Marcelo Evelin

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Breve Histórico

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Marcelo Evelin é bailarino, coreógrafo, diretor, pesquisador e professor de improvisação e composição. Deixou o Brasil em 1986 para estudar dança e coreografia em Paris na França, onde estudou com Philippe Decoufle, Josef Nadj e Karine Saporta. Dois anos depois radicou-se em Amsterdam na Holanda, onde foi aluno da Universidade de Nova Dança (SNDO) e integrou a Companhia de Dança-Teatro The Meekers, de Arthur Rosenfeld. Foi estagiário da Companhia de Pina Bausch, em Wuppertal na Alemanha, antes de iniciar sua carreira como coreógrafo profissional subvencionado pelo governo holandês, criando a Companhia Demolition Inc. e assinando, desde então, mais de 25 espetáculos com roteiro, direção e coreografia de sua autoria.

Atua na área da dança e do teatro físico, tendo colaborado com profissionais de variadas linguagens, nacionalidades e experiências, em projetos também envolvendo música, vídeo, instalação e ocupação de espaços específicos. É professor de improvisação e composição na Escola Superior de Artes de Amsterdam, nos departamentos de mímica e dança moderna onde também cria projetos e orienta estudantes em processos criativos. Orienta workshops e projetos colaborativos em vários países da Europa, Estados Unidos, África, América do Sul e Brasil. Em 2006 retornou ao Brasil para assumir a direção do Teatro João Paulo II em Teresina-Piauí, onde implantou e dirigiu até 2009 o Centro de Criação do Dirceu, uma plataforma voltada para a pesquisa e desenvolvimento das artes cênicas contemporâneas. Desde então integra e coordena o Núcleo do Dirceu, um coletivo de artistas independentes e plataforma de pesquisa e desenvolvimento das Artes Performáticas Contemporâneas.


Trajetória

Marcelo Evelin de Carvalho nasceu no dia 24 de março de 1962, em Teresina-Piauí. Ainda era menino quando os pais se mudaram para o Rio de Janeiro. Recorda apenas que as primeiras brincadeiras de teatro com a irmã e os vizinhos aconteceram não no Rio, mas em Carolina, no sul do Maranhão, onde a família viveu parte de sua infância. De volta a Teresina, onde passou parte da adolescência teve o primeiro contato com a dança nas visitas ai estúdio de Dona Lenir Argento, precursora do balé clássico em Teresina. E a partir daí enveredou pelo teatro participando de grupos e montagens junto a professora Aída de Almeida Singe.

Em 1980, Evelin retornou ao Rio de Janeiro, dessa vez para fazer o vestibular de jornalismo. Esta era a época em que Augusto Boal era anistiado e voltava ao Brasil de pois de dez anos, Evelin conhece então o Teatro do Oprimido por meio de um workshop no Teatro Cacilda Becker e passa a fazer parte de um grupo de formação para atores iniciantes no Centro Cultural Cândido Mendes. Marcelo passa a trabalhar com teatro, participando de espetáculos infantis, se apresentando em pequenos palcos e espaços alternativos. O grupo ficou junto por alguns anos, tendo experiências com atores e diretores como Aderbal Júnior, Sérgio Brito, Rubens Correia e Fernanda Montenegro, entre outros. Em 1981 estrearam o espetáculo "Bar Doce Bar" , montagem com direção de Felipe Pinheiro e Pedro Cardoso, que misturava sketches com nonsense e inaugurava um novo gênero teatral - o teatro besteirol - que veio a ser um dos fortes movimentos na área de teatro na década de oitenta no Brasil. Neste período Marcelo conhece a coreógrafa Lenora Lobo, conterrânea de Teresina, e passa a freqüentar o estúdio de Klauss e Angel Vianna em Botafogo, integrando logo depois o Grupo Coringa que tinha à sua frente a coreógrafa uruguaia Graciela Figueroa. Assiste pela primeira vez o trabalho da coreógrafa alemã Pina Bausch, que visitava o Brasil pela primeira vez com sua companhia, o Tanztheater Wuppertal, apresentando três de suas criações. Em 1984 Marcelo segue para São Paulo dividindo-se entre o Centro Cultural Vergueiro, aulas no Espaço Viver - estúdio de dança moderna no bairro Jardins - e a temporada do espetáculo "Porcos com Asas" com o grupo Lanaveva. Ainda muito jovem Marcelo coreografa seu primeiro espetáculo, um infantil chamado "Te Amo Amazônia" e ganha o Prêmio Mambembe na categoria revelação e o prêmio Governador do Estado de São Paulo e a partir daí consolida-se a idéia de investir seriamente em dança, o que significa àquela época estudar fora do Brasil.

