Paulo Caldas

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Paulo Caldas, além de diretor da Staccato Dança Contemporânea, também é idealizador e diretor do Dança em Foco - Festival Internacional de Vídeo & Dança, primeiro evento brasileiro dedicado exclusivamente à interface vídeo/dança - e professor do curso de graduação em dança da Universidade Federal do Ceará.


Tabela de conteúdo

Breve Biografia

Paulo Caldas, bailarino, coreógrafo e professor, formado em Dança Contemporânea na Escola Angel Vianna e em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Sua produção é marcada pela aproximação entre dança e cinema/vídeo como poéticas do movimento. Iniciou seus estudos de dança em 1988 ingressando na Escola Estadual Maria Olenewa, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1991. Dois anos mais tarde, além do Ballet Clássico, inicou seu envolvimento com a Dança moderna e a Dança contemporânea atrevés dos cursos de Sistema Laban/Bartenieff de Análise do Movimento, com a coreógrafa Regina Miranda, e de Formação em Dança Contemporânea, na Escola Angel Vianna, concluído em 1994.


Em 1993 funda no Rio de Janeiro (RJ) a Companhia Staccato Dança Contemporânea, quando inicia também trajetória como coreógrafo. Impactado pela videodança, cria em 2002 o Dança em Foco – Festival Internacional de Vídeo & Dança, até os dias de hoje com edições no Rio de Janeiro e em São Paulo, e também em outras cidades. Como diretor do Festival Dança em Foco, trabalha ao lado de Eduardo Bonito, Leonel Brum e Regina Levy.


Em 2011, muda-se para Fortaleza (CE), à convite da Universidade Federal do Ceará para lecionar no curso de graduação. A Companhia Staccato mantém sede no Rio e desenvolve um processo de criação com base no trabalho à distância.


Ministra regularmente oficinas de dança (técnica e composição coreográfica) pelo Brasil e já foi professor convidado em diversas companhias brasileiras. Lecionou Dança Contemporânea e Composição Coreográfica na Faculdade Angel Vianna e na UniverCidade. Criou e coordenou o curso de Pós-Graduação "Estéticas do Movimento: Dança, Videodança e Multimídia", na Faculdade Angel Vianna. Atualmente é professor do curso de Dança da Universidade Federal do Ceará.

Formação Técnica

Paulo Caldas

O coreógrafo Paulo Caldas iniciou seu percurso técnico ingressando na Escola Estadual Maria Olenewa, escola pública de formação profissional em balé clássico. Essa opção se deu não porque desejasse ser bailarino clássico, mas porque buscava conhecimento técnico em dança. Já com alguma experiência nas artes cênicas, Paulo buscava uma técnica forte e precisa, como a do balé clássico, para que pudesse dar corpo, literalmente, a suas criações. Cumpriu com o currículo básico da escola de forma mais rápida do que o normal, e, deixando a formação clássica de lado, resolveu ingressar no curso de dança contemporânea da Escola Angel Vianna.


Sua trajetória formativa é de uma técnica rigorosa, que também ficará explícita em seus espetáculos. Segundo o coreógrafo, em entrevista, a formação clássica, além de gratuita, era mais técnica, enquanto a Escola Angel Vianna era mais focada na consciência corporal, inicialmente, se desenvolvendo depois como linguagem contemporânea.


Nessa época, a Escola Angel vianna era uma referência para profissionais de dança, ou estudantes que desejavam se profissionalizar, fora do padrão clássico oferecido na Maria Olenewa. Muitos coreógrafos cariocas atuais, conhecidos nacional e internacionalmente, são formados por essa escola. Para Paulo Caldas a Escola Angel Vianna também seria uma mudança de paradigma em sua formação e carreira.


A Escola Angel Vianna, uma virada

“... a minha relação com a Angel (escola e pessoa) foi definidora e definitiva de tudo que eu penso”.

Paulo ingressou na Escola Angel Vianna em 1992, quando deu início também ao seu processo criativo com a coreografia “Duo”, em parceria com a bailarina Maria Alice Poppe. A mesma coreografia sofreria várias versões ao longo dos anos. Em 93, com a parceria de trabalho já fortalecida com Poppe, “Duo” foi apresentada no Festival Panorama (naquela época Panorama RioDança, recém inaugurado, em 1991). Dava-se início neste mesmo ano à companhia (que ainda não se chamava Staccato). Em 2002, desdobramentos da mesma coreografia seriam apresentados na Bienal de Paris.


Sua passagem pela Escola Angel Vianna inclui ainda a experiência como professor do curso técnico, e após a criação da Faculdade Angel Vianna, professor da graduação em dança. Por sua experiência com videodança, Paulo foi responsável pela implementação e coordenação do curso de pós-graduação latus senso, de especialização nessa linguagem.


Staccato Dança Contemporânea

“Uma companhia como quase coletivo, em que há espaço de circulação para cada bailarino."

Coreografismos2.jpg

Em 1992, começou a parceria com Maria Alice Poppe, ainda timidamente, em 1993, a parceria se fortaleceu e foi fundada a companhia, em 1996, ela foi batizada de Staccato. Em seu inicio de percurso, formada apenas por Paulo e Maria Alice, as coreografias eram criadas como duos (característica marcante em seu trabalho coreográfico).


