Grupo Dança Juventude

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Edição feita às 22h53min de 4 de julho de 2011 por Gabihortencio (disc | contribs)
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Ao contrário dos outros grupos de dança criados dentro da Universidade do Amazonas, cujos membros eram todos adultos, o Grupo Dança Juventude se destacou por ser formado por crianças e adolescentes. O grupo foi criado em 1991, quando a bailarina Ana Mendes iniciou seu período como professora convidada no Centro de Artes da Universidade do Amazonas (CAUA).


O trabalho do Dança Juventude tinha uma proposta educacional amparada na metodologia do balé clássico e da dança moderna. Ao longo de cinco anos de trabalho, Ana Mendes testou o nível de aprendizado de suas alunas, coreografando várias peças no estilo contemporâneo, tais como Traços, Todo Sentimento, Estilos, Retrato em Branco e Preto, e Tangos. Mas foi com Um Brinquedo Atrás da Porta e Cenas Amazônicas, estreados no Teatro Amazonas, em 1997, que a maturidade do grupo seria atestada.


Ao contrário das outras criações do grupo, que se constituíam de pequenos trechos musicados feitos para apresentações esporádicas em festivais e mostras de dança, os espetáculos Um Brinquedo Atrás da Porta e Cenas Amazônicas tiveram requintes de superprodução de artes cênicas, contando com a participação do pesquisador teatral Jorge Bandeira na idealização dos figurinos e do dramaturgo Wagner Mello na pesquisa musical e na confecção de figurinos.


A escolha dos temas para os espetáculos ratificava a proposta educacional do Dança Juventude: iniciar crianças e adolescentes na arte da dança, oferecendo uma orientação moderna a partir de uma base clássica. Um Brinquedo Atrás da Porta, baseado em uma fábula do escritor Alfredo Fernandes, abordava a solidariedade e reviveu o passado glorioso do mundo de fantasia do balé romântico. A ação do enredo se passava em um quarto transformado em depósito de brinquedos velhos, rejeitados por uma menina má, que constantemente exigia brinquedos novos. Durante a noite, um rato invadia o quarto para roer os brinquedos, que, apavorados, tentavam ajudar uns aos outros. A idéia era mostrar ao público o medo inconsciente que todos tem de se tornarem obsoletos, de serem esquecidos.


Cenas Amazônicas, jogava o grupo em um tema mais denso e mais próximo de sua própria realidade. Baseado em quatro atos, a coreografia mergulhava na gênese do homem amazônico a partir do relato mítico da criação do mundo pelos índios Dessana; da lenda sobre o herói Ajuricaba, da tribo Manaós; do cotidiano do caboclo amazônico, extraído da obra Cenas da Vida Amazônica, escrito em 1950 pelo paranaense José Veríssimo. e, por fim, da leitura da contemporaneidade feita pelo grupo sobre o universo amazônico. Mais uma vez, a semente de um trabalho promissor deixaria de vingar por falta de uma política cultural séria. A nova diretoria do Caua decidiu não dar continuidade aos projetos iniciados na gestão anterior.


Antes do encerramento de suas atividades, o Dança Juventude já havia perdido muitos de seus membros para outros grupos de dança, como o Gedam e depois o Corpo de Dança do Amazonas, e com o término do contrato de professora-visitante, em 1997, Ana Mendes foi substituída por Jorge Kennedy, que formou a Cia de Dança Allegro, cuja faixa etária de integrantes era de 8 a 14 anos.




Fonte: Dançando Conforme a Música



GabihortencioGabihortencio 19h53min de 4 de julho de 2011 (BRT)

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