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Marcelo chega a Paris em 1986,período em que a dança contemporânea fervilhava na cidade luz e inicia uma formação atravessada por aulas no Studio Menageie de Verre e estudos no centro cultural de Beauburg. Entre viagens pela Europa Marcelo chega a Viena para trabalhar por seis semanas com Arthur Rosenfeld, a partir daí, com a possibilidade de vir a fazer parte de uma companhia muda-se definitivamente em 1987 para Amsterdã, onde participa do espetáculo "Strinking Gold". Na Holanda cria o solo "The Man who Love Islinds" que tratava de questões ligadas ao fato de ser estrangeiro, o espetáculo resulta na primeira turnê de Marcelo na Europa a frente de seu próprio trabalho. Em 1988 é aceito como estudante convidado na Escola de Nova Dança de Amsterdã ( S.N.D.O.), mesmo ano, em que Arthur Rosenfeld é convidado para criar uma peça em Wuppertal, no teatro de Pina Bausch, e leva Marcelo como bailarino. Evelin passa então a fazer aulas na companhia de Pina, ensaiando parte do repertório, e por dois meses faz parte do processo de criação do espetáculo que viria a se chamar "Palermo, Palermo".

De volta a Amsterdã no final de 1989 "Muzot" , inspirado na obra do escritor alemão Rainer Maria Rilke, marca a estréia oficial de Marcelo como coreógrafo independente e a inauguração de sua companhia que, como tal, funcionaria até 1995. A companhia cresce, recebe subvenções oficiais do governo, convites para a apresentações e Marcelo dividi-se entre turnos e aulas nas universidades de dança da Holanda. Com os espetáculos seguintes "Time Held me Green and Dying" e "Tongue to the Heart" que formavam a "Trilogia do Desejo" Evelin recebe o prêmio de incentivo da Prefeitura de Amsterdã pelo conjunto de peças e seu nome pela primeira mencionado como coreógrafo holandês.

Marcelo retorna ao Brasil em 1993 para pesquisar os ritos do candomblé brasileiro e a dança como fenômeno de incorporação, pontos de partida do espetáculo "Próximos" que desenvolve em Salvador-Bahia. Nele conhece Anat Geiger com quem passaria a trabalhar em colaboração pelos próximos dez anos. No mesmo ano é convidado a trabalhar com uma companhia em Roterdã no espetáculo "Happy Endings", de Ton Lutgerink e Mirjam Kuhn. O espetáculo faz longa temporada por cidades americanas, incluindo Nova Iorque e marca o inicío de mais um capítulo na trajetória de Marcelo. Ainda em turnê conhece Fabian Galama, bailarino, com quem faz um importante ensaio para o jornal nova-iorquino The Village Voice com a fotógrafa de dança Louis Greenfeld e também John Murphy historiador de arte que mais tarde se tornaria amigo e colaborador artístico. Com John Marcelo funda, dois anos depois, sua atual companhia Demolition Incorporated.


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Em 1994 o espetáculo "Febril" , obra que abordava poeticamente o tema da AIDS, estreava na Holanda com a participação do poeta, ator e diretor americano Michael Mattheus, de onde seguiu para NOva Iorque recebendo elogiosa crítica do The New York Times. Marcelo passa então a conviver com a cena artística local e viver um período na cidade. Desse período de isolamento e reencontro com uma espécie de saudade do Brasil surge "Ai, Ai, Ai" , solo que após inúmeras apresentações ganhou o Prêmio de Prata das Artes na Holanda, como intérprete e coreógrafo. Com esse trabalho consolida-se a linha de trabalho da companhia Demolition Inc. e Marcelo inicia em 1996 a tetralogia "Good On All Fours" uma série de peças focalizando o homem contemporâneo frente a virada do milênio. Surgem nos anos seguintes, "Meat" e "Antena" e o coreógrafo viaja para Hungria, Romênia, Turquia e Budapeste freqüentando salões de danças folclóricas húngaras, tentando ver o mundo por outros ângulos, conhecendo outras pessoas para saber o que se passava com elas no final daquele milênio. Veio também ao Ceará onde conheceu Canindé e se misturou aos Romeiros e logo depois para a India, onde por seis semanas iniciou-se nas técnicas da pranayama e na prática da ioga. A terceira peça da tetraplegia se chamou "Park" e a última "Centúrias"criada em Montevidéu, Uruguai.

