Grupo CoMteMpu's - Linguagens do Corpo

De Wikidanca

Edição feita às 01h50min de 17 de outubro de 2013 por Raquel de Oliveira (disc | contribs)
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Um grupo formado em 2005 em Salvador - BA, que posteriormente tornou-se uma plataforma que reúne artistas interessados em pesquisar sistemas abertos de co-criação em Dança e Linguagens do Corpo.


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Tabela de conteúdo

O Grupo

O CoMteMpu's surgiu do desejo de artistas de criar um núcleo de pesquisa e criação em dança, onde os envolvidos assumissem os papéis de co-criadores. Frustrados pela configuração do mercado da dança, que desejava determinados padrões corporais, ou descontentes com os grupos de dança tradicionais, os integrantes do grupo estavam dispostos a serem seus próprios porta-vozes.

Nesta lógica horizontal da co-criação, pode-se dizer que foi então fundado o Grupo CoMteMpu's – Liguagens do Corpo, sem direção, sem instituição e sem patrocínio (ANDRADE, 2010, p.62) pelos seus sete integrantes iniciais: Karina Amaro, Luciene Munekata, Lucimar Cerqueira, Marina Gottschalk, Roger Guerra, Sérgio Andrade e Vinícius Paim. Seus encontros aconteciam na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, embora não pertencessem à instituição.

Um pouco mais tarde Vinícius, Karina e Luciene saíram, permanecendo os demais. Tempos depois em uma oficina dada pelo CoMteMpu's um novo integrante foi convidado a participar do grupo, Eros Ferreira. E em 2011 foi feita uma seleção que escolheu uma bolsista para atuar no grupo, Gatha, que acabou permanecendo mesmo ao fim do estágio.

Em sua trajetória o CoMteMpu's buscou, por meio de uma perspectiva desconstrucionista, investigar e criar uma dança crítica e politizada, cuja proposta era descondicionar os corpos e o pensar-fazer em Dança. Esta proposta acabou sendo chamada de dança frouxa.

A preocupação de não criar modelos rígidos sempre guiou o trabalho do grupo. Este afrouxamento – imagem metáfora utilizada pelo grupo – sugere novas formas de organização do pensamento coreográfico e seus efeitos sobre o corpo.

Desde o nosso primeiro trabalho o grupo buscou investigar ambientes abertos de co-criação coreográfica aliados ao estudo do acaso, improvisação, autobiografia e autonomia para o corpo que dança, que com o passar do tempo foi nomeado de Dança Frouxa. Desde o início dessa trajetória os integrantes do grupo passaram a autonomear-se como Zezas, uma postura artístico-político-cotidiana, assumindo funções de co-criadores em hierarquia horizontalizada. (ANDRADE, 2010, p.5)

O termo Zeza foi uma brincadeira entre os artistas. Remete ao apelido Zé que em alguns lugares do Brasil carrega a ideia de pessoas simples ou até mesmo tola. Assim, com este apelido, os artistas zombavam a eles próprios. Há ainda um outro sentido no termo Zeza, uma brincadeira de gêneros e Za, masculino e feminino, sendo Zeza uma mistura de ambos.

Com o passar do tempo o termo Zeza não mais significava somente uma brincadeira, mas uma postura política, uma corporeidade subversiva.

Desde 2011 o CoMteMpu's assumiu um caráter de plataforma artística, buscado outra configuração para dar continuidade ao trabalho, uma vez que seus integrantes estão em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

Zezas (integrantes)

Eros Ferreira (BA), Gatha (BA), Iara Sales (PE), Mariana Gottschalk (BA), Nathália Matos (BA), Sérgio Andrade (RJ), Tonling Cheng (PE) e Victor Hugo (BA).

Espetáculos

Safo (2009)

"Mera coincidência com a poetisa de mesmo nome, mas aqui, “SAFO” vem de se safar: escapar, resistir, desviar, escorrer entre linhas e sobreviver em um ambiente onde já não se resolve ser contra ou favor, marginal ou centro, academia ou botequim.

