, DERMEVAL DA SILVA, GIANCARLO MARTINS, GIOVANA PISSAIA, GISELE KLIEMANN, HELEN DE AGUIAR, JULIANE CHIUCO, LUCIANE FIGUEIREDO, MARCELO NOGUEIRA, MARIA CLEIDE MOCO, MARIA HELENA MARTINS, MARINA ALMEIDA PRADO, NENO MEIRELLES, PRISCILA LACERDA, ROSÂNGELA DE LARA e SIMONE SANTOS.

Téssera Companhia de Dança da UFPR

A virada do milênio traz para a Companhia uma vontade de aglutinar forças e perspectivas. A idéia de espetáculos conjugados – Unidade de Dança da UFPR – é retomada e durante o 1º semestre, na temporada oficial, onde as três vertentes artísticas se apresentam novamente à platéia curitibana.

A Companhia se apresenta com trabalhos criados para a ocasião: Salamandrina, Babel, Ein Scherei (Um Grito) e Tanzen (Baile) da coreógrafa Cristiane Wosniak e Fragmento Zero de Rafael Pacheco.

O grande destaque do período foi a nova designação do grupo que a partir de março de 2000 passa a ser denominada Téssera Companhia de Dança da UFPR.

Por que Téssera?

Téssera, palavra de origem grega que significa quatro [numa alusão aos quatro fatores de movimento utilizados na concepção das aulas e processos criativos da companhia: espaço, tempo, forma e movimento] é mais do que um simples nome para a Companhia de Dança da UFPR. Ele foi escolhido pelo diretor-coreógrafo, Rafael Pacheco, porque, se fragmentado, pode ter três conceitos expressivos: TE[Z]S, inspira pele, sensibilidade [uma das marcas registradas do grupo]; SER, é o presente, a realidade [o trabalho, o dia a dia da Companhia]; SERÁ, lembra o futuro, proposta do novo, inovação [ características dos trabalhos em dança contemporânea]... [8]

Em 2000 a Téssera obtém a aprovação de um projeto cultural, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Municipal e em conseqüência disto, o apoio da empresa Siemens do Brasil, para a criação de uma obra inédita: Tolerância Zero de Rafael Pacheco.

O espaço idealizado para abrigar o espetáculo foi o Teatro Experimental da UFPR (TEUNI) aproveitando-se de suas características vanguardistas e do aspecto intimista que a obra exigia – somente 90 pessoas por espetáculo – o que prolongou a temporada de apresentações por quarenta dias, durante os meses de maio e junho de 2000 (de quarta a domingo).

Neste roteiro adaptado – a partir do personagem Batman e do contexto das histórias em quadrinhos ambientadas no Asilo Arkan (Bob Kane), 30 bailarinos levavam à platéia, um desfile de movimentos, personagens e situações bizarras e surrealistas, numa mistura de elementos de dança e teatro, onde a platéia tinha uma importância fundamental, pois sua distribuição espacial no teatro, acontecia em todos os recantos do imenso e elaborado cenário, construído especialmente pela artista e arquiteta Simone Pontes.

O elenco que fez parte da Téssera Companhia de Dança da UFPR, em 2000 é composto pelos bailarinos: AMANDA KAMINSKI, ANA CAROLINA BAGGIO, ANA PAULA NADALINI, ANDRÉ DUARTE PAES, ANNA PAULA MARANHÃO, ANNA VALESKA PASTERNAK, ARMOND JUNGLES, CARINA PLOCHARSKI, CAROLINA DE LUNA, CECILIA RIBAS, CIBELE BUNN, CLAUDIO FONTAN, CLAUDIA MATTANA, CRISTIANE D. ROCHA, DANIELE COELHO, DÉBORAH KRAMER, DENNYS SANCHES, DERMEVAL DA SILVA, EDSON ROBERTO SALVI, FLÁVIA PORTES, FREDERICO FAVORETTO, GISELE KLIEMANN, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JOSIE HERMANN, JULIANE BISELLI SILVEIRA, LILIAN NICARETTA, LUCIANA ROMANELLO, MARCELO FRANCO, MARCELO DE SOUZA NOGUEIRA, MARIA HELENA MARTINS, MARIANA IURK, MARINA DE ALMEIDA PRADO, PIERRE FELICE, RAPHAEL LEDUC, RICARDO MARINELLI, ROBSON SCHMOELLER, SIMONE SANTOS CARON, VALDECI FREIRE, VÂNIA ALMEIDA GARRETT, VELIZE MARA ROCHA, VIVIAN FRANÇA e XIMENA MUJICA.

Repertório de 2000:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

Em 2001, às vésperas de comemorar a ‘maioridade’, a Companhia decide elaborar um revival de suas principais obras coreográficas, com a finalidade de registrar, preservar e atualizar o seu patrimônio imaterial - coreográfico e circular as informações produzidas na Unidade de Dança da UFPR em pequenas turnês pelo interior do Paraná.

Assim, cerca de uma dezena de projetos do repertório coreográfico são atualizados e remontados, com a finalidade de tornar visível, com um novo elenco, o material estético produzido ao longo de duas décadas de trabalho intensivo com a dança moderna e contemporânea. As pequenas viagens ao interior do Paraná e estados vizinhos se sucedem, ao longo do ano.

Destaca-se, a participação do grupo, com a coreografia Cruel Inocência, no evento Limites em Movimento, no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), juntamente com os grupos curitibanos: Limites, Grupo de Dança da FAP e Grupo Origens.

