João Luiz Rolla

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João Luiz Rolla nasceu no dia vinte e cinco de junho de 1912, em Porto Alegre, filho de Leopoldo Rolla e Izabel Rolla, caçula entre dez irmãos. Desde jovem tinha interesse por esportes e, na década de 30, participava de campeonatos de atletismo onde disputava, pelo Sport Club Internacional, provas de corrida na modalidade 110 metros com barreira. Além do atletismo, sempre demonstrou interesse pela dança e pelo ballet, pois assistia a muitas apresentações artísticas com seus pais. Nesta época, os bailes serviam para os jovens rapazes se exibirem para as moças, mostrando seus dotes na dança, e Rolla aproveitava para mostrar seu talento, que sempre foi visível.


Em 1939, aos seus vinte e sete anos, competia pelo seu clube esportivo, quando uma expectadora, coincidentemente uma das precursoras do ballet no Rio Grando do Sul a Professora Antônia Seitz Petzhold (chamada por todos de Tony) o observava. No final do campeonato, então, foi lhe convidar para fazer parte de seu grupo de dança na sua escola (MEIRELES & MANTELLI, 1989). Daí em diante, se dedicou ao máximo para aprender o ballet na Escola de Tony e nunca mais deixou a dança. "A dança estava no meu sangue" (ROLLA, 1979, s.p).


Nesta época em que havia iniciado sua carreira de bailarino, o ballet estava começando a surgir no Estado, havendo apenas duas academias de dança significativas em Porto Alegre, que eram a "Escola de Bailados Clássicos Tony Seitz Petzhold" e a "Escola de Lia Bastian Meyer". Rolla iniciou seus estudos na Escola de Tony, sendo um dos poucos homens e, às vezes, o único a fazer parte do elenco de bailarinos. Nesta Escola começou a fazer aulas básicas sobre ballet demonstrando, desde então, possuía talento para esta arte.


As obras criadas por Rolla marcaram o estilo gaúcho no ballet. Dentre as mais importantes estão "Burlesco", de 1956, onde Rolla utilizou, pela primeira vez, um cenário feito de madeira e não de papel, montou uma escada com três degraus e inovou no figurino, criando um ambiente moderno e cinematográfico. Em 1958, usou efeitos especiais em "Grand Canyon Suite", onde Gofé desenvolveu o jazz-sinfônico, uma novidade para o ballet no Rio Grande do Sul. O ballet "Assassinato na 10ª avenida" foi um dos seus trabalhos que mostra o seu avanço no tempo, pois ele transformou, naquela época, suas alunas adolescentes, de família, em mulheres da vida conduzindo um trabalho de êxito mesmo com a dificuldade. "Nos sentimos noviças rebeldes", disse Sirlei di Bernardi, sua aluna, citada por Meireles e Mantelli (1989, p 83). De acordo com Zatar (1954), "Pappillons" foi um dos luxuosos trabalhos de ponta, estilo romântico, com 12 motivos coreográficos, com pas de deux, solos, pas de trois e corpo de baile. E o ballet "2001 - Uma Experiência pelas Fronteiras sem Fim da Dança", criado em 1969, ano em que o homem chegou a Lua e o cinema filmou 2001, "Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick, sendo a coreografia que Rolla mais se inspirou. "Meu balé, no entanto, nada tem a ver com o tema desse filme clássico. Uso apenas como sugestão algumas das músicas que constam na trilha sonora de '2001-Uma Odisséia no Espaço'" (ROLLA apud CORREIO DO POVO, 1979, s/p).
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Referências

Artigo sobre a trajetória de João Luiz Rolla[1] MEIRELLES, Rudy & MANTELLI, Gladis (Orgs.). Trajetória de uma sapatilha: 50 anos de Dança de João Luiz Rolla. Porto Alegre: Nova Prova Gráfica e Ed.,1989. 90 p.
ROLLA comemora 40 anos de ballet remontando coreografia de "2001". Correio do Povo, Porto Alegre, 17 nov. 1979. s/p. (Acervo CEME-ESEF/UFRGS).

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