Em uma crítica de Silvia Soter publicada em 2004, sobre o espetáculo "Coreografismos", assim ela aborda aquestão dos duos:

"Desde o início de sua criação, a Staccato teve com núcleo estável o coreógrafo e sua bela partner Maria Alice Poppe. 
Os duos foram a tônica de grande parte dos trabalhos da companhia. O entrosamento entre os dois intérpretes é tamanho 
que parecia difícil imaginar que a dança da Staccato pudesse ser experimentada em outros corpos. Dessa vez, o coreógrafo 
se lançou ao desafio de trabalhar com um grupo maior." (Silvia Soter. Competência que rende espetáculo de beleza hipnotizante
- 2004) 


Em 1997, Paulo convidou a bailarina e coreógrafa Flavia Meirelles para fazer parte da companhia. Foi quando Paulo começou a pensar a composição para 3 pessoas, apesar de afirmar em entrevista que ainda criava “duos” que eram resolvidos com 3 bailarinos. Com o tempo, outros bailarinos foram se juntando, dando corpo à Staccato Dança Contemporânea, como Toni Rodrigues, Carolina Wiehoff e Paula Maracajá. Hoje a companhia conta ainda com a presença de Maíra Maneschy e Natasha Mesquita.


Em 2011, Paulo se mudou para o Ceará, como professor convidado pelo novo curso de graduação em dança da UFC, Universidade Federal do Ceará, mas a Staccato Dança Contemporânea mantém sua base no Rio. Essa nova configuração em que diretor trabalha à distância da companhia, traz novos desafios e fortalece a autonomia de seus integrantes. Paulo afirma que o que move a Staccato é a autonomia e o desejo. Segundo o coreógrafo, é dessa forma também que a companhia sobrevive às diversas variações de formato, desde a distância entre seus integrantes, até à falta de orçamento ou agenda, sem precisar para tanto se desarticular.


Em 20 anos de companhia, a Staccato Dança Contemporânea possui atualmente, em 2013, apoio da Petrobras para sua manutenção.

Coreografia e cinematografia: escritas para Dança

“existe uma dimensão coreográfica no cinema e existe uma dimensão cinematográfica na dança.”

Desde o começo de sua trajetória, que Paulo Caldas se interessa pela linguagem cinematográfica. Seu interesse se pauta na estrutura de escrita, grafismo, do filme. Em entrevista assume que coreografa como se tivesse editando um vídeo e monta vídeos como se estivesse coreografando. Dessa forma, essas duas linguagens estão presentes em seus trabalhos e desenvolveram no coreógrafo um caminho especializado, a Videodança.


'Grafismos' Paula Maracajá menor.jpg


Os “grafismos” que se repetem nos títulos de suas obras são pesquisas de composição com base na escrita. Escrita do corpo, escrita do movimento. A dança para esse coreógrafo é, em primeiro lugar, uma escrita.


Uma outra passagem da crítica de Silvia Soter, também nos chama atenção para a escrita de Paulo Caldas:

"Uma das características mais raras na dança contemporânea é encontrar criadores que possuam uma certa estabilidade
nas questões que os movem e na forma de abordá-las. Esse é o caso de Paulo Caldas. O trabalho do coreógrafo,
à frente da Staccato Dança Contemporânea, vem se construindo sobre idéias perseguidas com afinco e até obsessão,
de obra em obra. No corpo, a escrita de Paulo se apóia na construção de linhas circulares e espirais, em fluxo contínuo,
fazendo que o movimento jamais se congele ou se interrompa abruptamente. A iluminação, central nas peças da Staccato,
funciona como um diafragma que deixa que essa dança contínua chegue aos olhos do espectador com maior ou menor nitidez,
recortando a  cena, num jogo de transparência e sombra, fazendo o espaço pulsar. Na escrita, em que todos esses elementos
se articulam, Paulo desenvolve suas idéias de cabo a rabo, com o rigor de um cientista, sem fazer concessões." (Silvia Soter.
Competência que rende espetáculo de beleza hipnotizante - 2004)


Ao longo do tempo, os procedimentos de linguagem de vídeo se articularam com procedimentos de linguagem de dança. Foi quando Paulo percebeu a necessidade em se abrir um espaço para a videodança, que marcaria a sua vida profissional a partir de então. Além de criador de videodança, Paulo abriu um curso de pós-graduação ‘’latus senso’’ na Faculdade Angel Vianna, dedicado ao pensamento e prática dessa “nova” linguagem.


Em 2001 teve a idéia de criar um festival de videodança, um espaço em que ele próprio pudesse transitar. Convidou Leonel Brum, então diretor do Festival Dança Brasil para desenvolver o projeto. Em 2003 aconteceu a primeira edição do festival Dança em Foco no Espaço SESC. O Dança em Foco é um dos primeiros e maiores festivais de videodança da America Latina e possui como foco a difusão, formação e produção na linguagem de Vídeo & Dança.

Trabalhos


Ver também

Festival Dança em Foco
Staccato Dança Contemporânea
Videodança
Escola Angel Vianna
Faculdade Angel Vianna


Referências

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