Até meados de 2002 paralelo as aulas de composição e improvisação Marcelo trabalha na criação de inúmeros espetáculos e projetos multimidias, como coreógrafo, orientador de pesquisa e dramaturgo em vários países, e em especial, com alunos da Escola Superior de Mímica de Amsterdã, um espécie de celeiro e laboratório de idéias. Nesse meio-tempo retoma a Teresina onde desenvolve o projeto "Nossa Senhora das Flores", uma adaptação do romance de Jean Genet para um galpão abandonado no antigo prédio da estação ferroviária de Teresina. No ano seguinte monta a instalação "C.Q.D." inspirada no livro "Ética demonstrada á maneira dos geômetras", de Baruch de Spinoza. O retorno a terra natal acontece sem qualquer tipo de patrocínio, surgindo de um desejo insistente de fazer acontecer algo independente no meio artístico do Piauí.

Em 2003 com os músicos Sérgio Matos, Josh. S. e Fábio Crazy da Silva Marcelo cria espetáculo "Sertão", uma topografia do corpo inspirada no sertão brasileiro. O espetáculo é a primeira parte de uma trilogia inspirada no romance Os Sertões, de Euclides da Cunha. Marcelo toma cada capítulo, a terra em "Sertão", o homem em "Bull Dancing" (2006) e a luta recentemente com "Matadouro" (2010). A trilogia elabora-se em torno de questões relacionadas a uma identidade territorial e cultural deslocada e ao embate entre racionalidade X animalidade na vida do homem contemporâneo.

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Os dois últimos espetáculos são criados no trânsito entre Teresina e Amsterdã em paralelo a criação de um projeto voltado para a formação de jovens artistas, período em que Evelin fixa residência no Brasil após vinte anos. Em 2006 Marcelo assume a direção do Teatro Municipal João Paulo II, o TMJP2, em Teresina onde implanta e dirige até 2009 o Centro e o Núcleo de Criação do Dirceu, uma plataforma voltada para a pesquisa e desenvolvimento das artes cênicas contemporâneas. Em co-produção com o Núcleo do Dirceu cria "Bull Dancing" (2006), " Mono" (2007) e seu mais recente trabalho "Matadouro" (2011) , terceira parte da trilogia que estréia em 2010 no Festival Panorama de Dança. "Matadouro" além de participar de importantes festivais no Brasil, apresenta-se em Berlin, Bélgica, Holanda, Portugal e Japão em 2011. O Núcleo do Dirceu, junto a Marcelo Evelin, por duas vezes é premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA em 2006 e 2010.


Principais Trabalhos

Matadouro(2010)

MONO(2007)

Bull Dancing(2006)

Sertão (2004)

I Figure |Escola Superior de Artes de Amsterdam (2008)

Palimpsesto |Núcleo do Dirceu (2007)

Cromwel | Núcleo do Dirceu (2008)

Exposição Primeira Pessoa | Itau Cultural (2007)

Projeto Instantâneo | Núcleo do Dirceu (2006 a 2009)

Loaded + Lus Van de Pligth (2005)

Luoghi de Solitudene + Alex Guerra (2005)

Self Service + Atelier de Coreografos (2004)

Mijn Huis/Jouw Huis + Anne Karin ten Bosch (2003)

Sacre (2002)

Thuiskomen + Anne Karin ten Bosch (2002)

Co-Incidence (2001)

C.Q.D.(2000)

Sitters(2000)

Alarma de Silencio(1999)

currículo em revisão.


In Solo I Live-Shapeleess States of Karla| Klara Alexova (2009)

Affluenza | Erlend Hammer Hansen

Raw + Charlotte Brathwaite (2003)

So Much To do | Meekers uitgesproken dans, Rotterdam (2003)


Festival de Dança Contemporânea/ São Paulo-Brasil (Diretor Artístico em 2010)

Festival Internacional de Dança do Recife/Pernambuco-Brasil(Curador em 2008)

Centro de Criação do Dirceu/ Piauí-Brasil(Diretor entre 2006 e 2009)

currículo em revisão.


Ver Também

                 

Referências Bibliográficas

Referências Externas

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