Guaíra 2 (G2) Cia de Dança

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O contexto dentro do Guaíra

Em 1999, Suzana Bragana realizou uma audição entre o bailarinos do Balé Teatro Guaíra para determinar quais continuariam na companhia e quais seriam dispensados. Aqueles que não foram aprovados na audição e eram concursados (funcionários públicos estáveis, cuja dispensa apenas ocorre no curso de um processo administrativo ou judicial) buscaram uma alternativa para continuar dançando, ao invés de assumir alguma função técnica ou na Escola de Dança Teatro Guaíra.

O modo como tudo aconteceu lhes gerou insegurança e a não aceitação em parar de dançar mesmo tendo sido afastados da companhia. O sistema não previra, mesmo mantendo um ambiente no qual se acreditava que a carreira de um bailarino deveria estar restrita a um limite de idade, que outros diretores poderiam não querer trabalhar com bailarinos mesmo antes deles atingirem este suposto limite. Ou previram, mas se eximiram de propor qualquer medida que criasse cargos no serviço público destinados a outro tipo de projeto artístico em dança. (VELLOZO, 2005: 56-57)

Nesse contexto, os bailarinos dispensados resolveram criar o Guaíra 2 (G2 – nome que eles mesmos escolheram), no final do ano de 1999, com o início das atividades em 2000.

É o primeiro momento em que se permite um experimentação na dança do Guaíra fora dos moldes até então pré-estabelecidos de segurança e de estética. Que surgiu pela própria necessidade de ajustes e não por planejamento a partir de reflexão anterior. (VELLOZO, 2005: 58)

O início da companhia

Carla Reinecke é convidada para dirigir o G2. Entendendo ser necessário ampliar o repertório de movimento dos integrantes – que no BTG raramente faziam aulas que não fossem da técnica clássica – Reinecke, em 2001, chamou Marila Velloso e Rosemeri Rocha para ministrar aulas de dança contemporânea.

Os primeiros coreógrafos foram escolhidos entre os artistas que deenvolvessem pesquisa de movimento, e que não apenas criassem espetáculos, mas também partilhassem seus processos de aula e pesquisa. “Processo e pesquisa surgindo como estratégia de sobrevivência” (VELLOZO, 2005: 58). Esses coreógrafos convidados foram Tuca Pinheiro e Adriana Grecchi.

As mudanças no desempenho técnico dos bailarinos do G2 foram aparecendo com o passar do tempo. Os próprios bailarinos, que no início tinham certa dúvida sobre outras linguagens (deve-se considerar que a transformação de um entendimento estético toma tempo e demanda disponibilidade), começaram a vislumbrar possibilidades. E resolveram criar um trabalho por conta própria. Iniciativa que partiu deles, de modo participativo. O coletivo foi se estabelecendo por parâmetros co-evolutivos para a criação. (VELLOZO, 2005: 59)

Repertório

2000

Instável Sonata (Adriana Grecchi)

Pare, Pense, Faça Alguma Coisa! (Tuca Pinheiro)

Rezooltado (G2)

Hysteria (Júlio Mota)

2001

… de Passagem ( Marila Andreazza)

1 Corpo 4 Estudos (Carla Reinecke, Rosemeri Rocha e Bailarinos)

2002

O Tombo (Júlio Mota)

2003

O Voo do Poeta (Pedro Pires)

2004

Solilóquo (Tuca Pinheiro)

Ritmove (Júlio Mota)]

2006

Um Dia Fora do Tempo'' (Maurício Vogue)

2007

Leggo (Júlio Mota)

Espécie em Extinção (Jane Comfort)

2008

Tudo Porque Chorei (Cintia Nápoli, Clionise de Barros, Rosemeri Rocha e Bailarinos)

Referências

VELLOZO, Marila A. Guaíra 2 – Companhia de Dança. In: A imagem do Teatro Guaíra e da dança em Curitiba: influência e contaminação através da mídia.(dissertação de mestrado) São Paulo: 2005. (p. 56-62)

http://www.tguaira.pr.gov.br/

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