O repertório inédito de 2001 constitui-se, ao lado de coreografias já consagradas, das seguintes obras:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CAROLINA BAGGIO, ANNA PAULA MARANHÃO, CARINA PLOCHARSKI, CAROLINA DE LUNA, CLAUDIA MATTANA, CECILIA RIBAS, DÉBORA KRAMER, DERMEVAL DA SILVA, GISELE KLIEMANN, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JANNY ANTONELLI, JULIANE BISELLI SILVEIRA, MARIA HELENA MARTINS, LUCIANA ROMANELLO, MARINA DE ALMEIDA PRADO, ROBSON SCHMOELLER, SIMONE SANTOS CARMO, VALDECI FREIRE, VÂNIA GARRETT, VELIZE ROCHA e VIVIAN FRANÇA.

Literatura e Dança: traduções intersemióticas

A partir de 2002, sob a gestão do reitor Carlos Augusto Moreira Junior, a companhia começa a desenvolver alguns trabalhos de pesquisa voltados à Tradução Intersemiótica entre duas linguagens diferenciadas: a verbal e a não-verbal ou entre a palavra escrita e o gesto.

A coreógrafa Cristiane Wosniak, numa releitura de um dos contos de Clarice Lispector – Feliz Aniversário – cria o roteiro coreográfico de Aniversário e para isso, conta com uma equipe interdisciplinar na concepção da estrutura geral da obra: Rafael Pacheco – direção teatral; César Sarti – pesquisa sonora; o arquiteto Paulo Chiesa – cenografia; Luis Tschannerl – projeto de iluminação.

Aniversário, põe em crise a representação (dança-teatro) do ‘universo familiar’ com seus códigos inequívocos: a matriarca – representada na obra por um imenso catavento (amarelo) cenográfico e seus parentes – 18 bailarinos caracterizados com figurinos de época (anos cinqüenta – Brasil). E por que o predomínio da encenação numa obra de dança? Rompendo com as fronteiras entre as linguagens, a Téssera Companhia de Dança propunha-se a utilizar, nesta obra, recursos como a repetição e a fragmentação, a inversão, o contraste e a manipulação espacial.

Os trabalhos de pesquisa coletiva da companhia na busca pelos movimentos e gestos, com sessões de improvisação e composição coreográfica, foram iniciados, depois da leitura conjunta e discussão do texto e do estilo da escrita de Lispector.

O coreógrafo Rafael Pacheco propõe ainda, em 2002, um outro trabalho polêmico para a Companhia: Transgressão do Medo. A partir de uma estrutura cenográfica totalmente metálica, o ambiente da cena era transformado em labirintos tecnológicos (arquitetura vazada) propondo plataformas móveis e diferentes níveis de acesso às formações coreográficas. A pesquisa sonora incluía variações sobre temas e autores contemporâneos, música eletrônica e também Manson e Galas.

Esta obra foi convidada para fazer o espetáculo de encerramento do 13º Festival de Dança de Cascavel (de 28 de junho a 7 de julho) no Centro Cultural Gilberto Mayer.

Em setembro a Companhia foi convidada para fazer o encerramento do Festival de Dança de Curitiba – promoção da Secretaria de Esporte e Lazer – com a obra Circulumm.

No mês de outubro, Curitiba tornou-se a sede do evento Conexão Sul – versão Paraná – Encontro de Artistas Contemporâneos de Dança da Região Sul, e a Téssera foi convidada a apresentar uma de suas peças coreográficas: o solo Babel com a bailarina Anna Paula Maranhão, no dia 03 de outubro, no teatro José Maria Santos.

O repertório de 2002 constitui-se das seguintes obras:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CAROLINA BAGGIO, ÂNGELO RAFAEL DA LUZ, ANNA PAULA MARANHÃO, BRUNA SEABRA, CARINA PLOCHARSKI, CLAUDIA MATTANA, DERMEVAL DA SILVA, FERNANDO NASCIMENTO, GREICY BERNARDI, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JULIANE BISELLI SILVEIRA, LUCIANA PAIVA OLIVA, MARIA HELENA MARTINS, NATANAEL AGOSTINHO, ROBSON SCHMOELLER, SIMONE SANTOS CARMO, VALDECI FREIRE, VÂNIA GARRETT, VELIZE ROCHA e VIVIAN FRANÇA.

Em 2003, a Companhia prioriza suas apresentações pelo interior do Paraná, divulgando a produção artística – na área da dança – da UFPR.

E durante o 1º semestre, o espetáculo Aniversário no Teatro Experimental da UFPR alcança um fato inédito: cinco semanas em cartaz, com apresentações em abril e maio (de quarta-feira a domingo). É preciso destacar que nunca antes na história da universidade, um grupo artístico fez uma temporada tão longa e em todas as sessões a lotação era completa.

Outras duas apresentações merecem destaque: a obra Aniversário, devido ao seu diálogo, com as linguagens da literatura e do teatro, é convidada para fazer o encerramento do 19º Festival de Teatro e Lançamento do 14º Festival de Dança de Cascavel, em agosto, no Centro Cultural Gilberto Mayer.

No mesmo mês, a Companhia apresentou-se, num evento compartilhado com alunos do Curso de Dança Moderna da UFPR, no Theatro Municipal da Lapa. Em ambos os eventos, houve um bate-papo com a platéia após o espetáculo, discutindo-se conceitos envolvidos na opção pela dança contemporânea como linguagem de criação em arte.

Para a temporada oficial de 2º semestre, a companhia se apresenta novamente no Teatro Experimental, em dezembro, num espetáculo que se denominou Fragmentos da Alma. No 1º ato, quatro coreografias de Cristiane Wosniak, três inéditas: Plusz (um quarteto) e Dialogue (dueto feminino) propunham alguns elementos de dança e teatro na cena.

