Cia. de Dança Palácio das Artes

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Cia. de Dança Palácio das Artes

Tabela de conteúdo

Breve Histórico

A Cia. de Dança Palácio das Artes foi fundada em 1971, em Belo Horizonte, pelo mestre de balé e coreógrafo Carlos Leite e dedicou-se, durante 20 anos, a montagens de peças do repertório erudito e às operas produzidas pela Fundação Clóvis Salgado. A partir de 1990, inseriu em seu repertório obras de coreógrafos nacionais e internacionais, tais como: Jean Marrie Dubrull, Suzana Yamauchi, Eleo Pomare, Sônia Mota, Oscar Arraiz, Luiz Arrieta, Tindaro Silvano, Rodrigo Pederneiras, Henrique Rodovalho, Tuca Pinheiro, Mário Nascimento e Sandro Borelli.


No final da década de 1990, sintonizada com as modernas linguagens da dança, a Cia. de Dança Palácio das Artes, sob a condução de Cristina Machado, incentivou e promoveu a pesquisa em dança através de debates e entrevistas entre bailarinos e profissionais de outras áreas utilizando, nas produções deste período, o potencial criativo dos próprios bailarinos. Além de performances, instalações e vídeos compuseram o repertório do grupo nos anos 2000: Entre o Céu e as Serras, de Luiz Mendonça e Cristina Machado; Poderia Ser Rosa, de Henrique Rodovalho; Sonho de uma Noite de Verão - fragmentos amorosos, de Gabriel Villela; Coreografia de Cordel, de Tuca Pinheiro; Transtorna, de Cristina Machado; Carne Agonizante, de Sandro Borelli; Quimeras, de Mário Nascimento; 22 Segredos (2009), Segredos Masculinos e Segredos Femininos (2010) e Se eu pudesse entrar na sua vida (2010) com direção artística de Sônia Mota.


Em março de 2010 Sônia Mota assume a direção da Cia. com a proposta de valorizar a maturidade artística do elenco utilizando como suporte para suas próximas criações o confronto, o trânsito e o diálogo entre tradição e inovação, as diferenças entre gerações, a multiplicidade e a singularidade de cada um de seus integrantes.

O Palácio das Artes

O Palácio das Artes, vinculado à Fundação Clóvis Salgado, é o maior centro de produção, formação e difusão cultural de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina.

Situado em Belo Horizonte, e inaugurado em 1971, o complexo arquitetônico ocupa uma área de 900 mil metros quadrados dentro do Parque Municipal voltados para a exibição, produção e formação de recursos humanos para o mercado de artes e espetáculos. A Fundação dispõe de recursos cênicos e acústicos de elevado padrão técnico para a montagem de óperas, peças teatrais, concertos de orquestra, espetáculos de dança e shows de música popular, além de salas adequadas e confortáveis para exposições, exibição de filmes, lançamento de livros, palestras, congressos e seminários. O Palácio das Artes está localizado na Avenida Afonso Pena, nº 1537.

A Cia. de Dança Palácio das Artes, um dos três corpos artísticos mantidos pela Fundação Clóvis Salgado, se caracteriza pela constante evolução no tempo. Os outros dois pilares


Repertório

Entre o Céu e as Serras

Entre o Céu e as Serras

Com direção de Cristina Machado, a montagem, lançada em 2000, aborda a formação da identidade mineira destacando aspectos culturais, religiosos e históricos. Segundo a diretora Cristina Machado, "a pesquisa de linguagem (de Entre o Céu e as Serras) foi estimulada pelo coreógrafo Luiz Mendonça e pela pesquisadora Graziela Rodrigues. Movimentos vigorosos mostram o desafio da conquista das serras e da exploração das minas, enquanto gestos sutis carregados de emoção revelam o conflito entre o sagrado e o profano e a dissimulação para a sobrevivência. Uma bailarina/atriz é o fio que tece a construção do coletivo”. Para se chegar ao resultado final o grupo participou de estudos históricos, pesquisa de campo e mais de uma dezena de palestras com especialistas.

O nome do espetáculo é uma alusão à frase “entre céu e a terra”, síntese do período barroco mineiro. A tormenta entre o ouro e a fé moldava o comportamento de uma sociedade que se formava no século XVIII, em Minas Gerais. Os bailarinos e os cenários estão impregnados do pó avermelhado das serras de Minas, numa estética proposta por Wanda Sgarbi e Marco Paulo Rolla. É o encontro com os registros que ainda permanecem no corpo atual e que estão diretamente associados ao trabalho, à cultura negra e à religiosidade cristã do século XVIII.

