Lia Rodrigues

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Lia Rodrigues (São Paulo - 1956), coreógrafa e diretora há 20 anos da Lia Rodrigues cia. de danças, artista renomada no Brasil e no exterior.


Foto lia rodrigues.jpg


HISTÓRIA

Lia Rodrigues, realizou seus estudos no Colégio Equipe em sua cidade natal, São Paulo, espaço conhecido pelo pensamento crítico e de resistência política nos anos 60, ambiente este que determinaria o rumo de sua vida e carreira artística. Teve sua formação em Balé clássico na Escola de Bailados com a professora Nice Leite no fim dos anos de 1960. No mesmo período fez parte do movimento estudantil contra o choque da AI-5, a ditadura militar, e em 1977, freqüentou a Faculdade de História na Universidade de São Paulo (USP), mas abandonou o curso seis meses antes de concluí-lo, devido ao seu envolvimento com a dança. No mesmo ano participou da criação do Grupo Andança.


Aos 21 anos, após assistir à primeira turnê brasileira da Companhia de Pina Bausch, a Tanztheater Wuppertal, decide ir para Europa. O intuito era trabalhar com Pina, na Alemanha, mas acabou na França e entre 1980 e 1982 residiu em Paris onde foi integrante da Cia. de Maguy Marin e fez parte da criação do espetáculo May B. (1981), um dos espetáculos mais conhecidos da Cia.


De volta ao Brasil em 1983, mais precisamente no Rio de Janeiro, começa a coreografar espetáculos teatrais com diretores como Bia Lessa e Sérgio Mamberti. No fim da década de 80 monta o Atelier de Coreografia, junto ao parceiro e também coreógrafo e bailarino João Saldanha, realizando a coreografia Catar e em 1990 cria a Lia Rodrigues Companhia de Danças, estreando o espetáculo Gineceu.

Em 1992, é convidada pela Divisão de Música do extinto Instituto Municipal de Arte e Cultura para organizar uma mostra de dança, que durante quatro semanas, receberia grupos e coreógrafos para apresentar suas produções, no Teatro Sérgio Porto e assim foi criado o Festival Panorama RioArte de dança, hoje denominado Festival Panorama da Dança, um dos maiores festivais de Dança Contemporânea do Brasil, onde dirigiu até 2004.


Em 1998, Lia participou da criação do Grupo de Estudos em Dança do Rio de Janeiro, juntamente com Roberto Pereira, Silvia Soter, Beatriz Cerbino e Dani Lima, sendo esses importantes pensadores, críticos e coreógrafos da cena contemporânea carioca.


Sua veia ativista sempre esteve aliada a sua vida artística e nos últimos anos tem sido militante em favor de uma política cultural eficiente no Brasil, ocupando um papel importante para a difusão, discussão e fomentação da dança e da cultura nacional. Além de outras ações, estabeleceu parceira com a ONG CEASM e atualmente com a ONG Redes – Rede de Desenvolvimento da Maré e desde 2007, mantém a sede de sua companhia na comunidade da Nova Holanda situada no conjunto de favelas do Complexo da Maré, denominado Centro de Artes da Maré, onde desenvolve atividades pedagógicas para a comunidade, além de palestras sobre arte e mostra dos espetáculos do seu repertório e de outros artistas.


Seu trabalho dialoga com diversas obras e manifestações artísticas além da dança, como o cinema e as artes plásticas. Em seus espetáculos há referências à coreógrafa francesa Maguy Marin, com quem dançou, ao artista Oskar Schlemmer que inspirou seu espetáculo “Formas Breves”, aos cineastas Glauber Rocha e Jean-luc Godard, ao artista Tunga, Lygia Clark, além de diversos escritores que permeiam seu universo criativo como Mario de Andrade que inspirou os espetáculos "Folia I e II", de 1996 e 1997, respectivamente, Ítalo Calvino, Elias Canetti, Gilles Deleuze, Felix Guatarri, dentre outros.


Reconhecida nacionalmente e internacionalmente Lia Rodrigues junto a sua Cia. produziu cerca de 14 diferentes espetáculos e performances tornando-se um dos ícones da Dança Contemporânea no país.


Foto pororoca.jpg Espetáculo Pororoca (2009)



BIBLIOGRAFIA

LIMA, Dani. Corpo, política e discurso na dança de Lia Rodrigues. Rio de Janeiro: UniverCidade Ed., 2007.


PAVLOVA, Adriana e PEREIRA, Roberto. Coreografia de uma década: a história do Panorama RioArte de dança. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2001.


LIGAÇÕES EXTERNAS

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