Técnica Klauss Vianna

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Inicialmente é importante relatar que mesmo tendo este nome Técnica Klauss Vianna esse estudo não foi fundamentado apenas por Klauss, seu filho Rainer Vianna e sua companheira Angel vianna tiveram papéis fundamentais na criação de sua chamada técnica, podendo assim também nos referir a esse estudo como Técnica dos Viannas, técnica esta não só direcionada apenas ao universo da Dança, mas sim aos diversos campos artísticos existentes.

Klauss Vianna começa suas pesquisas e experimentações em meados da década de 1940, seus ensinamentos foram postos em prática inicialmente em Belo Horizonte sua terra natal, onde fundou o Ballet Klauss Vianna, passando também pela Universidade Federal da Bahia (1962) onde lecionou por dois anos, e pela Escola Municipal de Bailados (1964). Ele se baseava em direções do balé clássico, mas também buscava orientações em diferentes formas de artes. Apesar de seguir algumas recomendações do balé, ele era rigorosamente contra a forma de se atingir um equilíbrio e conhecimento corporal imposto por essa modalidade de dança. Klauss acreditava que o mesmo era mera representação de passos e robotização do corpo, que a relação entre professor/aluno imposta dentro das salas de aula representava uma militarização dos seres e do ambiente, onde não se perguntava nem ao menos se questionava aquilo que estava sendo colocado como estudo. Fazendo assim com que situações como estas quebrassem a ideia de coletividade ali presente.

Em sua técnica ele propunha uma nova investigação do ser, partindo de sua formação anatômica como os ossos, músculos e articulações fazendo assim com que ele buscasse outros ramos para estudo como os anatômicos e cinesiológicos, mas não deixando de lado suas vivências, suas lembranças, o despertar de suas sensibilidades.


Quando se está dentro de uma sala de aula ou até mesmo em cena, não se pode e nem se consegue excluir as emoções que são parte de nós. Todas as emoções, as vivências, as percepções e os conhecimentos existem como integridade do corpo. “O corpo humano permite uma variedade infinita de movimentos, que brotam de impulsos interiores e exteriorizam-se pelo gesto, compondo uma relação íntima com o ritmo, o espaço, o desenho das emoções, dos sentimentos, das intenções.(VIANNA, 2005, p. 105)


Klauss acreditava em uma intensa interação entre ser e ambiente, onde o ápice desta ligação seria representado por nossa respiração. O ato de inspirar e expirar eram os motores principais para a troca de experiência com o ambiente ao entorno, ao inspirar estaria absorvendo todas as riquezas e informações daquele determinado espaço e ao expirar estaria doando parte do que há dentro do ser. Preocupou-se com o individualismo, as peculiaridades de cada corpo, mas não descartou a ideia de um coletivo, podemos dançar com nossas especificidades, porém incluídos em um coletivo. Para que o ator/bailarino comece qualquer estudo corporal ele precisa primeiramente entender o seu corpo, sua organização anatômica, o equilíbrio dessa estrutura até partir para uma observação expressiva e criativa. Ao descobrir essas estruturas individuais é possível notar a existência de outras estruturas, corpos e pessoas que também se assemelham e mais do que isso, se inter-relacionam.


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Klauss ignorava a possibilidade de seu estudo ser codificado como uma técnica, pois para ele não existe o fim de uma investigação. Seu objetivo é que seu estudo seja encarado como um conjunto de ideias e questões, logo descartando a imagem de um modelo Klauss Vianna. Sempre haverá perguntas e novas respostas, o dia-a-dia está em constante mudança assim como as descobertas sobre nosso corpo e existência.

Referências

Consciência do Movimento. Técnica Klauss Vianna. Disponível em: <http:// conscienciadomovimento.blogspot.com.br/p/tecnica-klauss-vianna_18.html>. Acesso em: 10 abr. 2013.

Salão do Movimento. Klauss Vianna. Disponível em: <http://salaodomovimento.art.br/klauss-vianna/>. Acesso em: 10 abr. 2013.

VIANNA, Klauss. A Dança. 3ª ed. São Paulo: Summus, 2005.

VICENTE, N. C. Z. O Círculo Mágico: Caminhos e Reflexões na Técnica Klauss Vianna. Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação, São Paulo, Ano 3 - Edição 4, 2010.

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