A trilha sonora de Cláudia Cimbleris considera algumas células musicais compostas pelos bailarinos, seguindo a pesquisa musical sobre o Congado, de Glaura Lucas. Ney Matogrosso utilizou a tecnologia para explorar os conceitos de luz e sombra. Chico de Paula assina a direção do vídeo que também propõe a fusão de geografias.

Poderia Ser Rosa

O espetáculo tem como tema a violência urbana, em especial a violência contra a mulher. A inspiração veio do crescente número de mulheres assassinadas na região do Anel Rodoviário de Belo Horizonte nos últimos anos.

Poderia Ser Rosa


Direção: Cristina Machado
Concepção e Coreografia: Henrique Rodovalho
Assistente de Coreografia: Suzana Mafra
Trilha: Murilo Corrêa

Sonho de Uma Noite de Verão - fragmentos amorosos

Escrito em 1595 por William Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão é uma comédia dramática que brinca com o real e o imaginário. Entre os personagens há nobres, artesãos e seres imaginários – como Puck, encarnação do espírito lúdico da natureza que encanta e confunde a todos com seu filtro do amor.

Gabriel Villela e a Cia. de Dança Palácio das Artes adaptaram a obra e proporcionaram o encontro da dança com a dramaturgia e seu maior mestre, William Shakespeare. "Reescrevemos o texto de Shakespeare com o código, a ortografia e a gramática da dança contemporânea", afirmou Villela. No espetáculo também estão presentes o circo-teatro e as formas populares de representação nas ruas, somadas ao universo imaginário do povo mineiro.

Sonho de Uma Noite de Verão

Direção, concepção, cenografia e figurinos: Gabriel Villela.

Direção coreográfica: Christina Machado.

Coreografia de Cordel

Coreografia de Cordel é um projeto elaborado a partir do aprofundamento da Cia. de Dança Palácio das Artes no método Bailarino-Pesquisador-Intéprete (BPI) de Graziela Rodrigues, com pesquisa de campo realizada na cidade de Medina, na região do Vale do Jequitinhonha, em 2003.

O nome Coreografia de Cordel é uma alusão à literatura de cordel, inspirado nos trabalhos solos dos bailarinos durante o BPI. Coincidentemente, muitos deles utilizaram cordas, elásticos, barbantes e linhas na construção de seus espaços durante a criação.

O trabalho agrega a criação individual de cada bailarino da Cia. em uma montagem que exalta os corpos e sujeitos como veículos de várias ideias. São intervenções poéticas que traduzem para a linguagem da dança aspectos culturais estudados e vivenciados durante o trabalho de campo. E que revelam as imbricações entre o rural e o urbanismo, entre concretos e poeiras.

Coreografia de Cordel

Direção: Cristina Machado

Colaboradores:
Andrea Werkema (literatura)
Graziela Rodrigues (dança - artes cênicas)
José Marcio Barros (antropólogo)
Mônica Cerqueira (produtora cultural)
Paola Rettore (bailarina criadora)

Vídeo Coreografia de Cordel

Hotsite Coreografia de Cordel

Transtorna

Transtorna

Transtorna é inspirado na obra As Cidades Invisíveis, do escritor italiano Ítalo Calvino, e manifesta o cotidiano urbano, a supressão do verde, a invisibilidade social, o medo e a fragmentação do tempo. O espetáculo é fruto da rica formação dos bailarinos, após uma série de palestras com especialistas em arquitetura, psicologia, história da arte, performance e antropologia, além de oficinas de improvisação com bailarinos e professores convidados. "Questiona os limites, provoca desvios de percursos, quebra hierarquias de ocupação do espaço pelo público e pelo bailarino e se adapta a cada um dos ambientes onde se apresenta", explica a coreógrafa Christina Machado.

A trilha sonora, composta por Daniel Maia, foi criada em processos interativos com os bailarinos. Nas dinâmicas improvisadas, o músico captava todos os sons, vozes e ruídos que surgiam nos improvisos e devolvia esses sons processados, ora ritmados, ora criando ambiências e texturas. Alguns destes sons, surgidos das mais espontâneas formas, foram transformados e fundidos na trilha do espetáculo. Com isso, o compositor buscou uma sonoridade de sobrevivência ao concreto, urbana e original. A iluminação de Guilherme Bonfati se aproxima da fotografia do cinema, que prioriza aspectos como ângulo e foco.