Entretanto, a obra Das Gericht (trad: O Julgamento) trazia à tona, mais uma vez, a relação entre a palavra e o gesto: neste caso, o texto que dava suporte à tradução coreográfica era Maria Farrah, do dramaturgo alemão, Bertolt Brecht. O 2º ato era composto pela obra completa de Rafael Pacheco – que dava título ao espetáculo – Fragmentos da Alma.

O repertório de 2003 constitui-se das seguintes obras:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CAROLINA BAGGIO, ANNA PAULA MARANHÃO, ÂNGELO RAFAEL DA LUZ, BRUNA SEABRA, CARINA PLOCHARSKI, DERMEVAL DA SILVA, GREICY BERNARDI, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JULIANA VIRTUOSO, JULIANE BISELLI SILVEIRA, MARIA HELENA MARTINS, ROBSON SCHMOELLER, SIMONE SANTOS CARMO, VALDECI FREIRE, VÂNIA GARRETT, VELIZE ROCHA e VIVIAN FRANÇA.

Em 2004, durante o 1º semestre, o espetáculo Fragmentos da Alma, permanece em temporada de quarenta dias, no Teatro Experimental da UFPR, de quarta a domingo, atingindo um grande público, com ingressos gratuitos.

Em junho, a Téssera Companhia de Dança é selecionada a integrar as atividades artísticas propostas pelo Circuito Cultural Banco do Brasil, com as apresentações de dança – Dialogue e Plusz – na abertura da peça teatral Quadrante com Paulo Autran, no Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto – Guairão.

Em julho, Fragmentos da Alma se apresenta no Theatro Municipal de Antonina, durante o 14º Festival de Inverno da UFPR.

Em setembro a Téssera Companhia de Dança é convidada novamente a fazer a abertura do Festival de Dança de Curitiba, dançando na Ópera de Arame, três coreografias de curta duração, especialmente adaptadas para o evento.

O repertório de 2004 constitui-se do seguinte espetáculo:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ANA CAROLINA BAGGIO, ANNA PAULA MARANHÃO, ÂNGELO RAFAEL DA LUZ, BRUNA SEABRA, CARINA PLOCHARSKI, CAROLINA DE LUNA, CECILIA RIBAS, CLAUDIA MATTANA, DÉBORAH KRAMER, DERMEVAL DA SILVA, FERNANDO NASCIMENTO, GISELE ONUKI, GREICY BERNARDI, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JOSIE HERMANN, JULIANA VIRTUOSO, JULIANE BISELLI SILVEIRA, LEONARDO TAQUES, LUCIANE LAZZARI, MARCELO NOGUEIRA, MARIA HELENA MARTINS, NAIARA DE ARAÚJO, ROBSON SCHMOELLER, SILVIA NOGUEIRA, SIMONE SANTOS, TATIANA BERGHAUSER, VALDECI FREIRE, VELIZE ROCHA, VIVIAN FRANÇA e VIVIANE MORTEAN.

Em 2005 a temporada oficial de 1º semestre da Téssera Companhia de Dança da UFPR, apresenta à platéia curitibana Pessoas Marcadas 2 – uma releitura e atualização da obra de Rafael Pacheco, originalmente criada em 1993. A trilha sonora foi totalmente (des)construída e estímulos sonoros, cenários, textos e figurinos foram acrescentados à nova versão, que estreou em junho, no teatro da Reitoria, apresentando um elenco jovem, fruto de mais uma renovação cíclica da Companhia.

Em agosto a companhia viaja a Cascavel para fazer o encerramento do 16º Festival de Dança, com a obra Pessoas Marcadas 2, no Centro Cultural Gilberto Mayer.

A temporada oficial de 2º semestre apresenta um espetáculo ‘mix’, com coreografias de Cristiane Wosniak no 1º ato: Sapus Sapiens – uma opereta anfíbia, de caráter cômico; Estudo Paraqueda – dueto técnico e virtuosístico e Sobre Uma Menina Exemplar – a partir de questionamentos sobre a posição e o papel da mulher na sociedade da América Latina. O 2º ato coloca em cena a obra título: Subway de Rafael Pacheco com o enredo: às vezes, o que passa debaixo é o reflexo da alma.

O repertório de 2005 constitui-se das seguintes obras:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ANA PAULA DE MELO, ANNA KRISTHINE KNAPP, ANNA PAULA MARANHÃO, BRUNA SPOLADORE, CAROLINA DE NADAI, CAROLINE MARTINS, CIBELE NOLÉ COSTA, ELAINE SEULLNER, FLÁVIA GAMA ROSA, GREICY BERNARDI, HELEN DE AGUIAR, ISRAEL BECKER, JAQUELINE GOMES, JULIANA VIEL DE MELO, JULIANA VIRTUOSO, LOANA ALVES CAMPOS, MANOELA DE PAULA FERREIRA, MARIA HELENA MARTINS, MAYARA NOGUEIRA, TATIANA BERGHAUSER, THAIS CATHARIN e VELIZE ROCHA.

A partir de 2006, os diretores e coreógrafos da Téssera Companhia de Dança decidem propor, além das pequenas coreografias criadas com o objetivo de ocupar eventos e espaços alternativos, duas obras inéditas anualmente, revezando-se na autoria e propondo panoramas distintos entre processos e produtos de dança contemporânea.

Com métodos e resultados diferenciados alcançados em suas abordagens do corpo em movimento a partir de uma idéia pré-estabelecida, as obras sucedem-se, provocando estados de versatilidade e ecletismo, além da possibilidade do elenco exercer e praticar variados modos de pensar e fazer dança.

