Kurt Jooss
De Wikidanca
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Kurt Jooss foi um famoso bailarino e coreógrafo considerado o precursor da dança teatro ou thanztheater por promover a mistura entre ballet clássico, artes visuais e teatro. É reconhecido por ter fundado de várias companhias de dança, incluindo mais notavelmente o Tanztheater Folkwang, em Essen (ALE).
Jooss interessou-se desde muito jovem por canto, teatro e artes visuais, tocava piano e era exímio fotógrafo. Iniciou aulas com Rudolf von Laban em 1920 e até 1924 estudou, dançou (para e com) e foi um de seus seguidores mais notáveis. Associou-se também, ao lado de Laban ao movimento nomeado Ausdruckstanz (Dança Expressionista).
Abriu sua companhia ” Die Neue Tanzbühne “ em 1924, associando-se ao músico e compositor Fritz A. Cohen, com quem compartilhou a crença de que a coreografia e a música devem evoluir juntos para dar expressão à ideia dramática no estilo e forma unificada. Jooss usou narrativas e técnicas de teatro moderno para fazer o que foi chamado de Dança Teatro, desenvolvendo ainda mais o trabalho de Laban e seu sistema de notação.
Sua primeira coreografia foi denominada “Ein Persiche Märchen” (Um conto Persa). Em 1925, Jooss e Sigurd Leeder se juntaram a um grupo de artistas e abriram uma nova escola de dança chamada "Westfälische Akademie für Bewegung, Sprache und Musik" (Academia de Movimento, fala e música). Ambos estiveram em Paris em 1926 para estudar balé clássico com a bailarina russa Lubov Egorova.
Em 1927, o trabalho da dupla Jooss e Leeder “Dance of Dead” (Dança da Morte), foi criticado por ser demasiado avant-garde. No mesmo ano, ainda estudando dança acadêmica, Jooss foi contratado para dirigir o "Westfälische Akademie" de Essen, , que tornou-se “Folkwang Schule” , base do “Folklang Tanztheater”, que se tornaria seis anos mais tarde o “ Ballet Jooss”.Jooss gostava de movimentos naturalistas em montagens com enredos e temas que abordam questões sociológicas. Em 1932, a montagem antibelicista “ The Green Table” (A Mesa Verde) foi premiada tornando-se aclamada pela crítica mundial como uma obra prima e a principal mostra do seu estilo. Satirizou a hipocrisia dos diplomatas, a dor e os aspectos terríveis que envolvem as guerras, a violência e cinismo dos donos do poder, mantendo-se tão atual quanto no ano em que foi concebida.
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Pressionado pelo nazismo saiu da Alemanha em 1933 (uma vez que se recusou a demitir os judeus de sua equipe). Após a turnê na Europa e América, refugiou-se na Inglaterra, onde seguiu lecionando artes cênicas e dança na escola que fundou com Leeder, em Dartington, nesse tempo fez “ Ball in Old Vienna”. Lá montou mais obras incluindo “Pandora” 1934, com imagens perturbadoras de um desastre humano e tragédia.
Entre 1947 e 1949 trabalhou no Chile, retornando em seguida a Essen, para a mesma companhia que havia dirigido. Ali permaneceu até 1968, acumulando ainda o posto de diretor da Ópera de Dussenldorf, de 1954 a 1956. Neste período, foi professor de Pina Bausch. Entre os inúmeros Ballets que criou, destacam-se “Weg im Nebel” (Caminho na Bruma), “Nachtanz” (Viagem Noturna), “ DieFeien Königin” (A Rainha das Fadas), “ Castor e Polux”, “Didon und Aeneas” e “ La ripresentazione di anima e di corpo”, as quatro últimas a partir de partituras de Henry Purcell, Rameau e Cavalieri. Conheceu também sucesso internacional a obra “ A Grande Cidade”, que aborda um casal de namorados, sendo ele um operário, retornando do rabalho no meio da multidão metropolitana. Um libertino, procurando por novas experiências, seduz a jovem que, empolgada pela promessa de aventuras, foge com ele para danceterias onde encontrará a desilusão.
Jooss esteve no Brasil em 1939 com sua companhia.
Aposentou-se em 1968 e morreu em 1979 em decorrência de um acidente automobilístico na cidade de Heilbronn, Alemanha Ocidental. Peças de Jooss são representadas ainda hoje, especialmente “The Green Table”, sob a supervisão de Anna Markard (filha), conservando a autenticidade de sua obra.
(12 de janeiro de 1901 em Wasseralfingen,