Carne Agonizante

Carne Agonizante lida com o aprisionamento do sujeito. Dirigido por Sandro Borelli, o espetáculo mostra o indivíduo medroso, com medo do mundo. “Falo da contaminação do indivíduo com o outro por necessidade, para não desaparecer”, explica o coreógrafo.

Carne Agonizante


Concepção, Direção e Coreografia: Sandro Borelli
Trilha sonora: Sandro Borelli
Música: Arvo Pärt (Fratres)
Desenho de luz: André Prado
Figurino: Sandro Borelli
Confecção de figurinos: Helena Fiúza

Quimeras

Quimeras

Quimeras, concebida por Mário Nascimento, aborda a impermanência de todas as coisas para uma aceitação do tempo inevitavelmente passageiro. Segundo Mário, "cada um tem sua época, o tempo passa e nós também passamos”.

22 Segredos

22 Segredos

22 Segredos surgiu a partir da história apresentada no documentário “Noivas do Cordeiro”, de Alfredo Alves. A Cia. de Dança Palácio das Artes associou este fenômeno social a questões levantadas com a partir da pesquisa feita sobre a personagem Dulcinéia, de Dom Quixote. O espetáculo tem coreografia de Sônia Mota, trilha sonora de Daniel Maia, figurinos de Marco Paulo Rolla e iluminação de Alexandre Galvão e Wladmir Medeiros.

As particularidades de Noivas do Cordeiro - uma comunidade de mais de 200 mulheres que, após 100 anos de preconceito e isolamento mantém um espírito coletivo a apenas 100 km de BH e resiste ao modelo urbano capitalista – foram o primeiro passo para esta criação. E para encontrar os pontos comuns entre as mulheres do século XX e a personagem de Miguel de Cervantes, todos os envolvidos passaram por um processo de muito estudo, que envolveu encontros com o professor Marcos Alexandre, o antropólogo e também professor José Marcio Barros e o psicanalista Stélio Lage.

Como é marca do trabalho desenvolvido pela Cia. de Dança Palácio das Artes, os bailarinos também tiveram um papel fundamental na construção da obra. A partir de suas reflexões individuais, chegou-se a uma manifestação final coletiva. O resultado desta dinâmica expressa corpos em situações comuns, que revelam momentos de desgaste e que estão ansiosos para reconectarem-se uns aos outros e com o universo que os rodeia.

Texto sobre o processo de criação de 22 Segredos

Texto da diretora artística Cristina Machado

Texto escrito pelo antropólogo José Márcio sobre 22 Segredos

Segredos Masculinos e Segredos Femininos

Segredos Masculinos

Segredos Masculinos e Segredos Femininos é uma releitura da coreografia 22 Segredos, apresentada em 2009, que foca nos universos masculino e feminino. Apesar da vida dos homens e das mulheres serem governadas por expectativas similares em relação aos papéis que desempenham, cada um deles lida com essas expectativas de um jeito muito particular e diferente. E somente quando o homem e a mulher se conhecerem profundamente é que uma verdadeira convivência poderá acontecer entre esses dois seres tão diversos e ao mesmo tempo tão complementares.

Se eu pudesse entrar na sua vida

Se eu pudesse entrar na sua vida

Se eu pudesse entrar na sua vida foi criada a partir das vivências de cada um dos bailarinos sobre o repertório da Cia. de Dança Palácio das Artes. Trata-se de uma ocupação performática com direção geral de Sônia Mota em que os bailarinos da Cia criaram instalações e performances a partir de elementos como, por exemplo, os espetáculos Transtorna, La Valse, Coreografia de Cordel e Sonho de Uma Noite de Verão.

Video Se eu pudesse entrar na sua vida

Vídeo2 Se eu Pudesse Entrar na Sua Vida

Tudo que se Torna Um

Tudo que se torna um

A montagem transita por diversos estilos (clássicos, modernos, experimentais e contemporâneos) do grupo, evidenciando sua metamorfose ao longo dos seus 40 anos. As criações cênico-coreográficas do espetáculo são assinadas pelos 22 bailarinos. Eles levam ao palco suas experiências pessoais, afetivas e físicas, vividas dentro e fora da Cia que, associadas coreograficamente, acabam revelando a história do grupo.

O cenário, todo manipulado manualmente, foi criado por Felippe Crescenti (SP) e tem um papel importante no espetáculo: movimenta-se, de forma simples e precisa, demarcando por meio de 15 painéis translúcidos a passagem do tempo. O desenho de luz, assinado por Pedro Pederneiras, um dos fundadores do Grupo Corpo, complementa o cenário trazendo texturas sutis para os movimentos dos bailarinos.