Em junho de 2006, a obra Diabliposa de Rafael Pacheco, traz para o palco uma idéia lírica: um imenso painel impresso com a marca de uma mariposa completava o fundo do palco, como uma tela de onde saíam para suas marcas coreográficas, os bailarinos, trajando figurinos atemporais, leves e simbólicos, em muitas ocasiões, a depender da iluminação, se fundiam numa mimese corporal: figura e fundo se complementando em agrupamentos e formações versáteis. Uma obra classificada pela mídia, como ‘onírica e bela’ ou ‘uma outra vertente da Téssera Companhia de Dança da UFPR’.

Durante o 2º semestre, a coreógrafa Cristiane Wosniak, dá início à pesquisa da relação entre o corpo e a cultura contemporânea como ‘espetacularmente mediatizada por meio das marcas e produtos’ e para isso toma como ponto de partida as campanhas publicitárias vinculadas em rádios, os chamados jingles. A perguntas que eram lançadas ao elenco em sessões de improvisação e pesquisa de movimento eram as seguintes: poderia um programa de rádio veicular a idéia de corpo? Poderia a publicidade na rádio, vender uma imagem e ideologia de um corpo mercadológico? Que diálogos se estabelecem entre o corpo (dança) e o som (rádio)?

Numa reflexão bem humorada, a obra Encartes de Cristiane Wosniak apresenta uma série de jingles – procurando-se cronologicamente abranger os mais populares – vinculando idéias coreográficas que refletissem sobre a mercadoria e a sua tradução corporal. Assim como os jingles, os próprios corpos dos bailarinos são assimilados pelo público, constituindo-se eles mesmos, em marcas, processos e produtos em interação dinâmica. O que se discute na cena é a transitoriedade sócio-cultural do corpo-mídia em movimento.

Encartes encerra a temporada oficial de 2º semestre, em novembro, no Teatro da Reitoria e voltaria no ano seguinte, para uma temporada de quarenta dias, no Teatro Experimental da UFPR.

O repertório de 2006 constitui-se das seguintes obras:

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O elenco era composto pelos bailarinos: ALEXANDRE FERREIRA, ALINE VALLIM, ANA CAROLINA BAGGIO, ANNA PAULA MARANHÃO, ANGÉLICA GALLARDO, CAROLINA DE NADAI, CAROLINA COSTA, CAROLINE MARTINS, DÉBORAH ATHERINO, FLÁVIA GAMA ROSA, GREICY BERNARDI, HELEN DE AGUIAR, ISRAEL BECKER, JAQUELINE GOMES, JULIANA VIRTUOSO, JULIANA GOMES DIAS, JULIANA VIEL DE MELO, LUA MONTEMÓR, MARIA HELENA MARTINS, NAIANA WÖHLKE CÉ, NINA GONTIJO, PAULO THOMAS CRUZ, PAULO NEGRI, PETER ABUDI, RAFAELA GOEDE, ROGER VASCONCELOS e VELIZE ROCHA.

Em 2007, a Universidade Federal do Paraná prepara-se para comemorar seus 95 anos. No mês de março, em frente às escadarias do prédio central (símbolo de Curitiba) ocorre um ‘desfile’ para divulgar a griffe UFPR 2007. A Téssera Companhia de Dança é o grupo artístico selecionado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura para realizar tal projeto: em cena, os bailarinos desfilam os produtos (camisetas, bonés, pastas, mochilas, etc.) e ao término do desfile, apresentam-se com uma coreografia criada especialmente para a ocasião. O registro deste desfile, sobretudo as fotos, circularam pela mídia durante o ano todo, rendendo ao grupo, sua imagem vinculada às páginas de importantes veículos de comunicação, além das capas de agendas universitárias e do livro da história da UFPR, editado neste ano.

Durante todo o 1º semestre, a companhia esteve pesquisando possibilidades de interação entre o movimento e os instrumentos de percussão. Numa parceria com o Grupo de Percussão da UFPR, sob direção de Paulo Demarchi, a Téssera estréia um espetáculo no mês de junho, no Teatro da Reitoria, a partir de elementos da música contemporânea para percussão, com destaque para trabalhos compostos por John Cage, além de autores brasileiros, especialmente paranaenses. Este mesmo espetáculo é apresentado em julho, no Theatro Municipal de Antonina, durante o 17º Festival de Inverno da UFPR.

No mesmo evento, ocorre um feito histórico: a Téssera é convidada a fazer um espetáculo no palco principal (palco aberto) com a coreografia Encartes, devido ao grande apelo popular da obra. Cerca de seis mil pessoas estiveram presentes e assistiram à obra na ocasião.

No 2º semestre, e prestes a comemorar 25 anos de existência, a Téssera inicia os ensaios de O Anjo Negro de Rafael Pacheco. A obra é uma reflexão sobre a humanidade. Sob a linguagem da dança contemporânea, pretende-se discutir cenicamente, conceitos como fé, esperança e perversidade.

O repertório de 2007 constitui-se das seguintes obras:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ABEL MARCARINI, ALYS LOUARTI, ANA CAROLINA BAGGIO, ANGÉLICA GALLARDO, CAROLINA DE NADAI, CAROLINE MARTINS, EMANUELA CAMARGO MARQUEZ, EVERSON MOTTA, FERNANDO VIDAL, FLÁVIA GAMA ROSA, GREICY BERNARDI, GREYCE LUCCA AITA, HELEN DE AGUIAR, JAQUELINE GOMES, JULIANA VIRTUOSO, JULIANA VIEL DE MELO, LUDMILA VELOSO, MARIA HELENA MARTINS, MARINA SCANDOLARA, NAIANA WÖHLKE CÉ, PAULO THOMAS CRUZ e VELIZE ROCHA.

Em 2008, durante o 1º semestre, a coreógrafa Cristiane Wosniak, propõe à companhia, uma nova pesquisa e estudo da obra de Clarice Lispector.

