David Linhares

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Edição de 19h57min de 25 de janeiro de 2012

Produtor Cultural e Diretor da Bienal Internacional de Dança do Ceará.


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Vida

A dança Contemporânea foi a primeira linguagem artística que chamou a atenção para a vontade que David tinha de mostrar o que sentia, que vivia, e que via no seu cotidiano. E percebeu assim que esses sentimentos não precisavam necessariamente passar pela palavra.

Teve seu primeiro contato com a dança durante os 12 anos que viveu com sua irmã. Tornou-se Bailarino, depois Acrobata e Ator. David Linhares começou a estudar dança na escola Ensaio Teatro e Dança, de Brasília (DF), com Graziela Figueroa e Ademar Domelles (Ballet Stagium). Quando David completou 18 anos, o coreografo Ademar Domelles, com quem já havia trabalhado queria que David se tornasse bailarino do Ballet Stagium, para trabalhar com Marika Gidali e Décio Otero, em São Paulo.

Na audição para o Ballet Stagium, David quebrou o braço ao tentar realizar um grand ecart, saiu do prédio em uma maca, dentro de uma ambulância. Depois de ficar como indigente em um hospital, sem dinheiro para sobreviver, o bailarino percebeu que não era isso com o que sonhara. O Stagium que hoje é uma grande companhia de dança contemporânea, estava no começo na época. Ademar Domelles tinha saído do Ballet Stagium e ido para Brasília, onde toda uma efervescência começava aqui uma dança contemporânea que já existia na Europa. Mas após o susto passado ao se machucar em São Paulo, David decidiu que abandonaria a dança, e foi para a Europa estudar.

“Meu pai não sabia mais o que fazer e me perguntou para onde eu queria ir. Respondi que era para a França. Fui para Paris,
comecei a estudar francês e, ao mesmo tempo, acompanhei o que estava acontecendo artisticamente lá, com Allain Buffard, Rachid Ouramdane
e toda uma geração que nascia em Paris.”

David Linhares voltou para o Ceará convidado pela Aliança Francesa para ser produtor cultural. Começou a trabalhar não com dança, mas com música, teatro e artes plásticas. Levou Mano Negra (banda formada por Manu Chao, Antoine e Santiago Casariego), e fez a Semana Amado(evento que levou ao Ceará os escritores Jorge Amado e Zélia Gattai: incluiu a apresentação do espetáculo Capitães de Areia, da Cia. De Arte Andanças).


A Bienal Internacional de Dança do Ceará

A Bienal de Dança do Ceará foi um projeto criado em 1997, no final da gestão do então secretário de Cultura Paulo Linhares, irmão de David Linhares. No Ceará, naquela época, não existia nada do tipo na área de dança. Havia sido criado o Centro Cultural Dragão do Mar, um polo de arte e de cultura, sobretudo cinema, mas não havia projeto para a dança. O irmão de David propôs que ele fizesse um projeto, e foi assim que nasceu a Bienal Internacional de Dança do Ceará. Começaram timidamente trabalhando com o clássico. Convidaram quatro coreógrafos contemporâneos do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

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David Linhares e Claudia Pires durante a 8ª Bienal de Dança do Ceará

A ideia central da criação da Bienal é criar um campo onde exista troca e colaboração entre as pessoas. Um espaço para promover e mostrar o que é feito no Ceará. O mais importante é fazer um trabalho para os cearenses. David afirma que quando chegou a Fortaleza, existiam duas companhias de dança contemporânea. E a pouco tempo, a Bienal levou para a África, 96 artistas cearenses, de 16 ou 17 companhias, para se apresentarem em outro espaço. A Bienal Internacional de Dança do Ceará recebe um público de aproximadamente 20 mil pessoas por edição, e toda a programação é gratuita.


"...bailarino e ator é obrigado a fazer tudo no Brasil. A gente tem que abrir a bilheteria, vender o bilhete, ir para a porta,
receber o bilhete, ir para trás do palco, engomar a sua roupa, preparar seu figurino, se vestir, entrar em cima do palco, dançar, sair, abrir
a porta para o pessoal sair de novo."

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