Pulverizam-se os heróis, os contra-heróis e os anti-heróis. Posturacorpodiscursos se [des]fazem a cada situação apresentada: vestir, desnudar, agir, gritar, mover – tanto faz. Imagens se colam num discurso hiper-dadá onde tudo cabe.

Nesse ambiente a coerência não busca aproximar-se da realidade, ou se opor a ela. Tudo é um grande acordo onde nada mais importa além da sustentação e mobilidade da imagem-corpo. Assim dizemos em coro:

Tanto faz – pelo não-fazer, pela não-defesa, pelo silêncio, pela amoralidade, pela tensão que não se concretiza, pela promiscuidade, pelo deboche, pela indolência, pelo não se importar, pelo ruído, pelo desnecessário e pela simples provocação – porque é isso que se espera de nós.

Para que ser um homem bomba se posso ser um “homem-chabú”: que cria alarde, fede a pólvora queimada, incomoda, mas não despedaça o próprio corpo?"


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Safo – CoMteMpu's (Vídeo): vimeo.com/37709778

Ficha Técnica:

Zezas: Eros Ferreira, Iara Sales, Ma riana Gottschalk, Natália Matos e Sérgio Andrade

Estrelando: Aristina (La moñeca)

Cenografia: Miniusina de Criação Execução Cenotécnica, Luis Parras e Paulo Batistela (Nietzsche)

Pesquisa de Figurino, Carol Diniz Iluminação: Rivaldo Rio Ass. de Iluminação, Ernillie Lapa

Operação de Luz: Milianie Matos

Concepção de Trilha Sonora: Tonlin Cheng

Palpietagem na Trilha Sonora: Paul ifio Nunes

Sonoplastia: Tonlin Cheng e Aldren Lincoln

Música "Papai me dá um dólar": Eros Ferreira

Músicos Convidados: Aline Santana (bateria) e Lato (baixo)

Assessoria de Imprensa: Tati Rabello

Design Gráfico: Iara Sales e Tiago Ribeiro

Fotos: Aldren Lincoln Di r eçã o Geral e Argumento: Sérgio Andrade




(semi) novissíssimos, ainda sem nome (2007)

"O corpo como um fenômeno plástico, o corpo como um objeto, o corpo como uma coisa: O que é legítimo do corpo? O que permanece corpo? O que é (anti)providencial ou desnecessário para essa imagem corpo?

Os Zezas trazem para a cena o corpo-cena-objeto-coisa. Um corpo assimétrico e ágil que seduz e se exibe e distorce e manipula e se permite a manipulação, por trinta segundos de propaganda. Em soluções pílulas de cenas, o Zezas, em suas ações desajeitadas e aparentemente displicentes, subvertem os referenciais do corpo fantástico, ditando ordem e significados [ir]reais para as formas distorcidas do corpo. Se acabaram com a festa, dêem a eles a TV e os programas de auditório. E viva a decadência dos reis do pop, os (falsos) heróis sem poderes, os coronéis mancos, o descartável, o desnecessário, num mundo de plástico, como coisas-seres-objetos-plásticos!"


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Ficha Técnica:

Argumentação e direção geral: Sérgio Andrade

Zezas Cocriadores: Eros Ferreira, Iara Sales, Marina Gottschalk, Natália Mattos e Sérgio Andrade

Participação especial: Verônica de Moraes

Pesquisa de cenografia: Iara Sales

Pesquisa de Figurino: Carol Diniz

Iluminação Rivaldo Rios

Técnica de luz: Milianie Matos

Sonoplastia: Aldren Lincoln




Obras de Uma Carta Anônima (2006)

"O espetáculo parte de inquietações sobre relações de instabilidade e segurança na vida, disseminadas em quatro ambientes-discussões para os Zezas[1] em cena: autoria, vulnerabilidade, adestramento e recepção. Imagens, movimentos e textos que partiram de estudos autobiográficos dos co-criadores se apresentam deslocadas de suas referências e jogam com a simultaneidade e com o acaso surgido em cena, constituindo uma coreografia afrouxada e recentrável. Nessa Dança que se faz de risco, instabilidade e disseminação, cabe ao público dar seu próprio direcionamento de fruição da obra, evidenciando e selecionando recorrências entre memórias individuais e coletivas, público e obra, dentro e fora, cena e não-cena, etc."


