Contato Improvisação

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Edição feita às 22h19min de 11 de junho de 2011 por Paulagorini (disc | contribs)
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Breve Histórico

O contato improvisação é uma técnica de movimento criada na década de 1970 por um grupo de coreógrafos e bailarinos norte-americanos, ligados à dança moderna, linguagem ainda emergente na época. Os artistas participantes deste grupo, intrigados com as formas massantes e formatos corporais pré-estabelecidos das escolas e companhias de dança, e ainda, vivendo sob um forte contexto histórico de contra-cultura, fundaram uma companhia da dança, a Grand Union, que tinha por base metodológica o improviso grupal.


O bailarino e coreógrafo Steve Paxton, integrante do grupo inicial, centrou seu trabalho na composição em dupla. Em residência artística com alguns estudantes da Grand Union em Oberlin College, apresentou pela primeira vez um espetáculo criado com base nessa técnica, Magnesium (1972), oficializando o contato-improvisação (CI) no universo da dança. A partir de então, a prática vem se disseminando pelo mundo todo como um trabalho corporal fisicamente conectado com a expressão e a consciência do corpo.


A Técnica:

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A técnica consiste num trabalho em dupla, ou em grupo, em que o peso e contra-peso são os elementos chaves para o movimento acontecer, de forma improvisada, mas consciente, na relação entre corpos. O contato-improvisação trabalha a queda e a sustentação física, de forma consciente, trazendo para o corpo um conhecimento prórpio sobre seus limites. Além disso trabalha a relação com o outro, uma vez que funciona como um jogo silencioso (físico) de pergunta e resposta. Para o contato-improvisação acontecer, é necessário que os participantes estejam concentrados no que está acontecendo no ambiente e dentro de seu corpo. A prática constante do CI, além de ser potencialmente uma ferramenta de auto-conhecimento, é ainda pedagógica em relação ao corpo, suas alavancas, pontos de apoio, flexibilidade. Num contexto artístico, o CI pode gerar desenhos de movimento muito interessantes para um público espectador e trabalha principalmente com o estado de presença, algo tão buscado nas linguagens de danças contemporâneas. Além disso, é uma prática pioneira na quebra de paradigmas de gênero, já que tanto o homem quanto a mulher podem liderar o movimento.


Para alguns pesquisadores do assunto, o contato-improvisação está intimamente ligado a uma construção artística pós-moderna, numa ruptura com formatos tradicionais de dança, numa busca de movimento mais livre. Para outros há ainda um grande passo a ser dado em seu reconhecimento na classe artística de dança. Por não pressupor nenhuma técnica antecedente, o CI pode ser praticado por qualquer pessoa que deseje entrar em contato com o movimento, com seu corpo, ou com a relação entre corpos em movimento, como uma finalidade em si. Por conta dessa perspectiva não-acadêmica, julga-se ainda ser pouco reconhecido pelos profissionais de dança. No entanto, muitos artistas nacionais e internacionais de renome, utilizam a técnica como base de pesquisa coreográfica, metodologia de aula, aquecimento, etc. Além disso, o CI ganhou grande destaque com o surgimento da Nova Dança, que utiliza sua técnica como trabalho formativo dos bailarinos.


Com referência nas sessões musicais irealizadas prinicipalmente pelo jazz e blues, os encontros de contato-improvisação são chamados de Jam, geléia em portuguuês. Partindo dos mesmos princípios dos encontros musicais, a jam tem por objetivo deixar o movimento espontâneo acontecer, num diálogo corporal entre os participantes, num jogo de improviso criativo, com um tempo mais ou menos estabelecido previamente. As sessões da jam são uma forma de disseminar a técnica, de ter um primeiro contato com a prática para um inciante, ou simplesemente de socializar com outras pessoas através da dança.


CI no Brasil

A primeira aula de C.I. foi dada em 1988, no Rio de Janeiro, por Guto Macedo, no espaço do então Coringa Grupo de Dança dirigido coreógrafa uruguaia Graciela Figueroa. Ex-bailarino do Grupo Coringa, participou também de companhias importantes como “Débora Colker” e “Intrépida Trupe”, Macedo havia recém-chegado de uma temporada em Nova Iorque, onde entrou em contato com a técnica com Trisha Brown, uma de suas iniciadoras.


Porém, a divulgação e o desenvolvimento da técnica no Brasil ao longo dos anos 90, se deve ao trabalho de Tica Lemos, que trazia a prática com os matizes da Nova Dança européia. O crescimento nos últimos anos da área de atuação do contato-improvisação engloba a formação de grupos de estudo e prática, como o Núcleo Com Tato, formado pelos artistas-pesquisadores Guto Macedo, Paulo Mantuano e Fernando Neder; com espaços dedicados à prática, como a academia de dança Corpo Seguro e o espaço cultural Rampa, no Rio de Janeiro, e o Estúdio Nova Dança, em São Paulo; e festivais nacionais e internacionais que acontecem regularmente com palestras, oficinas e encontros em capitais brasileiras como: Rio de Janeiro, São Paulo, Florienópolis, Salvador, Porto Alegre e Brasília.


Referências Bibliográficas:


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