Grupo Dançaviva

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Primeiro grupo de dança contemporânea do Amazonas, fundado no final da década de 70, por Conceição Souza, que já havia se graduado em Educação Física pela Universidade do Amazonas e dava aulas de ginástica em escolas e academias da cidade até que, por insistência de uma amiga, resolveu lecionar dança pela primeira vez. Além do currículo acadêmico, Conceição contava ainda com a formação em Balé Clássico com José Rezende e um Curso de Dança Contemporânea com Sônia Galvão, professora da escola de Ismael Guiser, em São Paulo.


O primeiro espaço do Grupo, foi a sede do Atlético Rio Negro Clube (tradicional clube da society amazonense), onde ficaram de 1977 a 1979. Após a sede do Clube, mudaram-se para o Colégio D. Bosco, onde ficaram por pouco tempo, até instalarem-se definitivamente na Academia de Conceição, na Rua da Instalação, onde passaram a produzir seus espetáculos, inspirados na linha de trabalho do Grupo Corpo, de Belo Horizonte e Balé Stagium, de São Paulo.


A concretização do projeto, porém, não seria fácil. O grupo não queria apenas apresentações acadêmicas ou espetáculos de fim de ano. A proposta do grupo era unir a dança a outros meios de expressão artística, especialmente a música e o teatro, tendo como trilha sonora a música popular brasileira e a latino-americana, constituindo, assim um discurso estético contra o autoritarismo vigente à época por conta da ditadura militar.


O grupo atuava sem recursos financeiros, patrocinadores e com pouca divulgação, limitando-se a apresentar-se à comunidade acadêmica em sua estréia, com o Espetáculo “Estudos”, no Auditório da Faculdade de Administração da Universidade do Amazonas, em 25 de Abril de 1981, contando com 16 bailarinos.


Após o modesto espetáculo de estréia, o Grupo compôs o Espetáculo “Raça”(originado de peças coreográficas esparsas), apresentado nos dias 12 e 31 de dezembro de 1981, no Palco do Teatro Amazonas. Mais confiantes e experientes, o grupo se lançou no projeto de sua primeira grande produção: “Inampi, o caboclo que amou uma bota”, baseada no conto homônimo do jornalista e escritor J. Américo Peret. Nessa apresentação, trouxeram ainda um outro espetáculo importante: “O Cortejo da Morte”, que retratava o desespero dos milhões de excluídos e marginalizados da sociedade brasileira.


Com o passar do tempo, o número de bailarinos foi aumentando e a rotatividade seria inevitável, causada principalmente por fatores financeiros. Ao contrário da época de pioneirismo, quando quase tudo lhe faltava, o Dançaviva apresentou as novas coreografias no Palco do Teatro Amazonas, em 17 de dezembro de 1982, amparado por equipes profissionais de iluminação e sonoplastia, tendo ainda o apoio da extinta Superintendência do Teatro Amazonas (STA). Apesar do futuro promissor, após divergências internas pessoais e profissionais, culminaram na saída de sua diretora e coreógrafa, que mudou-se para outro Município, pondo assim, um ponto final na história do Dançaviva, abrindo espaço para uma nova experiência artística: o Grupo Movimento.


Gabihortencio 01h55min de 25 de março de 2011 (BRT)Gabihortencio

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