A opção recai sobre o conto A Imitação da Rosa. Reunindo uma equipe interdisciplinar, têm início as atividades de concepção e adaptação de um roteiro para a dança. A partir de anotações e esboços de ações (cenas previstas pela coreógrafa) o diretor de trilha sonora, César Sarti, investiga as possibilidades de criação a partir da palavra ‘rosa’ e suas conotações no repertório da música popular brasileira, mas sem deixar de lado as intervenções internacionais e as paisagens sonoras inusitadas.

O fotógrafo Douglas Fróis examina o fator de ‘decomposição de material orgânico’ e em específico, rosas, para chegar a resultados de coloração e textura que deram o mote à obra: o envelhecimento, a degradação, o esquecimento, a descoloração. Tais efeitos foram os responsáveis pela identidade do material gráfico e também da criação de figurinos.

A designer Helena Sardemberg em parceria com a coreógrafa, trabalhou os diversos tons de rosa, marrom e terra na busca de um figurino (vestidos, camisas, anáguas, camisolas, ternos, coletes) que lembrassem os anos cinqüenta no Rio de Janeiro – época e lugar de ambientação da obra original – para criar personagens compatíveis com a trama, porém com a mobilidade cênica essencial para a linguagem da dança.

O cenógrafo Percival dos Reis se apropriou de objetos e adereços de cores neutras (preto e branco) para reforçar as cores provenientes dos figurinos, da iluminação e das dezenas de rosas espalhadas no palco ao longo das cenas dançantes.

Rafael Pacheco selecionou algumas diretrizes de interpretação teatral na direção dos personagens, que transitavam entre o simbólico e o real. Ao término da obra, uma ‘chuva de pétalas’ caía sobre a frágil personagem Laura, perdida entre seus devaneios e lembranças.

Ainda em julho, Rosas se apresenta no Theatro Municipal de Antonina, durante o 18º Festival de Inverno da UFPR.

Durante o 2º semestre tem início a montagem da obra Silêncio de Rafael Pacheco. O local selecionado para abrigar a montagem é o Teatro Experimental (TEUNI) da UFPR, devido à proximidade da platéia, favorecendo o caráter intimista proposto nas cenas. A partir de uma trilha sonora complexa, repleta de recortes e efeitos especiais, os bailarinos atuam de forma catártica e extenuante, utilizando-se, em várias situações de movimentos executados num ritmo intenso, chocando-se com diferentes obstáculos (paredes sólidas do espaço) e em outros momentos, o ‘silêncio’ simbólico se faz presente, em movimentos amplificados por detalhes minúsculo: gestos fragmentados e repetidos até a exaustão.

O repertório de 2008 constitui-se das seguintes obras:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ABEL MARCARINI, ALANA MUNIZ DE LIMA, ALYS LOUARTI, ANA CAROLINA BAGGIO, ANGÉLICA GALLARDO, CAIO FÁBIO, CAROLINE MARTINS, EMANUELA CAMARGO MARQUEZ, EVERSON MOTTA, FABIANE RODRIGUES, FERNANDA NYCIA, FERNANDO VIDAL, GREYCE LUCCA AITA, HADIJI YUCARI NAGAO, HELEN DE AGUIAR, IGOR VIEIRA, ISRAEL BECKER, JULIANA VIRTUOSO, LUDMILA VELOSO, LUISA PEREIRA, MARIA HELENA MARTINS, MARINA SCANDOLARA, NAIANA WÖHLKE CÉ, PAULO THOMAS CRUZ, RAQUEL MESSIAS e VELIZE ROCHA.

Em 2009, sob a gestão do novo reitor, Zaki Akel Sobrinho, os diretores-coreógrafos da Téssera Companhia de Dança decidem reeditar o projeto de preservação, visibilidade e atualização de algumas peças do repertório, com a finalidade de circular e ‘contar a sua história dançante’ que, em 2011, completa 30 anos de existência.

O projeto, composto de três fases, apresenta os seguintes propósitos:

  1. remontar as coreografias que obtiveram destaque na primeira fase da companhia – sendo premiadas nos principais festivais nacionais de dança (proposta para 2009);
  1. remontar as coreografias que romperam o fluxo da primeira fase e apostaram no diálogo com os elementos do teatro, literatura e tecnologia (proposta para 2010);
  1. editar um livro com a trajetória histórica da companhia, apontando sua produção artística ininterrupta na área da dança moderna-contemporânea;

Para atingir o propósito nº 1, em 2009, os diretores remontam obras de sua autoria e que se reconfiguram no espetáculo denominado Tempo.

Um reforço na divulgação destas peças coreográficas é propiciado pelo projeto da Coordenadoria de Cultura da UFPR, Arte nos Campi, cujo objetivo é levar a arte dos grupos artísticos a todos os campi da instituição, em horários e espaços alternativos, procurando reforçar a produção de conhecimento artísticos nas diversas linguagens, aos alunos, professores e funcionários da UFPR.

Destaca-se a apresentação da Unidade de Dança no hall do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, que além das obras da Téssera Companhia de Dança, também apresentou uma coreografia com os alunos do Curso de Dança Moderna da UFPR.

Uma das obras resgatadas – no tempo – A Aparição do Whaithi de Rafael Pacheco, criada nos anos 1980, foi totalmente reconfigurada. Com a colaboração do artista percussionista, José Paulino Borges Almada, a companhia trabalhou com os elementos tempo e ritmo, durante todo o 1º semestre, em aulas programadas com recursos variados de sonorização e produção de instrumentos de percussão.