Já o figurino elaborado por Fabio Namatame (SP) pretende destacar o preto e a pele associando-os a outras cores. O figurino é inicialmente composto por vestes requintadas que, aos poucos, vão se desmembrando, tornando-se cada vez mais minimalistas.

A trilha sonora do espetáculo ficou por conta de Daniel Maia. Sua intenção foi desafiar o nosso conforto em relação ao inexorável tempo cronológico, ora tratando-o como quântico, ora expandindo os compassos para formas menos conhecidas.

Em cena, os bailarinos comemoram os 40 anos da Cia., dançando seu contexto histórico, numa atmosfera onírica, e ao mesmo tempo realista, na qual cenário, figurinos, música, luz e público, comunicam-se entre si para, juntos, se tornarem um.

Vídeo Tudo que se torna um

Vídeo2 Tudo que se torna um

Prêmios

Melhor espetáculo “Se eu pudesse entrar na sua vida”

Melhor concepção cenográfica “Se eu pudesse entrar na sua vida”

Melhor concepção coreográfica “Se eu pudesse entrar na sua vida”

Melhor iluminação “Se eu pudesse entrar na sua vida” - Pedro pederneiras

Melhor público “22 segredos”

Melhor trilha “22 segredos” – Daniel Maia e Sônia Mota

Melhor coreógrafo – Sandro Borelli – Entremundos / Carne Agonizante

Melhor Bailarino - Cristiano Reis

Melhor iluminação – André Prado e Mário Nascimento - Entremundos / Carne Agonizante - Quimeras;

Melhor bailarino – Cristiano Reis - Entremundos / Carne Agonizante - Quimeras

Melhor espetáculo – Coreografia de Cordel

Melhor coreógrafo (Tuca Pinheiro), bailarino revelação em artes cênicas (Cristiano Reis) e melhor figurino (Marco Paulo Rolla) com o espetáculo Coreografia de Cordel;

Melhor Espetáculo (Coreografia de Cordel)

Melhor Concepção Coreográfica (Tuca Pinheiro)

Melhor Bailarina (Cristiane Oliveira)

Melhor Figurino (Marco Paulo Rolla)

Prêmio Especial Maior Público Em Dança / Belo Horizonte;

Melhor trilha sonora (Daniel Maia) e melhor espetáculo (votação popular) para “Sonho de Uma Noite de Verão (fragmentos amorosos)” ;

Melhor cenografia (Gabriel Villela) e melhor bailarino (Dadier Aguilera) para Sonho de Uma Noite de Verão (fragmentos amorosos);

Melhor bailarina (Mariângela Caramati); Melhor maître de balé (Bettina Bellomo); Melhor figurino (Marco Paulo Rolla); Melhor iluminação (Ney Matogrosso e Juarez Farinon); Melhor cenário (Wanda Sgarbi). Espetáculo: "Entre o Céu e as Serras.";

Melhor figurino de Marco Paulo Rolla para "Entre o Céu e as Serras";

Melhor Cia de Dança;

Melhor Encenação Coreográfica para "A Noite Transfigurada" e "Suite Masquerade";

Coreografias "A Noite Transfigurada" e "Suite Masquerade";

Melhor Espetáculo de Dança;

Melhor Grupo de Dança;


Ficha Técnica

Direção Artística

Sônia Mota

Gerente

Carina Woldaynsky

Assistentes de Direção

Claudia Lobo e Rodrigo Campos

Produção e Coordenação Técnica

Marcio Alves

Técnica Clássica

Márcia Cruzeiro

Técnica Contemporânea

Sônia Mota e Tuca Pinheiro

Técnicas de Improvisação

Kenia Dias

Pilates

Waneska Cézar

Ioga

Henrique Pavan

Pianista Acompanhador

Robson Lopes

Assistente de Produção

Nara Resende

Bailarinos

Alex Silva

Andréa Faria

Ariane de Freitas

Beatriz Kuguimiya

Caroline Alves

Cristiano Reis

Cristina Rangel

Dadier Aguilera

Eder Braz

Fernando Cordeiro

Ivan Sodré

Karla Couto

Lair Assis

Lina Lapertosa

Lívia Espirito Santo

Lucas Medeiros

Marcos Elias

Mariângela Caramati

Paulo Chamone

Peter Lavratti

Rodrigo Giése

Sonia Pedroso


Ligações Externas

Blog Cia de Dança Palacio das Artes

Palacio das Artes no Youtube

Palácio das Artes - Wikipedia

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