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Obras de Uma Carta Anônima – Vídeo: vimeo.com/22574106


Ficha Técnica:

Zezas co-criadores: Eros Ferreira (em cena), Iara Sales, Luciene Munekata, Lucimar Cerqueira, (em cena), Mariana Gottschalk (em cena), Natália Matos (em cena), Rogério Guerra, Sérgio Andrade (em cena), Victor Hugo (em cena), Vinícius Paim e Karina Leiro.

Pesquisa de Figurino: Carol Diniz

Concepção de trilha sonora: Ana Clícia Ferreira

Sonoplastia: Aldren Lincoln

Iluminação: Rivaldo Rio e Milianie Matos

Cenotécnica: Luís Parras

Produção de Cenário: PIAC

Argumento e Direção Geral: Sérgio Andrade

Duração: 45 min.




Intervenções

Out-doors (2008-2009)

"Out-doors é um conjunto de ações intervencionistas em Dança, que se desdobrou da pesquisa Corpo-Plástico-Objeto-Coisa (CPOC) e apresenta três possíveis versões de realização: Out-doors 1, 2 e 3.

Out-doors foi realizado em duas cidades do interior baiano, Jequié e Itabuna, em janeiro de 2008, na capital Salvador, em setembro de 2008, durante o Projeto Quarta que Dança – FUNCEB. Em 2008, participou também do 7º festival Performance de Cali (Santiago de Cali – Colômbia), e, em 2009, retornou a Colômbia, Bogotá, para compor a programação de performances urbanas do 7º Encontro do Instituto Hemisférico de Performance e Política, organizado pelo Hemispheric Institute of Performance and Politics – New York Universit."


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Ficha Técnica:

Zezas cocriadores: Aldren Lincoln, Eros Ferreira, Iara Sales, Miliane Matos, Mariana Gottschalk, Natália Mattos, Sérgio Andrade e Victor Hugo

Argumento e Direção Geral: Sergio Andrade




Residência Artística

Aglomerado (Colômbia 2008/ Brasil 2010)

"A ação se dá pela criação de uma processão em prol do nada, onde um aglomerado de pessoas se reúne gerando uma curiosidade aos transeuntes das ruas sobre sua ação: por que as pessoas acompanham a procissão? Ao passo dessa pergunta, alguns desses mesmos transeuntes instigados em responde-la podem passar também a acompanhar a procissão alimentando esse complexo aglomerado em ação. Durante a ação os Zezas misturam signos e elementos da nossa cultura local e global, chocando referenciais estéticos e políticos, o que cria uma cadeia simbólica dessacralizadora da imagem do corpo, da massa urbana, da tradição e imaginário popular.

Aglomerado já realizada na cidade de Santiago de Cali, em 2008. Em 2010 foi realizado um remake na cidade de Salvador através do projeto contemplado pelo Edital Quarta que Dança 2009/2010 – Categoria Intervenção."


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Aglomerado – Vídeo: vimeo.com/47075484

Ficha Técnica:

Argumento e direção: Sérgio Andrade

Zezas: Aldren Lincoln, Eros Ferreira, Iara Sales, Natália Mattos, Mariana Gottschalk, Milianie Matos, Victor hugo, Sérgio Andrade e convidados.




Ilesos, nos vemos (ou nos vemos ilesos) (2008)

"É um videodança que parte da noção de dessacralização da imagem-corpo, não somente se restringindo ao corpo humano, mas também o próprio corpo da câmera, sua percepção física e construção fotográfica. O argumento coreográfico busca a construção e manutenção desse estado de “dessacralização” a partir diferentes texturas, “focos de quinta”, percepção de pequenos erros, descontinuidades propositais e tombos na câmera, aliada a uma corporeidade frouxa e, por vezes, subversiva dos corpos que co-habitam os recortes de imagem. Recorrências entre signos, conexões absurdas e citações incidentais são os principais motes para construção de uma dramaturgia imagética regida pela manipulação, exibição, distorção e subversão da imagem-corpo.

