Dançaterapia

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A Dançaterapia é uma abordagem corporal, que promove a inclusão e socialização das pessoas, procurando dar-lhes confiança para criar e abandonar os medos e as limitações do próprio corpo. Isso se dá através do conhecimento transpessoal do individuo, que estimula o movimento criativo e a espontaneidade do corpo.

Esse método foi desenvolvido pela dançarina Argentina María Fux, que através de suas experiências descobriu possibilidades de crescimento e transformação pessoal através do movimento e de estímulos, como a música e o silencio, cores e objetos, instrumentos e o próprio corpo. A proposta é a utilizar os recursos artísticos, educacionais e terapêuticos da dança para encontrar as pessoas e auxiliá-las a descobrir caminhos, superar os desafios e viver mais felizes.


Tabela de conteúdo

Histórico

María Fux

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Atua como dançarina, coreógrafa e dançaterapeuta. María Fux é reconhecida como desenvolvedora do método de Dançaterapia. Possui uma estética própria e uma compreensão da dança como um caminho para a plenitude do potencial expressivo que todos possuem.

Seu trabalho engloba não só os profissionais da saúde, como fisioterapeutas e psicólogos, mas se amplia para diversas áreas, como as artes, a educação e ginasticas.

María é constantemente convidada para comparecer em instituições, conferencias e seminários, a fim de testemunhar a experiência de integração, proposta por seu método, entre deficientes variados e pessoas que se interessam pela abordagem tratada pela Dançaterapia. Sua obra é integrativa, tendo em suas aulas alunos down, surdos, deficientes mentais, pessoas com problemas de isolamento ou solidão, idosos, entre outras.


O caminho da Dançaterapia

María Fux se inseriu na dança através do balé clássico. Aos 15 anos de idade, inspirada pelo livro “A vida de Isadora Duncan”, percebe que os movimentos livres que sentia palpitar dentro dela, que não estavam pautados na técnica clássica em que estava inserida, tratavam-se de liberdade de expressão. A partir desses movimentos, María passa então a dançar sentindo seu corpo. Com o passar do tempo, houve a necessidade de sistematizar o que antes era apenas improvisação, e então a Dançaterapia passa a ser desenvolvida como um método de se dançar, com um objetivo específico: o de transformar o sujeito.

Aos poucos María Fux foi desenvolvendo seu método e tornando-o concreto. Então, na década de 50 sua metodologia própria de Dançaterapia se tornou uma realidade.

A partir daí, entre as décadas de 60 e 70, a mestra argentina desenvolve estudos de Dançaterapia na educação e expande seus trabalhos para Espanha, Portugal, Inglaterra e Israel. Na década de 80, o método chega à Itália através de seminários de Formação em Dançaterapia. Na década de 00, chega ao Brasil o Programa de Formação em Dançaterapia e a certificação da primeira turma de profissionais em Dançaterapia. Esse avanço no método Dançaterapia foi possibilitado pela criação do Centro Brasileiro de Dançaterapia.


O Método de Dançaterapia

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Segundo Freitas (2004), o fundamento principal deste método de terapia é “promover a inclusão e a sociabilização das pessoas através da secessão de movimentos, procurando dar-lhes confiança para criar e abandonar o ‘eu não posso’ por uma nova atitude do corpo que diz: ‘sim, eu sou capaz’”. A experiência do corpo, proporcionada pelo método, busca descobrir o ritmo interno do ser, através do qual, pode-se mobilizar a comunicação com o seu interior. O método não tem o intuito de curar, e sim mudar. Qualquer que seja o problema, sempre existe algo a ser mudado, mas vale ressaltar que o movimento por si só não faz a mudança, pois nem todas as pessoas estão predispostas as mudanças. A proposta através do movimento é estimular áreas adormecidas do corpo, e assim generalizar mudanças, não só físicas, mas que envolvem o corpo como uma coisa única – sem dicotomia entre corpo em mente – a fim de promover a mudança de problemas tanto sensoriais como psíquicos, vindo beneficiar e integrar pessoas de todas as idades, portadoras ou não de necessidades especiais. A Dançaterapia nos permite trazer à tona, através dos movimentos, aquilo que às vezes fica escondido dentro de nós, reprimido. Quando as pessoas dançam, expressam não só a beleza, mas também os medos, a raiva, a dor. Pela dança, esses estados, que se encontram no subconsciente, conseguem encontrar uma saída. A metodologia está adaptada às necessidades do cotidiano: seus valores, suas crenças, sua cultura, seu imaginário e seu Corpo.


Estímulos utilizados

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A base da Dançaterapia vem da harmonia entre o eu, o espaço e suas formas, e o outro como manifestação da vida, da natureza e do universo. Para isso utiliza diversos elementos para estimular o movimento como sons e ritmos internos do corpo (respiração, ritmo do coração; pulsação,...); palavras; imagens; cores; luzes; elástico; balões coloridos; tecidos; música; silêncio entre outros.