Rafael Pacheco aposta numa obra híbrida, onde os bailarinos deveriam, além de dançar, executar padrões rítmicos, ao vivo, com baquetas e percussão corporal.

O elemento voz também foi valorizado. O maestro Álvaro Nadolny do Coro da UFPR e o artista Brahmarsi Dãs, são convidados a trabalhar com o elenco na preparação vocal, pois os bailarinos também eram estimulados, em algumas cenas da obra, a falar e cantar.

O figurino, nesta versão, foi construído a partir do tecido jeans e os pés descalços no chão, emprestavam à coreografia um ar de modernidade tardia em meio ao atravessamento de interferências e linguagens híbridas.

O repertório de 2009 constitui-se do seguinte espetáculo:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco era composto pelos bailarinos: ABEL MARCARINI, ALINE CIRIACO MULINARI, ALYS LOUARTI, AMÁBILE BORTOLANZA, ANNA PAULA MARANHÃO, BAS VAN DER KRUK, BIANCA MENDES, BRUNA CAMPANHARI, BRUNA ZEHNPFENNIG, CAROLINA WALESKO, CAROLINE PELLEGRINI, FERNANDA NYCIA, FERNANDO VIDAL, GREYCE LUCCA AITA, HELEN DE AGUIAR, JULIANA VIRTUOSO, LINCON MOLINARI, MARIA HELENA MARTINS, NAIANA WÖHLKE CÉ, PAULO THOMAS CRUZ, REBECA TONKOVITCH, TÂNDARA TRENTIN e VELIZE ROCHA.

O início de 2010 vê a proposição nº 2 se tornar realidade. O espetáculo Diacronia com coreografias de Rafael Pacheco e Cristiane Wosniak, faz referência não apenas às suas criações históricas, de repertório, mas também coloca lado a lado, o diálogo com concepções cênicas atuais.

Após a estréia do Teatro Experimental da UFPR, Diacronia se apresenta no 20º Festival de Inverno da UFPR.

Mas a grande montagem coreográfica do ano, iniciando o processo de composição de obras visando à comemoração dos 30 anos da companhia, é Arthur, de Rafael Pacheco cujo conteúdo narrativo, marcadamente ritualista, coloca em cena personagens simbólicos. Arthur teve sua estreia no Teatro Experimental da UFPR, em novembro.

O repertório de 2010 constitui-se das seguintes obras:

Téssera_Cia_de_Dança_UFPR#Téssera_Companhia_de_Dança_da_UFPR_–_repertório_completo

O elenco é composto pelos bailarinos: ABEL MARCARINI, ALINE CIRIACO MULINARI, ALYS LOUARTI, AMÁBILE BORTOLANZA, ANNA PAULA MARANHÃO, BIANCA MENDES, BRUNA PALLAZIN, BRUNA PÓVOA, BRUNA ZEHNPFENNIG, BRUNO NASCIMENTO, CAMILA BOSCHINI, CAROLINA WALESKO, CAROLINE MARTINS, CAROLINE PELLEGRINI, DANIELE SENA DURÃES, DANILO SILVEIRA, DEIVID DOS SANTOS, FERNANDO VIDAL, GREYCE LUCCA AITA, HELEN DE AGUIAR, ISRAEL BECKER, JÚLIA GRASSATTO, JULIANA VIRTUOSO, MARIA HELENA MARTINS, MARINA RAUEN DECKER, NAIANA WÖHLKE CÉ, REBECA TONKOVITCH, SUZANA DE OLIVEIRA, TÂNDARA TRENTIN e VELIZE ROCHA.

A Téssera Companhia de Dança e a estrutura atual

O trabalho corporal sistematizado gera transformações qualitativas no trabalho de criação e interpretação dos bailarinos. O trabalho técnico diário da Téssera Companhia de Dança da UFPR, desenvolve, aprimora e aprofunda em cada bailarino, a depender de seu nível de conhecimento e treinamento anterior, os seus recursos de expressão, a sua prontidão e atenção aos estímulos coreográficos (corpo inteligente e responsivo) e intensifica sua presença cênica (marca registrada da Companhia), com a proposição de exercícios de interpretação teatral.

Por meio de uma seleção de exercícios executados no solo, no centro axial e locomotor, o bailarino desenvolve a consciência e a compreensão de sua ação na cena dançante.

Os professores ministrantes das aulas técnicas se revezam semanalmente, de acordo com os processos coreográficos: se algumas habilidades motoras necessitam ser intensificadas em determinado período (quedas, saltos, giros, etc.), por conta da demanda de movimentos necessários ao vocabulário coreográfico em questão, então, o planejamento das aulas é alterado, seguindo esta variação momentaneamente necessária. Os próprios diretores-coreógrafos se revezam nesta função, garantindo a eficiência e a inclusão de material suficiente na construção – e repetição de exercícios – para a manutenção de um corpo ágil e criativo.

A compreensão de conceitos corpóreos amplifica as possibilidades de movimento, mantendo rápida resposta motora, entretanto, em diferentes estágios da aula, alguns códigos são determinados e é preciso dominar algumas habilidades, desenvolvendo um padrão – construção de conceitos, tônus muscular e habilidades motoras básicas – para que se possa, posteriormente, (des)construir tais aparatos corporais, nos processos de (re)criação e (re)combinação de vocabulário de movimento.

As aulas são sucedidas por ensaios de obras do repertório da companhia, com a finalidade de manutenção, ou experimentos fundamentados nas propostas coreográficas do período.