Videodança criado na Residencia Artistica da Fundaccion Lugar a Dudas (Cali - Colombia), de Julho a Outubro de 2008, através do projeto Corpo-plástico-objeto-coisa em Cali - com recursos da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Edital de Residência Artística no Exterior 2007."


Ilesos, nos vemos (ou nos vemos ilesos) – Vídeo: vimeo.com/47072368


Ficha Técnica:

Dançarinos Co-criadores: Ana Carolina Arcila, Angélica Maria Nieto, Catalina Restrepo, Cristina Díaz, Diana Lúcia Suarez, Francisco Javier Gonzalez, Jean Michael Barona, Janeth Mesias, Leonardo Candelo, Sérgio Andrade, Sorandi Aranda.

Ator Convidado: Santiago Londoño

Fotografia e Câmera: Alfredo Cardozo e Rodrigo Ramos

Assistente de Fotografia: Freddy Sarria

Direção de Iluminação: Rodrigo Ramos

Sonoplastia: César Torres e Luís Miguel Varela

Edição: Sérgio Andrade

Finalização: Alfredo Cardozo

Direção de Arte: Marcela Gómez

Citação incidental: Maniac – Michael Sambello

Produção Coletiva

Direção Geral e Argumento Coreográfico: Sérgio Andrade

Duração: 14’06’’ | Língua: Espanhol


Projeto de Manutenção do Grupo CoMteMpu's - Linguagens do Corpo

Projeto realizado através do Edital de Apoio a Grupos Artísticos do Estado da Bahia. Com objetivo de produzir ao todo doze meses de atividades continuadas do grupo em Salvador, Recife e Rio de Janeiro.

Em sua ações propôs intercâmbios, pesquisa, eventos, temporadas de espetáculos, publicações, residências artísticas e ocupações urbanas.


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Ficha Técnica:

Zezas: Aristina (la moñeca), Eros Ferreira, Iara Sales, Mariana Gottschalk, Natália Mattos, Sérgio Andrade e Victor Hugo Artistas Colaboradores: Aldren Lincoln, Carol Diniz, Milianie Matos e Tonlin Cheng

Bolsistas: Aline Niere e Gathà

Equipe Técnica: Rivaldo Rio, Milianie Matos e Nit

Programação Visual: Tiago Ribeiro

Assessoria de Imprensa: Tati Rabello

Argumento e Direção Geral: Sérgio Andrade

Produção Executiva: Raema Nascimento e Sérgio Andrade

Prêmios e editais recebidos

PIAC 2005 - Programa de Incentivo às Artes Cênicas. UNE/MinC.

Quarta que Dança 2007 – Categoria Espetáculo. FUNCEB.

Prêmio Ninho Reis 2007 – Edital de Apoio à Circulação de Dança pelo Estado da Bahia. FUNCEB.

Edital de Residência Artística no Exterior 2007. SeCult/Ba.

Quarta que Dança 2008 – Categoria Intervenção Urbana. FUNCEB.

Prêmio Yanka Rudzka 2008 – Edital de Apoio à Montagem de Espetáculos de Dança do Estado da Bahia. FUNCEB.

Programa de Difusão e Intercâmbio Cultural 2009. Secult/Ba

Quarta que Dança 2009 – Categoria Intervenção Urbana. FUNCEB

Quarta que Dança 2009 – Categoria Espetáculo. FUNCEB

Edital de Manutenção de Grupos Artístico 2010- Categoria I - Dança. FUNCEB / Secult-Ba.


Ver Também

Sérgio Andrade

Projeto de Manutenção do Grupo CoMteMpu's – Linguagens do Corpo

Safo – CoMteMpu's

Referências

ANDRADE, Sergio Pereira. O Grupo CoMteMpu's e a dança frouxa: (re)olhares sobre o pensar-fazer desconstrutivo em dança. UFBA 2010. Disponível em https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9443 acesso 20 de julho de 2013.

Sobre o Projeto de Manutenção do Grupo CoMteMpu's. Disponível em www.slideshare.net/comtempus/sobre-o-projeto-de-manuteno-do-grupo-comtempus

Grupo CoMteMpu's - Linguagens do Corpo. Disponível em zezolandia.blogspot.com.br/

Informações gentilmente cedidas pelo artista.

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