O silêncio na Dançaterapia é um caminho verdadeiro que possibilita a compreensão do ritmo interno do ser humano, fazendo-o perceber, sentir e se integrar ao ritmo da natureza – as marés, chuvas, os ventos, o sol, etc. – uma vez que permite a criação das mais variadas formas dentro de cada pessoa, onde o processo criativo não tem limites. As experiências em Dançaterapia revelam que o ritmo não é audível e sim um caminho natural que existe e percorre o interior de cada indivíduo. É o que se pode conhecer como ritmo interno, marcado pelo pulsar do coração, pela respiração, circulação do sangue, do metabolismo, entre outros. O estudo sobre o silêncio possibilitou a María Fux desenvolver sua terapia voltada a deficientes auditivos, onde o ritmo interno tem grande influência, uma vez que a relação destes com o silêncio permite se conectar com a uma escuta diferente dos seus ritmos internos.

Um dos recursos motivadores em Dançaterapia são as palavras-mães - palavras universais, nascidas do próprio corpo, que não se modificam ao longo do tempo e que mobilizam o trabalho como a ternura, limites, raízes, espaço, posso, não posso, pontos, linhas, energia, sombra, luz, amanhecer, etc.

Outro recurso é a música, onde a proposta não é apenas ouvi-la, mas fazer com que esta penetre na totalidade do homem. Ela estruturará de forma global suas funções motoras induzindo o movimento. Assim, de acordo com a condução da aula, o movimento refletirá a complexidade musical em toda a sua extensão.

Impulsionando a criatividade através de motivação adequada, a Dançaterapia permite que cada pessoa crie seus próprios movimentos com espontaneidade e liberdade, uma vez que oferece incentivo e confiança em quem a pratica já que sempre respeita o tempo, o ritmo e o limite de cada um.

Através da integração a Dançaterapia busca o prazer de viver e por meio de um diálogo corpóreo abre possibilidades de novos caminhos que auxiliam as pessoas a conviver e a lidar melhor com diferentes situações como ansiedade, desequilíbrios, falta de autoestima, timidez, obesidade, estresse negativo, medos, depressão, isolamento, problemas de relacionamento, distintas deficiências como surdez, problemas motores, de visão, Síndrome de Down, paralisia cerebral entre outros. A conscientização e a autodescoberta desenvolvidas na Dançaterapia fazem com que o indivíduo desperte para possibilidades ainda não percebidas, criando num novo olhar sobre si mesmo. Um olhar de criança frente ao novo, melhorando a qualidade de vida interna do ser humano e integrando-o na sociedade aonde vive. E onde a experiência e a contribuição de cada um revelam o respeito, a autoaceitação e a beleza natural do movimento.


Formação em Dançaterapia

A Dançaterapia segundo o Método Maria Fux é um caminho profundo de autoconhecimento, de comunicação com o outro e com a realidade ao redor, através do movimento, possibilitando a aceitação dos limites e da transcendência ao mesmo tempo. A Dançaterapia se apoia, de forma válida, em conceitos como o da medicina tradicional ou da psicologia, porém, no processo de formação, não é necessário que se tenha formação em nenhuma outra área como complemento, uma vez que a Dançaterapia baseia-se em uma metodologia específica.

Dessa forma, a formação se articula no conhecimento da Dançaterapia como linguagem do corpo, na dimensão da escuta de si e do outro, nos estágios de condução cuidadosamente orientados para chegar às aplicações externas dirigidas a grupos de diferentes identidades e com dificuldades ou não.

A formação se dirige a psicólogos, médicos, fisioterapeutas, profissionais que trabalham em empresas, na área de educação, arte, pessoas que trabalham com portadores de necessidades especiais, físicas, psíquicas e sociais, ou que apenas estejam interessados no assunto, uma vez que não é necessário atuar em nenhuma área especifica para concluir o curso.

Os cursos são oferecidos pelo Centro Brasileiro de Dançaterapia e o Centro Internacional de Dançaterapia María Fux, em parceria com a Si.Danza: Scuola Internazionale di Danzaterapia. O tempo de duração do curso varia entre centros.


Ligações externas

Site María Fux
Site do Centro Brasileiro de Dançaterapia
Site do Centro Internacional de Dançaterapia María Fux
Site da Escola SI.DANZA


Referências

FUX, María. Dançaterapia. 3° edição. São Paulo: Summus Editorial, 1988.
FUX, María. Formação em Dançaterapia. 1° edição. São Paulo: Summus Editorial, 1996.
FUX, María. Dança, Experiência de vida. 4° edição. São Paulo: Summus Editorial, 1983.
ALMEIDA, Salette. A Dançaterapia e a formação da consciência corporal. Universidade Candido Mendes. Rio de Janeiro, 2004.
CERRUTO, Elena. Dançaterapia: Como?. Centro de Formação Internacional de Dançaterapia - DMT São Paulo, 2005.
Centro Internacional de Dança Terapia María Fux. Disponível em: <http://www.dancaterapia.org/?page_id=223> Acesso em: 15 de jun. de 2013.
Centro Brasileiro de Dançaterapia. Disponível em: <http://www.dancaterapia.com.br/> Acesso em: 18 de jun. de 2013.

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