A pauta do trabalho diário inclui ainda, em determinadas ocasiões, o estudo de registros videográficos, com trabalhos da companhia. Nestes momentos, os integrantes observam a estética proposta na cena e a assistente de ensaio ou ‘remontadora’ da obra faz suas observações, designa quem deve aprender qual papel e a partir daí, uma grade de trabalho individualizada e coletiva é montada para a apreensão do material coreográfico de repertório. Horários diferenciados são anotados e os espaços são reservados para estes encontros que podem acontecer antes ou após os ensaios do cronograma semanal previsto.

A mobilidade de elenco é vista como saudável na Téssera Companhia de Dança da UFPR e reflete no dinamismo e na oxigenação do grupo. Entretanto, embora o vigor técnico dos ‘novatos’ inspire uma maior intensidade na execução de exercícios vigorosos, isto nem sempre se reflete na maturidade artística e na compreensão das idéias propostas por obras mais densas e que demandam ou talvez exigem uma faixa etária mais específica, mais madura. O conjunto, neste momento, necessita de adaptações na linguagem, e torna-se necessária a ‘equalização da cena’, para que não haja desnivelamento entre os integrantes. Além dos recursos fornecidos nas aulas, ensaios e assistência ao material audiovisual, é vital, o embasamento teórico constante do elenco. As aulas teóricas formais do Curso de Dança Moderna da UFPR são abertas aos integrantes da companhia, no período da tarde, onde os fundamentos das disciplinas: Teorias do Movimento, História da Dança e Estética e História da Arte Moderna podem fornecer meios para uma assimilação mais consciente dos princípios que regem a arte da dança.

O acervo da própria companhia pode fornecer subsídios para o estudo individualizado de cada integrante acerca dos princípios da dança moderna, contemporânea, história da dança, histórico da companhia, elementos de teatro, etc. O acervo contém material teórico (biblioteca especializada), fotográfico (catálogos mapeados) e videográfico (em fase de digitalização).

Os estagiários, supervisionados pelos diretores, são aconselhados a participar das atividades desenvolvidas no [Curso de Dança Moderna UFPR | CDM] e estimulados a estudar os conceitos teóricos (acerca da dança e do teatro) desenvolvidos na companhia.

Notas

[1] UNIVERSIDADE Federal já tem 318 alunos no grupo de dança. Gazeta do Povo. Curitiba, 29 de setembro de 1982, p. 8.

[2] TODA a cidade pode e deve dançar com o grupo da UFPR. E deve. Jornal da UFPR. Curitiba, 01 de junho de 1984, p. 4.

[3] DANÇA na reitoria. O Estado do Paraná. Curitiba, 14 de novembro de 1986, p. 8.

[4] GRUPO obtém outras duas premiações. Jornal da UFPR. Curitiba, edição de agosto de 1988, p. 3.

[5] ENDA-88 reuniu mais de 4 mil bailarinos. Dança Hoje – Informativo do Instituto de Dança da Fundacen-MinC. Rio de Janeiro, edição nº 4 de dezembro de 1988, p. 2-3.

[6] GRUPO de dança vence festival de Joinville. Jornal do Estado – sessão Dança. Curitiba, 29 de julho de 1989, p. 2.

[7] 'Tradução': O Brasil vem nos visitar e é tempo de derrubar os clichês. Nós queremos mostrar que este país é criador (propositor) de outras formas coreográficas, daí o título de nosso Encontro: Brasil Outras Danças. Nós descobriremos quais são as relações existentes entre a sua cultura e a criações contemporâneas que são propostas pelos (grupos) universitários brasileiros. Este Encontro com os jovens artistas brasileiros constitue uma descoberta da dança universitária e uma primeira aproximação para uma descoberta (e entendimento) da própria dança contemporânea brasileira. (ref: BRÉSIL AUTRES DANSES. 6e Rencontre Universitaire de Danse. Lyon-France. Université Lumière-Lyon 2. Du 1er au 6 avril 1996. 1 programe: p&b. p. 3).

[8] TÉSSERA: 20 anos de sensibilidade, realidade e inovação. Notícias da UFPR: informativo da universidade federal do Paraná. Ano 1, nº 3 – agosto de 2002, p. 5-6.

Téssera Companhia de Dança da UFPR – repertório completo

2010

Arthur

coreografia: Rafael Pacheco

Across

coreografia: Rafael Pacheco

VaptVupt (dueto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Uno (solo)

coreografia: Cristiane Wosniak

Diacronia (espetáculo)

coreografias: Rafael Pacheco e Cristiane Wosniak


2009

Temp (espetáculo)

Coreografias: Rafael Pacheco e Cristiane Wosniak


2008

Rosas

coreografia: Cristiane Wosniak

Silêncio

Coreografia: Rafael Pacheco


2007

O Anjo Negro

coreografia: Rafael Pacheco


2006

Encartes

coreografia: Cristiane Wosniak

Diabliposa

coreografia: Rafael Pacheco


2005

Pessoas Marcadas 2

coreografia: Rafael Pacheco

Sapus Sapiens

coreografia: Cristiane Wosniak

Estudo Paraqueda (dueto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Sobre Uma Menina Exemplar

coreografia: Cristiane Wosniak

Subway

coreografia: Rafael Pacheco


2004

Das Gericht (O Julgamento)

coreografia: Cristiane Wosniak

Plusz (quarteto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Dialogue (dueto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Fragmentos da Alma

coreografia: Rafael Pacheco


2003

Circulumm

coreógrafa: Cristiane Wosniak


2002

Aniversário

coreografia: Cristiane Wosniak

Transgressão do Medo

Coreografia: Rafael Pacheco


2001

Leyllas e Um Poeta

coreografia: Cristiane Wosniak

Blume (dueto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Babel (solo)

coreógrafa: Cristiane Wosniak

Ein Schrei (Um Grito)

coreografia: Cristiane Wosniak

Tanzen

coreografia: Cristiane Wosniak

Salamandrina (trio)

coreografia: Cristiane Wosniak

Estruturas

Coreografia: Rafael Pacheco


2000

Fragmento Zero

coreografia: Rafael Pacheco

Tolerância Zero

coreografia: Rafael Pacheco


1999

Doberman

coreografia: Rafael Pacheco


1998

Nós (dueto)

coreografia: Cristiane Wosniak

Blasfemale (solo)

coreografia: Cristiane Wosnaik

Corpo de Delito

coreografia: Cristiane Wosniak

A Vaca

coreografia: Rafael Pacheco


1997

Oscilação

coreografia: Cristiane Wosniak

O Senhor da Noite

coreografia: Rafael Pacheco


1996

A Aparição do Whaithi

coreografia: Rafael Pacheco

Viajem

coreografia: Rafael Pacheco

Cruel Inocência

coreografia: Rafael Pacheco

Divisão dos Sentidos

coreografia: Rafael Pacheco

Tem Ar Dentro (dueto)

coreografia: Andréa Sério

Leyllas e Um Poeta

coreografia: Cristiane Wosniak


1995

Fitnnas

coreografia: Rafael Pacheco

The Wall

coreografia: Rafael Pacheco

Zumbi Odara (opereta afro-brasileira)

coreografia: Rafael Pacheco


1994

O Anjo

coreografia: Rafael Pacheco

Divisão dos Sentidos

coreografia: Rafael Pacheco

Elementos

coreografia: Rafael Pacheco


1993

Pessoas Marcadas

coreógrafo: Rafael Pacheco

Yfé Bogbô Ayê (opereta afro-brasileira)

coreógrafo: Rafael Pacheco


1992

Omen 666

coreografia: Rafael Pacheco

O Condutor (obra completa)

coreografia: Rafael Pacheco


1991

Viajem (obra completa)

coreografia: Rafael Pacheco

Beauborg (dueto)

coreografia: Catharina Coimbra

Paris et Helena (pas de deux)

coreógrafa: Carla Reinecke

Cidade Aberta

coreografia: Rafael Pacheco

Tempo Solo (solo)

coreografia: Fabiana Ferreira

Dez Para as Oito

coreografia: Rafael Pacheco

Final

coreografia: Rafael Pacheco


1990

Nada

coreografia: Andréa Sério

O Condutor (versão sintética)

coreografia: Rafael Pacheco

Eu Paciente... Porém Terminal

coreografia: Rafael Pacheco


1989

Viajem (versão sintética)

coreografia: Rafael Pacheco

A Aparição do Waithi (versão sintética)

coreografia: Rafael Pacheco

A Rainha da Noite

coreografia: Rafael Pacheco

Polifonia

coreografia: Rafael Pacheco


1988

Ex-Posição

coreografia: Josélia Schwanka

Clap Hands

coreografia: Heloisa Mello

Anima (dueto)

coreografia: Eva Shul

Registrato (dueto)

coreografia: Rafael Pacheco

Suicídio

coreografia: Rafael Pacheco

Transparência (solo)

coreografia: Rafael Pacheco

Cruel Inocência

coreografia: Rafael Pacheco


1987

Metrópolis

coreografia: Carlos Cortizzo

Ária (dueto)

coreografia: Eva Schul

Limites Urbanos

coreografia: Carlos Cortizzo

Outono (solo)

coreografia: Rafael Pacheco

Vetores

coreografia: Cristiane Wosniak e Ana Denise Beck

Motion

coreografia: Josélia Schwanka

Variações

coreografia: Rafael Pacheco

Imagens

coreografia: Rafael Pacheco


1986

Noite 31

coreografia: Márcia Squiba e Mauricio Kenedi Vogue

Vigília Para Um Senhor Morto (trio)

coreografia: Luis Fernando Sayão

Segredos

coreografia: Paulo Buarque

Lamentos

coreografia: Rafael Pacheco

Celacanto (solo)

coreografia: Rafael Pacheco

Cidade

coreografia: Rafael Pacheco

Cosmic Blues (solo)

coreografia: Luis Fernando Sayão

Hall of Mirrors

coreografia: Eva Shull

Allegro

coreografia: Eva Shull


1985

High Society

coreografia: Rafael Pacheco

Nascido Nunca Perguntado

coreografia: Rafael Pacheco

Momento (solo)

coreografia: Eva Schul

Farsa Espanhola (peça teatral)

coreografia: Rafael Pacheco


1984

Ponto Quatro

coreografia: Rafael Pacheco

Aquarela do Brasil

coreografia: Vera Domakoski

For Once In My Life

coreografia: Vera Domakoski

Jazz Hot

coreografia: Vera Domakoski

Moanin

coreografia: Vera Domakoski


1983

Flashdance coreografia: Vera Domakoski

Fly

coreografia: Rafael Pacheco

Alley Cat

coreografia: Vera Domakoski

Big Bucks

coreografia: Vera Domakoski


1982

Exaltação ao Cangaço

coreografia: Vera Domakoski e Rafael Pacheco

Temas de Mar

coreografia: Vera Domakoski e Rafael Pacheco

A Era dos Cabarés

coreografia: Vera Domakoski

Referências

WOSNIAK, Christiane. Téssera companhia de dança da UFPR [mensagem anexada]. Mensagem enviada para <nai_sato@hotmail.com>, em 11 fev. 2011.


WOSNIAK, Cristiane. Um olhar institucional sobre a história da dança em Curitiba. In: PEREIRA, Roberto; MEYER, Sandra; NORA, Singrid (Org.). Seminários de Dança - Histórias em movimento: biografias e registros em dança. Caxias do Sul: Lorigraf, 2008. P. 227 - 234.


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